A editora Todavia anunciou hoje com toda pompa que será a nova casa editorial no Brasil da obra do mítico escritor americano J. D. Salinger. E o começo dos trabalhos não poderia ser por outro livro senão O Apanhador no Campo de Centeio.
Anúncio promovido pela editora Todavia
Clássico romance publicado originalmente em 1951 e com mais de 70 milhões de cópias vendidas desde então, O Apanhador é considerado a representação definitiva da juventude na literatura ao narrar um final de semana na vida de Holden Caulfield, que após sua expulsão do colégio precisa voltar para a casa dos pais, decidindo, entretanto, adiar sua chegada com a má notícia.
Acompanhamos então seus dias vadios por Nova York, marcados por encontros e desencontros, guiados pela narração de um adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão de ressentimento, humor, frases lapidares, insegurança, bravatas e rebelião juvenil.
Esta edição brasileira, com previsão de chegada às livrarias em junho, tem tradução de Caetano W. Galindo e, pela primeira vez, traz a capa original da edição americana, criada por E. Michael Mitchell. Já está confirmado, para os próximos anos, o relançamento de Nove Histórias; Franny & Zooey; Pra Cima Com a Viga, Carpinteiros & Seymour: Uma Apresentação, reunindo assim pela primeira vez no Brasil toda a obra de Salinger na mesma editora.
Essa notícia marca o fim de uma era no mercado editorial brasileiro, talvez ignorada por muitos leitores. Afinal, há várias décadas o livro de Salinger era a única obra publicada pela Editora do Autor, que nascera nos anos 1960 como casa de vários nomes de peso da literatura nacional, como o caso de Rubem Braga e Clarice Lispector, até que um desentendimento entre seus sócios deixasse apenas O Apanhador no seu catálogo.
Capa da edição lançada pela Editora do Autor. O projeto gráfico seguia praticamente inalterado há anos.
O projeto gráfico “espartano” que permaneceu quase inalterado por todo esse tempo seguia as orientações do próprio Salinger, que proibia informações na orelha do livro, por exemplo. As vindouras edições da Todavia, por sinal, já saem sob acordo com Matthew Salinger, que administra o espólio do pai desde sua morte, em 2010.
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