A primeira temporada de DOTA: Dragon’s Blood é uma adaptação de um dos games mais importantes da história do RPG.
DOTA 2 é famoso, talvez o mais famoso eSports do mundo, já que suas premiações com jogadores do mundo todo são altas (milhões de dólares). Para os leigos, DOTA 2 é um jogo eletrônico gratuito do gênero batalha multijogador, desenvolvido pela produtora Valve Corporation como sequência do Defense of the Ancients, lançado em julho de 2013 na plataforma Steam com um fandom gigantesco. É considerado um dos jogos mais importantes do gênero, graças a sua evolução durante os anos.
Com um sucesso ao redor do mundo, chegou a um ponto em que os fãs se perguntaram por que DOTA 2 nunca se aventurou no mundo das séries ou cinema, apesar de seu potencial? Foi pensando nisso que a Netflix acertou com a Valve uma animação de oito episódios, o DOTA: Dragon´s Blood.
Escrito por Ashley Miller, famoso produtor das séries Fringe, Andromeda, e dos filmes Thor e X-Men: First Class, seria justo dizer que muita gente estava um pouco nervoso, já que DOTA: Dragon´s Blood é seu primeiro trabalho adaptando um jogo e cuidando de uma série animada. Antes da Netflix lançar os teasers, não havia nenhuma notícia ou qualquer informação sobre o anime. Eles só lançaram as coisas há um mês de sua estreia. Era medo, a Netflix não gostou do produto final ou a Valve?
Na verdade, eles já sabiam que a série animada não precisava se promover, um fandom do tamanho que tem, era só esperar a data do lançamento e correr para o abraço.
DOTA: Dragon’s Blood é uma animação surpreendentemente agradável de assistir que explora a tradição e as relações entre personagens notáveis do jogo e cria um mundo no qual os espectadores podem mergulhar na trama sem problemas. A série, claro, deixará você com várias perguntas ao longo de sua jornada que será respondida nas próximas temporadas, a segunda já foi confirmada esta semana.
DOTA: Dragon’s Blood conta a história de Davion, famoso Cavaleiro Dragão – ordem de guerreiros notáveis que protegem reinos e vilas de monstros e das criaturas aladas com soltam fogo pela boca – e sua jornada para descobrir sua verdadeira identidade. Em sua aventura, ele conhece a exilada Princesa da Lua, Mirana. Os fãs do jogo conhecem bem os dois personagens e toda a trama da primeira temporada gira em torno dos dois e explora suas lutas pessoais, já que em um momento da animação, os dois acabam entrelaçando os destinos em algo muito maior do que eles pensavam que era.
A série animada foi uma forma original de explorar a história e o mundo de DOTA. O jogo em si é gigantesco, ele tem 120 heróis jogáveis, cada um com sua própria personalidade e histórias únicas que dificilmente são contadas, com exceção de uma biografia de personagem em seus perfis. Esse problema só foi sanado em 2011, quando a Valve começou a lançar uma linha de quadrinhos que contavam narrativas de diferentes personagens. Era uma necessidade para a Valve ter mais uma plataforma para seu jogo.
DOTA: Dragon’s Blood desenterra um enredo com bom gosto que o jogo sempre entregou, por isso que me chama atenção. Ashley Miller une histórias de diferentes personagens e lentamente os constrói em uma tela maior para quem assiste se acostume com aquele universo cheio de pessoas poderosas e criaturas mágicas. Muita coisa foi mantida idêntica ao jogo, talvez estejam criando um cânone para a franquia, porém, ainda é muito cedo para responder essa pergunta.
O ritmo narrativo da animação é muito convincente, apesar de possuir míseros oito episódios. Ele começa lento no início para introduzir os personagens, mas a partir do terceiro episódio já sabemos o que move e define cada um. Todos que aparecem na primeira temporada terão um background maior e qual papel farão nesse universo mitológico. Para a primeira temporada, a coisa flui muito boa, principalmente nos quatro últimos episódios.
Tudo bem que uma quantidade de personagens leva a vários enredos e desenvolvimentos que poderiam ser melhor contada, mas como dito acima, a Netflix apenas preparou o terreno, coisas demais não foram explicadas e pode deixar algumas pessoas confusas, porém, eles não deixariam de fora o passado de Selemene, por exemplo, mas ainda é muito cedo para definir e gravar os acontecimentos futuros. Por enquanto, o importante é se divertir assistindo e sobre isso, DOTA: Dragon´s Blood está acima da média.
A qualidade da animação em si também merece todos os aplausos possíveis. O Studio Mir, o estúdio por trás de animações como The Legend of Korra e Voltron: Legendary Defender, merece um capítulo neste texto. O mundo apresentado na animação é lindo e pode-se dizer quanto esforço eles colocaram para seguir o estilo do jogo ao adicionar seu toque pessoal. Existe uma cena de uma perseguição e batalha com um Dragão que é deslumbrante em todos os sentidos e cheia de referências.
Além disso, a animação não é necessariamente para crianças, já que a violência não esconde o sangue e braços arrancados.
Sobre a dublagem, particularmente, eu gosto de assistir dublado e a equipe de dublagem vai explicar para vocês como foi:
Uma coisa que aprendi a analisar foi a produção musical de algo que assisto, quem assinou foi o conhecido músico de filmes, séries e games: Dino Meneghin. A música de DOTA: Dragon’s Blood é vibrante e sendo uma fábula, é cheia de elementos épicos e pomposos. O ritmo funciona e vale a pena prestar um pouco de atenção nesses detalhes sonoros.
Para fechar, acredito que os primeiros oito episódios são envoltos em mistérios e narrativas que ajuda muito a você ir até o final, familiarizado com os personagens ou não. No jogo, você só consegue vê-los (principalmente) unidimensionalmente. Agora que esses personagens e histórias ganharam vida, a sensação é surreal, pois dá a você o tempero certo para apreciar uma boa animação de fantasia.
Recomendo!
Leave a Reply