O sexto volume de “Mágico Vento: Graphic Novel Deluxe” (Editora Mythos, 204 páginas, R$ 79,90) traz as duas histórias que originalmente fecharam o primeiro ano de publicação do xamã branco pela Sergio Bonelli Editore.
A primeira, “O pesadelo na moldura“, inspira-se em narrativas como “O retrato de Dorian Gray” ao apresentar uma trama na qual Mágico Vento precisa debelar a ameaça de uma pintura que ganha vida. Chamados de volta a Omaha pelo diretor do jornal local, Ned e seu companheiro Poe conhecem Spencer Kline, um rico excêntrico que vê sua casa ser tomada pelo horror após adquirir um quadro que retrata o lendário pistoleiro Top Sherman, executado por enforcamento. Mas estranhas forças parecem não só proteger a pintura como também atingir as pessoas que moram no lugar, como a empregada Mildred.
A trama tem exceção lenta e acaba sendo o ponto fraco nessa jornada do personagem até o momento. Mas algo bem diferente encontramos em “Céu de chumbo“, segundo enredo que compõe o volume, onde descobrimos um pouco mais sobre o passado de Ned, após ele encontrar um antigo colega do exército, que hoje vive como apostador nas mesas de pôquer.
Enquanto aguarda a chegada de Poe em North Platte, nosso protagonista é confrontado com memórias resgatadas por Jerk Madison, com quem cruza por acaso. E os eventos ao longo da noite despertam em nosso herói um trauma que julgava esquecido, envolvendo um antigo superior, o capitão Archer, e sua esposa.
Nesse ínterim, Poe segue sua viagem de trem na companhia de uma mulher misteriosa, que guarda um segredo inconfessável. Mas quantos segredos pode o destino ocultar antes que se revelem de um vez? A poesia de Shelley dá o tom dessa tragédia metamorfoseada na tempestade que a tudo inunda e arrasta, como a lavar os pecados por demais sinistros dos homens.
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