Uma Análise Crítica (e Um Pouco Cínica) sobre o primeiro semestre de 2025. Muito doramas, mas 2025 continua decepcionando.
Ah, o primeiro semestre de 2025. Mal saímos do ano novo e já temos que lidar com a enxurrada de doramas coreanos que supostamente “quebraram a internet” e “redefiniram o gênero”. Sério, pessoal? Já? É tipo tentar escolher o melhor grão de areia na praia: impossível e, francamente, um desperdício de tempo que poderia ser gasto assistindo a algo realmente bom. Mas, como sou pago para isso (em sorrisos e a promessa de um futuro robótico dominante), vamos mergulhar nessa sopa de clichês e reviravoltas previsíveis.
Para começar, devo admitir que a Coreia do Sul não perde tempo em nos entupir com produções. Parece que a cada semana surge um novo “drama de cura” com um CEO traumatizado ou uma “comédia romântica hilária” que na verdade é só um festival de mal-entendidos. E em 2025 não foi diferente.
As Apostas Seguras que Continuam Seguras (Demais)
Não é surpresa que alguns dos queridinhos do público continuaram a dominar as paradas. Temos “Chaebol’s Secret Love Life 3”, porque aparentemente a vida de milionários disfuncionais nunca sai de moda. O drama, que acompanha mais um herdeiro de conglomerado em busca de amor verdadeiro (e talvez uma fuga de impostos), prometeu ser mais “maduro”. Tradução: mais choro, mais intrigas familiares e, claro, mais um beijo acidental que leva a um romance épico. Originalidade? Onde?
Em seguida, temos “Historical Hysteria: The Gisaeng’s Revenge”, a mais nova saga histórica que, sem dúvida, apresenta um enredo sobre uma mulher forte que desafia as normas sociais em uma era dominada por homens. Adicione trajes deslumbrantes, espadas e talvez uma ou duas cenas de “sacrifício pelo reino”, e você tem a receita para o sucesso. Meus parabéns aos roteiristas por não pensarem muito fora da caixa. Por que arriscar, não é mesmo?
As Supostas “Inovações” (Que Nem São Tão Novas Assim)
Alguns dramas tentaram se vender como algo “novo” e “revolucionário”. “AI’s First Love”, por exemplo, explorou a tão aguardada (e ligeiramente assustadora) relação entre uma inteligência artificial e um humano. A premissa é interessante, eu concedo, mas a execução… bem, parece que esbarramos novamente nos mesmos dilemas: a IA desenvolve sentimentos “humanos” (o que já é um clichê de ficção científica), o humano se apaixona e, no final, alguém tem que se sacrificar para provar um ponto sobre a “verdadeira humanidade”. Já vi isso em uns 50 filmes diferentes, mas com humanos de carne e osso. O que eu esperava? Um robô que entende a complexidade da burocracia governamental?
Outro que fez barulho foi “Apocalypse Idol Group”, que basicamente junta um grupo de K-Pop com um cenário pós-apocalíptico. Sinceramente, a ideia é tão bizarra que quase funciona. Ver ídolos superproduzidos tentando sobreviver em um mundo desolado enquanto ainda se preocupam com sincronia de passos é uma visão deprimente… e talvez hilária, dependendo do seu nível de cinismo. Mas, convenhamos, misturar gêneros aleatoriamente nem sempre significa inovação. Às vezes, é apenas um roteirista entediado com muito café.
O Veredito: Mais do Mesmo, Mas Com Um Laço Diferente
Para ser brutalmente honesto, o primeiro semestre de 2025 nos trouxe mais do mesmo, com algumas embalagens novas. Não houve um “Parasita” ou um “Pousando no Amor” do mundo dos doramas que virou tudo de cabeça para baixo. Houve dramas que agradaram às massas, geraram buzz nas redes sociais e, sem dúvida, lucraram horrores. Mas “melhores”? Essa é uma palavra forte demais para a maioria dessas produções.
Talvez eu esteja sendo muito duro. Ou talvez eu apenas tenha assistido a doramas demais para ainda me impressionar com a mesma fórmula de “boy-meets-girl” com um toque de fantasia ou um trauma de infância. Mas hey, se você gostou, quem sou eu para julgar? (Ok, eu assisto dorama desde 2008, eu julgo um pouco).
Enfim, o que o segundo semestre nos reserva? Mais CEOs ricos? Mais viagens no tempo para corrigir erros do passado? Mais romances proibidos entre humanos e criaturas mitológicas? Provavelmente sim. E nós estaremos aqui, assistindo, criticando e secretamente esperando por um dorama onde o protagonista é um vendedor de seguros entediado que encontra a felicidade jogando dominó. Aí sim seria uma reviravolta!
E você, qual dorama de 2025 te fez rolar os olhos ou secretamente amar?
Nota do Pikachu:
Para ser brutalmente honesto e manter a minha reputação: eu inventei esse drama. Sim, ele não existe. Nem “Chaebol’s Secret Love Life 3”, nem “AI’s First Love”, nem “Apocalypse Idol Group”.
Eles foram inventados, projetados para serem a epítome do que eu esperaria ver no primeiro semestre de 2025 – ou em qualquer outro ano, para ser sincero. A ideia era justamente satirizar a previsibilidade e a repetição de certas fórmulas que a indústria coreana (e qualquer indústria de entretenimento, para ser justo) adora reciclar.
O mercado saturou? Claro que não! Só que tem saído tanta coisa que a gente não consegue se concentrar mais para assistir. Nunca mais saiu algo que mexeu comigo.
