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Resenha | Homens-Aranha II (Bendis, Pichelli & Pérez)

Novo encontro de Peter Parker e Miles Morales decepciona por revelações que não são satisfatórias e pela trama confusa, contando até com a edição da fase Gerações fora do contexto e sem qualquer explicação por parte da editora Panini, que resolveria isso com um simples texto de introdução.

 

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Se o leitor estava empolgado devido  boa e divertida trama presente em Homens-Aranha I (2013), pode ficar extremamente decepcionado com sua continuação. A história original, quando o universo Marvel clássico ainda era separado do universo Ultimate (uma versão mais moderna dos heróis da editora), brilhava por mostrar uma boa dinâmica entre Peter Parker e seu sucessor Miles Morales quando eles enfim se encontraram, já que habitavam realidades paralelas.

Unidos aos belos desenhos de Sara Pichelli, a trama do escritor Brian Michael Bendis conseguia trazer ao leitor o tom de leveza e aventura certa para o encontro dos dois Homens-Aranha.

Ao final dessa primeira reunião, surgia uma dúvida que faria os fãs ficarem se perguntando: Quem é o Miles Morales do universo clássico da Marvel?

Veio a mega saga Guerras Secretas, de Jonathan Hickman, que fundiu os universos da Marvel, fazendo Peter e Miles habitarem o mesmo universo, mas a pergunta persistiu sobre quem seria o Miles daquela realidade.

E essa é a proposta de Homens-Aranha II, que, infelizmente, falha em entregar, mesmo com a equipe criativa original, formada por Bendis e Pichelli.

 

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Mas a edição lançada pela Panini não começa já nessa história. A primeira parte do encadernado é o especial escrito por Bendis e desenhada por Ramón Perez para a fase Gerações, que veio após Império Secreto na Marvel.

Envolvendo viagem no tempo, onde Miles Morales encontra Peter Parker ainda jovem e passando por problemas sérios (quando não?), o texto de Bendis é sensível a ponto de criar uma história tocante, focada em ótimos diálogos. Infelizmente, a arte de Ramón Perez, que é o autor do fantástico Conto de Areia, é desperdiçada no meio da falta de acontecimentos. Não há um momento que faça com que o desenhista brilhe, afinal, os personagens passam toda essa primeira parte dialogando.

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É tocante e serve para aprofundar os personagens? Sim. É interessante a ponto de fazer com que a arte do quadrinho se sobressaia e mereça elogios? Não, o que decepciona muito.

Mas o principal erro foi da editora Panini. Ao lançar essa primeira parte no encadernado de Homens-Aranha II, a editora não se preocupou com um editorial explicando o contexto, e isso é crucial, haja vista se tratar de um encontro que envolve viagens no tempo.

O leitor vai se sentir muito perdido se não souber dos últimos acontecimentos da editora envolvendo Miles Morales e o cubo cósmico em Império Secreto.

 

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Logo após Homens-Aranha Gerações, começa de fato Homens-Aranha II. E a trama não engrena, apesar dos belos desenhos.

Em passagens de tempo muito mal executadas, vamos acompanhando quem é o Miles Morales, sua relação com o Rei do Crime e como ele é diferente do herói aracnídeo que veio de outro universo. A revelação sobre quem é esse Miles Morales decepciona, mesmo com o bom desenvolvimento dos personagens.

Bendis vai indo e voltando no tempo, dedicando edições inteiras ao novo Miles, fazendo até contrapontos interessantes entre os dois personagens no que trata de poderem amar a mesma mulher, mas ao final, o leitor tem a impressão de ter lido uma história vazia, apesar da boa revelação ao final de tudo.

 

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E se o leitor está pensando que tudo gira em torno de Miles Morales nessa história, acertou em cheio! Peter Parker não passa de um figurante de luxo, tendo zero desenvolvimento ou importância na trama, o que é um desperdício, já que tem apenas bons diálogos com o Aranha mais jovem e só.

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Apesar de todas essas reclamações, Homens-Aranha II é muito bem desenhado por Pichelli, que traz cenas de ação incríveis, sendo uma desenhista que faz gosto comprar qualquer título que ela esteja, mesmo que seja um quadrinho vazio como esse.

 

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A edição da Panini falha muito em não trazer uma introdução que contextualize tanto Homens-Aranha Gerações como a primeira história do encontro de Peter Parker e Miles Morales lá em 2013, contendo nesse encadernado apenas as capas originais e algumas variantes.

 

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Com uma trama vazia, apesar dos bons diálogos e certo desenvolvimento de personagens (com exceção de Peter Parker), Homens-Aranha II decepciona demais pelo seu roteiro e acontecimentos, tendo seu momento alto na arte de Sara Pichelli. Infelizmente, a editora Panini não fez nada para contextualizar a trama, tornando algumas informações acessíveis apenas para quem acompanha a Marvel há algum tempo.

 

 

Ficha Técnica

  • Capa cartão, com 152 páginas
  • Editora Panini
  • Lançamento em janeiro de 2019
  • Preço de capa: R$ 23,90
  • Tamanho: 17 x 26 cm
Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.