Uma ambiciosa colaboração entre a CyberConnect2 e Capcom deu origem a uma das histórias mais polêmicas no mundo dos games, lançado em fevereiro de 2012 em todo mundo com poucos dias de diferenças para todas as regiões, chega para o Playstation 3 e Xbox360, Asura’s Wrath, jogo single-player de ação e com uma leve pitada, mas bem leve mesmo de beat’ em up.
AS TRÊS PRINCIPAIS POLÊMICAS:
1º- O jogo possuia apenas mídia física, o que na sua época de lançamento foi bastante problemático afinal o uso de mídias digitais já era bastante popular na sua época de lançamento, pois facilitava e muito o acesso a jogos desconhecidos que tinham uma tiragem limitada de cópias, afinal mídias digitais são ilimitadas;
2º- Quando o jogo ganhou suas primeiras imagens e trailers, impressionou bastante pelo visual único dos personagens, após as primeiras análises percebeu-se que o jogo era muito linear, não havia espaço para a exploração, mas a decepção não continuou por aí, com o lançamento do jogo, percebeu-se que apesar de ser considerado um beat’ em up, esses momentos no jogo eram raros, rápidos e fáceis e a grande parte do gameplay do jogo se consistia apenas em quicktime events que não é nada mais do que apertar um botão ou uma sequência em momentos certos;
3º- Que ao meu ver foi o pior de todos, o jogo não possuía final, para ter acesso ao final verdadeiro, era necessário comprar uma dlc.
Todo e qualquer consumidor que se preze instantaneamente demonstrou seu desprezo, que a Capcom em resposta declarou apenas que o projeto fazia parte de algo maior, mas isso não impediu ela de cobrar o preço total por uma cópia do jogo.
Mas não é de apenas pontos negativos que esse jogo chamou a atenção, como dito anteriormente, os personagens chamam muito a atenção por conta de seus designer e personalidades e ainda a presença de uma história extremamente interessante e cativante, que reúne os cúmulos de exageros e absurdos em dosagens dignas para qualquer um fã de anime (o game acontece em capítulos com direito a prévia do próximo episódio) e até aqueles que não são.
Banhando-se nas culturas hindu e budista com diversos aspectos tecnológicos criando um universo único, a narrativa gira em torno de Asura, um dos oito semideuses denominados “Os Oito Generais Guardiões”, que protegem o mundo de Shinkoku da ameaça da impureza Gohma que tem por objetivo consumir o mundo.
A Odisséia da Ira se Inicia
Vlitra, a mais poderosa das entidades gohma surgiu e depois de milhões de anos, mas o Imperador Strada junto de seus semideuses liderados pelos Oito Generais Guardiões na linha de frente já estavam prontos para recebe-la. Asura, o mais agressivo dos generais, parte direto para o confronto com Vlitra que se mostra poderosa e resistente demais para apenas ele derrotar, mas seu rival que também é um dos oito generais, Yasha, parte para ajuda-lo, mas com um esforço tremendo, subjugam Vlitra e saem vitoriosos.
Após o combate, Asura retorna para casa para encontrar sua esposa Durga (irmã de Yasha) e sua filha Mithra que o auxiliou como sacerdotisa se fornecendo Mantra, a energia que os semideuses usam para lutar. Após o reencontro caloroso, Asura é convocado pelo Imperador Strada para receber uma premiação por ter sido responsável pela derrocada de Vlitra, mas ao chegar lá o imperador está morto e Asura parte em seu socorro, no momento Asura é surpreendido com a acusação de traição e passa de herói da nação para pária.
Sua primeira preocupação é com sua família, pois tudo aconteceu rápido demais, Wyzen, um dos oito generais o aborda mas não chega a ser um desafio, ao chegar em casa, encontra sua esposa aos últimos suspiros que revela que a filha do casal foi sequestrada e levada para a Fortaleza Karma localizada na órbita terrestre.
Chegando lá, Asura descobre que tudo era um plano envolvendo todos os outro sete generais liderados por Deus (esse é o nome do personagem, calma XD) para dar um golpe de estado e assumir o controle da nação, sob uma nova ordem política que colocava o extermínio de todos os Gohmas como prioridade, afinal a derrota de Vlitra era superficial, em um futuro ela iria retornar e para conseguir manter esse plano, a filha de Asura, Mithra seria usada como condutora de Mantra para acumular poder suficiente para subjulgar Vlitra para sempre, obviamente Asura não concorda em deixar sua filha sofrer mas rapidamente é derrotado por todos os generais presentes, inclusive Yasha e é arremessado na atmosfera, até chegar a Terra e finalmente ir para o Jigoku, o inferno.
Mas antes de cair completamente, Asura é auxiliado por uma estranha aranha dourada que lhe confere os meios para voltar, Asura retorna, mas milênios se passaram, o mundo está devastado por conta da guerra, o próprio Asura não sabe por que voltou, mas um sentimento de fúria intenso arde em seu peito, uma necessidade de vingança extrema faz seu corpo se mover, uma jornada de ira incondicional.
TRILHA SONORA
As musicas do jogo contam com um trabalho excepcional de Chikayo Fukuda que trabalhou em toda franquia de “.hack”, em Asura’s Wrath, foi utilizados de instrumentos clássicos japones ao heavy metal industrial chegando até a trabalhar com mixagens geniais utilizando a 9ª sinfonia de Bethoven com principal arranjo.
DlC’s
Foram lançadas um total de 5 dlc’s para o jogo:
Episódio 11.5 e 15.5 que contam extras dos respectivos capítulos mas em uma arte completamente em 2D que ficou extremamente bonita e vale sim a pena ver.
Part 4 Nirvana, a dlc que contém o final verdadeiro com 4 episódios, possue gráficos mais polidos, o que deixa visualmente mais bonito e ao menos a produção teve a decência de terminar a história de maneira absolutamente incrível e soberba, chegando a patamares narrativos que poucas séries se atreveram a alcançar, qualquer coisa além que se conte disso se torna spoiler XD.
E as duas ultimas dlcs, Lost Episodes 1: At Last, Someone Angrier Than Me (No fim, alguém mais furioso do que eu), onde narra um crossover absurdo entre Ryu de Street Fighter e Asura, em uma luta de super proporções, e a segunda, Lost Episode 2: The Strongest vs The Angriest (O Mais Forte vs O Mais Furioso) onde Akuma aparece, se livra de Ryu e inicia uma luta com Asura com proporções ainda mais absurdas do que a dlc anterior.
MAS E AÍ, VALE A PENA?
Trabalhar com notas é complicado então prefiro argumentos, de fato esse jogo não ira agradar muitos, principalmente aqueles que não ligam para história ou não gostam de anime, se você gosta desses dois itens, pode ter certeza que esse jogo não será uma decepção. Infelizmente esse jogo, além de ser da geração passada, só é acessível em mídia física e quem tem dificilmente irá se desfazer, mas vale sim o esforço de se adquirir e pegar as dlcs para ter a experiência completa, mas caso você não tenha como adquirir e nem as plataformas para jogar, o gameplay completo do jogo se encontra no YouTube, até com legendas em português, afinal, o jogo é um grande anime que pode ser assistido, que apesar dos apesares, contém uma experiência única que deve ser apreciada.
GALERIA
https://uploads.disquscdn.com/images/ac0cb2b399b5d1c385fa610ac02cc86a231bd9c967bee833879aad4b42d04ccf.png
Pra mim ficou no “desamor” só pela ausência de mídia física! XD