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His Dark Materials | Crítica Resumo – 1ª Temporada – Episódio 1

His Dark Materials
BBC/HBO

Um dos motivos que fez Fronteiras do Universo (His Dark Materials) ficar apenas atrás de O Senhor dos Anéis como um dos livros mais importantes da minha vida, foi a relação dos humanos com seus Daemons. Imagine que você possa discutir com a sua alma, não apenas no sentido metafórico, mas que sua alma tem uma forma de um animal. Esse animal ficaria mudando de forma ao longo da infância, mas acabaria se estabelecendo em um animal assim que você se tornasse adulto. Além disso, seu relacionamento com esse animal, seria sagrado, profundo, e se fosse machucado, você também sentiria.

Baseado nos romances clássicos de Philip Pullman (The Book of Dust, Fronteiras do Universo), seja bem-vindo ao mundo de His Dark Materials, a nova aposta da BBC Inglesa em parceria com a HBO, embora semelhante ao nosso, esse mundo é controlado por uma poderosa organização religiosa chamada Magisterium. Se você ainda não leu os livros, alguns dos nomes que citarei podem não ser familiar, para ajudar um pouco o leitor, eu escrevi um mini especial sobre como mais ou menos funciona a história, se você já viu o filme (The Golden Compass, A Bússola de Ouro, 2007), esqueça ele completamente. Toda a premissa da história é sobre uma criança com uma profecia Envolvendo um grande destino chamada Lyra Belacqua.

Eu sei que as pessoas não gostam de ler como antigamente, mas só dessa vez, farei diferente essa minha resenha. Vou escrever literalmente cena por cena, já que o primeiro episódio está cheio de segredos que fazem ecos em toda essa primeira temporada. Eu não tenho condições de escrever se gostei ou não da série pelo primeiro episódio já que passei 54 minutos segurando o choro. Prometo que na resenha do capítulo dois, volto com as análises e segredos.

O episódio começa, um pouco surpreendentemente, a cena é tirada do livro prequela que Pullman lançou em 2017, The Book of Dust, que detalha o Grande Dilúvio que levou Lyra até a Faculdade Jordan em Oxford quando bebê. Lord Asriel (James McAvoy, em uma bela performance que equilibra a imperiosidade com uma sensação de ternura suprimida) leva o bebê através do dilúvio e acusa o Reitor de Jordan (o sempre bem-vindo e querido Clarke Peters) de mantê-la segura. Existe uma promessa no ar na cena que só será revelado no decorrer da série. Existem motivos para esconder a criança ali.

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Doze anos depois, vemos que as águas da enchente recuaram e Lyra (Dafne Keen) se tornou uma garota ousada e selvagem, percorrendo os corredores e os telhados da faculdade com seu amigo mais próximo, Roger (Lewin Lloyd) enquanto discutia com seu daemon Pantalaimon (dublado por Kit Connor) sobre a forma que ele assumirá quando ela se tornar adulta. Lyra anseia por aventura de todas as formas, mas nunca colocou os pés fora de Oxford.

Longe de Oxford e das brincadeiras infantis, surge Lord Asriel em uma perigosa expedição com seu daemon Stelmaria (dublado por Helen McCrory). Voltando ao acampamento depois de fotografar uma aurora boreal, ficando claro que ele capturou algo que ninguém mais conseguiu. Quaisquer que sejam essas evidências misteriosas, ele acredita que é suficiente para convencer os estudiosos da Faculdade Jordan que ele estava certo. E se não for suficiente, a horrível cabeça congelada que carrega dará conta do recado.

Após a bela sequência de abertura cheia de referências a toda a franquia dos livros (aqui eu quase engasguei), nos juntamos a uma Lyra muito entediada durante a aula do bibliotecário de coração mole da faculdade (Ian Gelder). Temos uma explicação sobre como o santuário escolar da faculdade protege Lyra e os estudiosos do Magisterium. Mas há um limite para suas proteções, e Lyra, para sua própria segurança, faria bem em observá-las. Mas a garota prefere sair dali o mais rápido possível. Uma vez que Pan, seu deamon, percebe lorde Asriel chegando, Lyra decide que é hora de sair dali e, depois de alguns truques, já está correndo pelos telhados, seguindo seu tio e se escondendo do lado de fora da geralmente proibida Sala dos Professores.

