Resenha crítica sem spoiler da drama do momento, Celebrity com a estrela Park Gyu Young.
A sinopse de Celebrety é bem simples, uma jovem de Seul acaba vestindo uma roupa caríssima num evento da alta sociedade, mas logo é descoberta e mandada de volta para seu devido lugar. Essa é a jornada de 12 episódios do drama “Celebrity”, que está atualmente fazendo um barulho danado na Netflix.
A gente acompanha a história de Seo Ah Ri (Park Gyu Young), que descobre como as celebridades da internet vivem num mundo de exploração para conseguirem chegar ao topo de seguidores nas redes sociais. Ah Ri mesmo se esforça para se tornar a nova ‘boca rosa’ da Coreia, procurada por todas as marcas, mas desprezada pelas pessoas que vivem ao seu redor.
“Celebrity” projeta um mundo distorcido de influenciadores, onde ninguém tem boas intenções uns com os outros, e todos sobem e descem nesse mundo devido aos ataques e fofocas na internet.
É claro que existem influenciadores ‘bons’ que se esforçam e crescem com base nas suas próprias habilidades e trabalho duro. No entanto, em “Celebrity”, o mundo dos influenciadores é construído de forma sombria, quase criminosa. Eles simplificam isso em algumas cenas incríveis do drama, a primeira cena é literalmente explicando o poder que o influenciador tem com qualquer coisa que postar em sua rede social. Nesse mundo ninguém quer trabalhar de verdade ou fazer qualquer esforço para comprar uma nova bolsa de grife (exceto a nossa protagonista); em vez disso, as influenciadoras mostradas em “Celebrity” se destacam em um assunto completamente oposto – odiar umas às outras.
E isso pesa muito no meu julgamento sobre esse drama. Ele retrata intencionalmente as influenciadoras e celebridades como pessoas cujo o único foco parece ser a futilidade, comentários sem graça e intimidações daqueles que elas acham ‘inferiores’. Elas também parecem genuinamente incapazes de ficar felizes umas pelas outras e, em vez disso, só conseguem ter inveja – e um forte preconceito de gênero que, infelizmente, ainda existe na sociedade coreana.
E todas as personagens femininas não se entendem. Isso deve ter sido intencional dos roteiristas. É a única explicação plausível, além disso, conta muito meu conhecido quase nulo sobre moda e influenciadores. Já que os personagens masculinos são totalmente o contrário, em “Celebrity” eles ocupam posições de destaque, como CEOs, diretores e pertencentes à classe alta. Todos seus movimentos são calculados. É como se gritassem que o mundo das influenciadoras coreanas é uma guerra de ego e que resolvem seus problemas por meio da violência. Em todo o drama, as personagens femininas (exceto a protagonista) são acessórios, enquanto os homens são os gênios que detêm o intelecto profissional e pessoal. E isso é bizarro.
Como eu havia dito acima, pode ser a intenção dos roteiristas essa mensagem.
Reclamei demais, parece até que odiei. Mas na verdade não. Já que o elenco de “Celebrity” , sem dúvida, faz um trabalho incrível de interpretação, independente do roteiro ruim do drama.
Park Gyu Young se destaca fazendo Ah Ri, que é algo completamente diferente de seus papeis anteriores que assisti. Ah Ri é pobre, mas tem carisma de milhões, é fria, mas não é monótona. Seu relacionamento romântico com Jun Kyung (Kang Min Hyuk), funciona demais e tem bastante química. Park Gyu Young será a protagonista das novas temporadas Sweet Home e Squid Game da Netflix, então, ela é o momento da plataforma.
Outro papel que adorei foi de Lee Chung Ah fazendo a milionária Shi Heyon, uma mulher que dedica a vida a gastar dinheiro dos ricos fazendo ações sociais e caridade. Uma das raras personagens que evocam sentimentos positivos no mundo barulhento de “Celebrity”.
Mas “Celebrety” vale o tempo gasto. Vale a produção e a fotografia é uma parada incrível de linda. A história lhe prende muito. Todo mundo quer saber os podres das celebridades da internet, não é? Recomendo com ressalvas!.
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