Em financiamento coletivo pela Editora New Order, Starfinder promete ser um excelente RPG de ficção científica (e cumpre!)
Starfinder é/foi o segundo RPG mais vendido pelo Roll20 ano passado e este ano, superando até mesmo seu predecessor pela mesma editora, o Pathfinder. O jogo utiliza o mesmo sistema que o Pathfinder 1E e o D&D 3.5E com algumas modificações no sistema de Pontos de Vida e Classe de Armadura, para melhor suprir as necessidades do tema.
Apesar de usar o sistema d20, conhecido por seu extenso histórico de combos, Starfinder é mais leve neste aspecto, uma vez que a árvore de talentos (ou feats) é bem menor e mais balanceada.
O cenário
Um dos pontos principais do livro é a sessão do mestre que apresenta o cenário brevemente, diferente do Pathfinder que fez obrigatória a compra do livro “Guia de Campanha do Mar Interior”. Embora Starfinder tenha vários livros expandindo o cenário como o “Mundos do Pacto”, eles não são absolutamente necessários.
Starfinder se passa no mesmo universo que Pathfinder (que por sua vez se passa na Via Láctea em uma estrela muito mais próxima do centro do que a nossa), mas agora o mundo de Golarion está sumido, e em seu lugar, há a Estação Absalom. Você não precisa conhecer Pathfinder para aproveitar Starfinder, apesar de muitas divindades e aspectos existirem simultaneamente nos dois jogos.
Isso mesmo, divindades. A melhor forma de caracterizar Starfinder é através do rótulo “Fantasia científica”, isto é, um mundo onde há ficção tanto mística quanto tecnológica no cenário. Naves que se movem por magias divinas controladas por cultos que cobram um preço alto, tecnomantes e hackers são comuns no cenário dos Mundos do Pacto.
O jogo não tem só uma alta gama de formas e combinações de personagem (tendo até uma classe jedi, como os Solarian), como também tem um grande fator de rejogabilidade e exploração, pois cada planeta tem um feeling específico, passando desde Horror Espacial em Aucturno, o Planeta-Ovo; até uma leitura mais cyberpunk da estação Absalom.
O sistema
O jogo funciona muito como o d20 convencional, não o da quinta edição de D&D. As jogadas possuem, além dos modificadores tradicionais de perícia, +2 ou -2; +4 ou -4 ao invés de “rolar 2d20 e ver qual o menor/maior” dependendo da vantagem e desvantagem que é usada na quinta edição. Se você está familiarizado com a terceira edição, tente imaginá-la no espaço e sem tantos combos.
Algumas das maiores mudanças estão no sistema de HP e de CA: Para vida, não rolamos os pontos da classe, nós somamos um valor fixo dependendo da raça e da classe. Fora isso, temos os pontos de estamina: Eles funcionam exatamente como PVs, só que antes de qualquer dano chegar na vida, os PEs diminuem primeiro, e diferentemente dos pontos de vida, os PEs podem ser recuperados com um descanso curto (gastando Pontos de Determinação), enquanto PVs levam danos persistentes.
O jogo também tem duas Classes de Armadura: Classe de Armadura Cinética (CAC) e Classe de Armadura Energética (CAE). Apesar de parecer muito complicado, não é: A cinética é o quanto sua armadura te protege contra danos físicos como granadas de fragmentação e tiros, enquanto a energética é o quão bem ela consegue defender lasers, tasers, e outras coisas.
O livro é muito melhor diagramado do que quase todos os livros do sistema d20 clássico que eu conheço (inclusive Pathfinder), então é bem fácil achar a página com a informação que você quer, e ela provavelmente vai ter algum destaque para demonstrar importância, diferentemente do capítulo de “mago” do Pathfinder, onde o número de feitiços iniciais está quase escondido.
Conclusão
Starfinder é um RPG muito bom, e pode servir se você quiser fazer uma sessão de Alien: O Oitavo Passageiro, ou se quiser fazer numa vibe galhofa como Guardiões da Galáxia. É um jogo que também pode ocupar o espaço do falecido cenário spelljammer, do AD&D.
Link para o catarse do jogo: https://www.catarse.me/Starfinder?ref=ctrse_explore_pgsearch
2 Comments