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Enquanto ela está feliz em ver seu tio novamente, outros não estão tão felizes assim. Do lado de fora da janela, ela espia o Reitor que é normalmente amável envenenando uma garrafa de Tokay, um licor raro que seu tio gosta. Ele foge quando seu tio entra e se serve de um copo.

Lyra frustra toda a ação que seu tio estava fazendo antes que ele possa tomar o primeiro gole, pulando pela janela e quebrando o copo da mão dele. Pego de surpresa e muito paranoico, Lorde Asriel estrangula Lyra antes que ele perceba que é ela. Depois que ele descobre que ela não está mentindo sobre o veneno, a designa para espioná-lo enquanto faz sua apresentação aos estudiosos mais tarde naquela noite. Ele quer saber como Reitor reage sempre que Pó (Dust) é mencionado.

Certo, basicamente, escrevi cena por cena para chegar no Pó. Não imagine que ele seja apenas como uma poeira que você limpa todo dia. O Pó no mundo de Lyra é um assunto altamente controverso, até herético, e o Magisterium faz tudo para que ninguém comente sobre isso. E Asriel, sendo tão teimoso quanto sua sobrinha, planeja justamente o contrário que o Magisterium mandou.

Durante sua apresentação aos acadêmicos, Asriel confessa que, no último ano, ele fez uma série de descobertas enquanto tentava determinar o que aconteceu com a expedição de Stanislaus Grumman. Baseado na sua pesquisa, ele obteve provas há muito suspeitas de que o pó só é atraído por adultos e não crianças. A série não explica por que isso é tão errado de se saber, por enquanto, a única coisa que precisa saber é que ninguém pode dizer que a Fé que o Magisterium prega, é uma mentira. Praticamente uma lei marcial negar a fé no mundo Lyra. Para piorar ainda mais, ele anuncia que, dentro da aurora boreal, o Pó revela que há uma cidade no céu, indicando que existem diversos mundos além do deles, mundos que o Magisterium não controla.

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Enquanto a sala explode ao som de Blasfêmia, Asriel protesta que Grumman descobriu a mesma informação e pagou com sua vida. E ele pode provar isso enquanto puxa a cabeça congelada de Grumman. Asriel adverte que há uma guerra se formando entre duas forças poderosas e ele precisa de financiamento para continuar esse trabalho perigoso. Mesmo que os catedráticos tenham medo do Magisterium, dão todo o apoio financeiro que Asriel precisa.

Na empolgação, ele esquece Lyra, encontrando-a dormindo no chão do esconderijo. Ele a leva para a cama e a aconchega com ternura. É óbvio que, por trás de um homem áspero, Asriel se importa profundamente com a garota e McAvoy é excelente durante os momentos tranquilos de toda essa cena. Quando ele percebe que ela está fingindo dormir apenas para estar perto dele, ele fica irritado quando a criança começa a incomodá-lo com um milhão de perguntas. O que é o Pó? Ela pode vê a cabeça de Grumman? Ele a levará para o norte como prometeu? E eles ainda podem confiar no Reitor? “Não confio em ninguém”, responde Asriel.

E ele não está louco sobre isso; a notícia de sua blasfêmica apresentação chegou ao Magisterium e ele precisa fugir de volta para o Norte o mais rápido possível. Na manhã seguinte, Roger diz a Lyra que seu tio está saindo com o dirigível e, furiosa por ele sair tão cedo, Lyra implora que seja levada junto dessa vez. Asriel diz a ela que é muito perigoso e que ela precisa ficar na Faculdade. Lyra pergunta se esse foi o mesmo tipo de dirigível em que seus pais morreram e a pausa de Asriel revela que há uma verdade oculta sobre seus pais que ele não contou a ela. Mas isso é um mistério para mais tarde e Asriel parece conflituoso sobre isso quando vai embora. Lyra, mesmo querendo fugir com seu tio para o Norte, foge dali.

