O grande mal dos filmes que têm as lutas de boxes como tema central é a dificuldade para encontrar originalidade. Quase sempre é: o protagonista perde a primeira luta, treina, se supera e emociona no final vencendo a revanche.
Com o Rocky do Stallone foi assim, e com Creed não foi diferente. Mas se todos sabem disso, por que continua atraindo tanto público? Justamente pelos detalhes. Basta ver o quanto Creed III, ainda em exibição nos cinemas brasileiros, está diferente dos dois primeiros. Agora a direção é do astro Micheal B. Jordan (Pantera Negra, Sem Remorso), que também interpreta o protagonista Adonis Creed. Stallone desta vez ficou de fora, participando apenas da produção.
Na trama, Adonis, após se aposentar dos ringues, reencontra o amigo Damian Anderson (Jonathan Majors). Os dois têm um passado mal resolvido e Adonis se sente na obrigação de ajuda-lo. Só que Damian quer muito mais, seu sonho é chegar no topo da carreira de boxeador iniciada na adolescência e que foi interrompida quando foi preso.
O diretor Michael B. Jordan consegue imprimir neste terceiro uma modernidade que provavelmente era barrada pelo tradicionalismo de Stallone. A nova fórmula quebrou o medo de fugir do tradicional e não dar certo. Michael diz ter bebido principalmente na fonte de animes (desenho animado japonês), que são dinâmicos e sabem representar muito bem a velocidade dos golpes. Outra forte influência sobre pela nova direção é a música. O trap está muito presente, não só na trilha sonora, mas em todas as formas que envolvem o estilo musical.
Por conta disso, Creed III divida opiniões entre quem prefira a fórmula tradicional criada e defendida por Stallone e quem se encanta mais por uma linguagem mais moderna. Mas o certo que de um modo geral Creed III é um bom filme, cumpre bem o seu papel, consegue empolgar e termina bem. Mas tomara que não queira se igualar ao Rocky Balboa e volte com Creed IV, V, VI…
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