Odisseia do Batman revivido por um universo DC destroçado e ideias já trabalhadas por Scott Snyder substituem o clima de terror do volume anterior de Batman: Último Cavaleiro da Terra, mas mantêm o interesse do leitor por essa grande jornada.
“Pessoalmente, acho o escritor, ao lado de Greg Capullo, dois ótimos criadores, cheio de ideias que levam o Batman a novas direções. Mas tenho que concordar que falta foco ao fechar as boas ideias apresentadas no começo de cada trama.”
Essa foi minha opinião ao falar do escritor Scott Snyder na resenha do volume um de Batman: Último Cavaleiro da Terra. E, agora, ao ler o segundo volume dessa nova trilogia encabeçada por ele e Greg Capullo, a impressão que falta foco ao fechar os conceitos anteriormente apresentados só cresce, deixando o leitor temerário para o encerramento dessa odisseia por um futuro distópico da DC que o Batman enfrenta.
E isso é causado por um fator claro nessa segunda parte: a enxurrada de novas ideias apresentadas na trama.
E isso joga tanto a favor quanto contra em prol da qualidade da história. A favor porque os destinos (trágicos) dos vários personagens da DC são muito interessantes, quando como paramos para ver que os Flashs viraram um grande furacão de Força da Velocidade e o quanto eles sofrem e pedem ajuda.
Contra porque cada ideia poderia ser bem mais explorada, além dos vários conceitos que já foram usados à exaustão por Scott Snyder, como a presença da Corte das Corujas, além da presença de vários clichês sobre futuros apocalípticos.
Algumas coisas continuam sem funcionar em Batman: Último Cavaleiro da Terra, como a presença totalmente desnecessária da cabeça do Coringa, que age como uma consciência (louca) para o Batman. Deveras dispensável e que só está ali para uma grande reviravolta no final, aposto.
Mas o que mais incomoda é que o terror apresentado na primeira edição, aqui, na segunda parte, é completamente abandonado, dando lugar a várias cenas gratuitas de mutilação e muito gore.
Mesmo que bem executadas, não tem mais o clima do começo. É como se a saga do Batman fosse crescendo e virando uma grande carnificina, abandonando qualquer sutiliza.
Porém, o saldo final da segunda parte de Batman: Último Cavaleiro da Terra ainda é positivo, graças principalmente aos ótimos desenhos de Greg Capullo, que tem sua arte detalhada bastante valorizada pelo formato maior dessa edição no selo Black Label, e pela escrita de Snyder, que, mesmo apresentando vários e vários conceitos, faz com que sua trama tenha sentido dentro do contexto apresentado.
Só nos resta esperar que o escritor nos entregue um final decente para essa história que é muito irregular, mas mantém a atenção do leitor, que quer saber seu desfecho.
Ficha Técnica
- Capa cartão, com 56 páginas
- Editora Panini
- Lançamento em abril de 2020
- Preço de capa: R$ 11,90
- Tamanho: 18,5 x 27,5 cm
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