Em “O Ninguém” (Pipoca e Nanquim) fica mais uma vez comprovada a grande habilidade de Jeff Lemire em tratar de questões sociais através de belas histórias.
Desta vez o autor mostra John Griffen chegando em cidadezinha pequena (Boca Larga tem somente 754 moradores), onde normalmente todos se conhecem, e qualquer coisa mais diferente chama a atenção de todos. E é justamente o que acontece porque Griffen tem o corpo todo enfaixado, parecendo uma múmia. Até mesmo os olhos são escondido com uma espécie de óculos da natação escuros.
Exatamente como a sociedade faz com aquilo que não conhece e, consequentemente, não agrada aos olhos, começa a definir como algo perigoso, ao ponto culpá-lo por qualquer coisa que aconteça de errado na cidade.
Uma única pessoa, a filha do dono da lanchonete, é quem faz diferente e decide conhecer John, saber de seus problemas e oferecer ajuda. Mas é claro que isso não será suficiente e a história acaba virando um drama.
A arte de Jeff
A arte de Lemire pode até não parecer tão agradável aos olhos dos leitores mais conservadores, que preferem traços mais limpos, mas quem se deixa envolver, sem dúvida ficará bem feliz com o resultado. Lemire consegue envolver a todos de forma fantástica, transformando, nós leitores, em novos habitantes da cidade Boca Larga.
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