No aterrorizante Castelo Ragemoor, ocorre uma inesperada reunião familiar, entre Herbert, seu tio e a prima Anoria. Mas onde deveria imperar a felicidade e paz, encontra-se o medo na voz do anfitrião, que sugere de todas as formas para que as visitas recém-chegadas partam imediatamente. Antes que seja tarde. Antes que Ragemoor não permita mais.
O Castelo, enigmático ente vivo, que toma para si todos que o adentram, para que cumpram seus caprichos e desígnios, não ignora os novos elementos que transitam em seu interior. Muito menos suas intenções ambiciosas, ocultas na pretensa aproximação familiar. E deixa claro da maneira mais cruel e horripilante que não aceita violações de qualquer tipo.
Mas afinal, qual a origem de Ragemoor? Quais segredos se escondem em suas entranhas; qual destino sela para aqueles que o habitam, mesmo que involuntariamente, como Anoria?
Pois, rasgado o véu das narrativas tenebrosas que apresentam o Castelo ao leitor, abre-se pouco a pouco o grande palco de terror em que Ragemoor reina, vasculhado com obstinação por Bodrick, o serviçal da família. E muitas e inesperadas são as revelações que nos alcançam a cada página.
Strnad elabora um roteiro que envereda por caminhos pouco óbvios, entrelaçando uma ameaça de natureza cósmica com rituais pagãos e monstruosidades lovecraftianas, sem perder o foco na sina maldita que marca os desafortunados moradores de Ragemoor.
E tudo ganha vida na arte de Corben, com seu traço singular, duro, trabalhando de maneira eficiente o preto e branco, sugerindo nas sombras as aberrações mais assustadoras, além das vislumbradas em detalhes, a exemplo dos vermes subterrâneos.
“Ragemoor” saiu pela editora Mino em capa dura, formato americano, papel de alta gramatura e trazendo como extras as capas originais e estudos de Corben dos personagens.
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