Em Oxford, uma criança gípcia chamada Billy Costa foi sequestrada. Os gípcios são um grupo de nômades que vivem em barcos, eles lembram profundamente toda a cultura cigana que existem pelo nosso planeta, Billy desapareceu após a cerimônia comemoração do estabelecimento do daemon de seu irmão mais velho, Tony, como um falcão. Como várias outras crianças da comunidade desapareceram misteriosamente, os gípcios estão convencidos de que foram sequestrados por um grupo chamado Gobblers (Papões). Alguns zombam da ideia de que os Gobblers são reais e que as crianças não fugiram, mas com 16 crianças desaparecidas até agora, algo deve ser feito.

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Enquanto a mãe de Billy, Ma Costa (Anne-Marie Duff), quer que eles continuem procurando em Oxford; John Faa (Lucian Msamati), o rei dos gípcios ocidentais, e seu consultor, Farder Coram (James Cosmo, de Game of Thrones), acreditam que Billy foi levado para Londres com as outras crianças desaparecidas. E que é hora de irem a Londres para encontrá-los.

No próprio Magisterium, eles receberam um relatório completo da heresia de Lord Asriel e estão profundamente preocupados. Embora Asriel tenha invocado os acadêmicos que seu trabalho é também sobre a liberdade, os padres acham que foi longe demais. O padre MacPhail (Will Keen) manda Lord Boreal (Ariyon Bakare) de perseguir Asriel para o norte, enquanto também mantém uma investigação secreta de uma mulher misteriosa.

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A identidade dessa mulher não permanece um mistério por muito tempo, já que uma figura glamourosa faz uma grande entrada no refeitório da faculdade e fica ao lado de Lyra. Cercada por homens mais velhos a maior parte de sua vida, Lyra nunca viu uma mulher como a Sra. Coulter (Ruth Wilson, o elenco da série é perfeito), que é elegante e mundana, tudo o que Lyra secretamente gostaria de ser. Para uma garota que procura aventura, a Sra. Coulter parece uma dádiva de Deus e Lyra não consegue acreditar quando é convidada para ser a assistente daquela mulher em Londres com uma promessa futura de que eles também viajarão para o norte. Lyra consegue que seu amigo Roger também vá com elas para Londres, depois de alguma relutância da Sra. Coulter.

Mas antes que Lyra possa perguntar a Roger ou ficar muito feliz com sua nova aventura, ela vai falar com o Reitor sem o conhecimento da Sra. Coulter. No início do episódio, o Reitor explicou ao bibliotecário que Lyra tem um papel perigoso a desempenhar nos eventos futuros, mas ela precisa descobrir o caminho por si mesma, por mais horrível que seja. Sabendo disso, o Reitor dá a Lyra um aleitiômetro, o misterioso objeto parecido com uma bússola que o vimos esconder antes da chegada de Lorde Asriel. Existem apenas seis no mundo. E embora seja ilegal, ajudará a dizer a verdade. Lyra não está interessada em guardar segredos, mas o Reitor pede que ela guarde isso em segredo para sua própria proteção. O tempo das brincadeiras infantis acabou.

Lyra percebe que ainda não viu Roger para lhe contar sobre Londres, mas ele não está em lugar nenhum. Desanimada, ela confidencia à Sra. Coulter que Roger desapareceu como Billy Costa e, sendo uma mulher que sabe como fazer as coisas, a Sra. Coulter promete que elas poderão encontrar Roger quando chegarem a Londres. Ela diz a Lyra para encontrá-la no dirigível, mas que suba, a garota tenta usar o aleitiômetro para localizar Roger. Infelizmente, o dispositivo permanece um mistério para ela e não lhe dá respostas. Lyra desiste e embarca no dirigível para Londres no último minuto, mantendo o aleitiômetro em segredo no bolso.

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Ansiosa para começar a busca por Roger, Lyra começa a falar dos Gobblers (Papões) com a Sra. Coulter, mas, estando em um navio público, a mulher pede a Lyra que fique quieta e a lembra que não é seguro falar sobre esses assuntos em público. Lyra olha pela janela e vê os barcos gípcios indo na mesma direção. Ela não é a única na caça dos Gobblers. Enquanto vemos o pobre Roger gritando em uma gaiola quando o episódio termina. O que quer que os Gobblers tenham reservado para ele, não parece nada bom.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.