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Good Boy: Crítica do Dorama de Ação com Park Bo-gum no Prime Video | Vale a Pena?

Análise completa e sem spoilers de 'Good Boy', o novo k-drama de ação da Netflix. Park Bo-gum largou o romance pela pancadaria? Vale a pena? Falamos sobre o elenco, a direção de 'Beyond Evil' e damos nosso veredito. Entre e descubra se o dorama é bom mesmo.

Good Boy
Reprodução

Imagine que você foi um atleta de ponta, uma lenda olímpica, mas a vida, essa roteirista sádica, te deu uma rasteira. Uma lesão, uma dívida, uma crise existencial… e de repente, a glória do pódio virou poeira. O que você faz? Monta um grupo de coach? Vira influencer fitness?

Não. Em “Good Boy”, essa galera se junta para virar um grupo de super  policiais.

Os primeiros episódios apresentam esse esquadrão de “Vingadores Olímpicos” em desgraça. Liderados (ou pelo menos protagonizados) por Yoon Dong-ju (Park Bo-gum), um ex-boxeador medalha de ouro que era pura agressividade no ringue, mas que agora precisa aprender a seguir regras. Junto a ele está Ji Han-na (a sempre competente Kim So-hyun), uma medalhista de ouro no tiro que era conhecida por sua calma glacial e agora precisa lidar com o caos do trabalho policial.

A dinâmica inicial é um prato cheio de comédia. Eles têm o físico, a disciplina (teoricamente), mas zero noção de procedimento policial. É a força bruta contra a burocracia, a mentalidade de atleta contra a malandragem das ruas. O tom transita entre a comédia pastelão dos seus primeiros dias e o drama pesado das histórias pessoais que os levaram até ali.

Atualmente, “Good Boy” é uma produção original da JTBC na Coreia do Sul, e sua distribuição internacional está sendo feita pelo Prime Vide.

Ah, então quer dizer que o “Bom Garoto” da nação, o queridinho das vovós e das agências de publicidade, Park Bo-gum, decidiu que ser bonito não era o suficiente e agora quer distribuir sopapos na tela? Adoro o atrevimento. Vamos dissecar essa empreitada.

 

Good Boy
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Park Bo-gum: Pronto para a Ação ou só um Rosto Bonito em Perigo?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares, não é? A sua suspeita é pertinente. Park Bo-gum construiu uma carreira sólida sendo o “namoradinho da Coreia”. De Reply 1988 a Love in the Moonlight, seu pão com manteiga sempre foi o charme, o sorriso contagiante e o olhar de cachorrinho que caiu da mudança. O maior desafio dele não é físico, é de percepção. O público está condicionado a vê-lo como o cara sensível e romântico. Convencer a todos de que ele é um ex-lutador que resolve as coisas no soco é uma batalha contra a própria “marca” que ele criou. Ele não tem um currículo extenso em papéis de ação pura. Seobok teve elementos de ação, mas ele era o protegido, não o protetor.

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Agora esqueça o rosto do cara por um segundo. Park Bo-gum serviu na Marinha da Coreia do Sul, uma das forças mais exigentes. Isso implica um nível de disciplina e condicionamento físico que não se adquire fazendo comercial de cosmético. O serviço no exército é puxado. Um ator do calibre dele não escolheria um papel desses por acidente. É uma declaração de intenção clara: ele quer quebrar a imagem de “bom moço”. Ele treinou boxe intensivamente para o papel, e isso transparece nas primeiras cenas. Até o capítulo cinco, ele convence em todas as cenas de ação.

Elenco, Direção e Produção: A Espinha Dorsal do Projeto

Aqui é onde a coisa fica realmente interessante e minhas expectativas sobem.

Elenco: Além de Park Bo-gum e Kim So-hyun (que é uma atriz veterana presa no corpo de uma jovem de 20 e poucos anos e que raramente erra), o elenco de apoio conta com nomes como Lee Sang-yi, um mestre em roubar a cena, conhecido por papéis em Hometown Cha-Cha-Cha e Bloodhounds. Ele traz uma energia caótica e carismática que complementa os protagonistas. Lee Sang-yi como Kim Jong-hyeon Um ex-esgrimista (sabre) medalhista de prata. Ele se esforça para se formar na academia de polícia com o objetivo de se reencontrar com sua ex-namorada, Ji Han-na, adicionando uma camada de tensão romântica ao grupo. Tae Won-seok como Shin Jae-hong Um ex-atleta olímpico do arremesso de disco e medalhista de bronze. É a força bruta e o coração do time, conhecido por sua lealdade e força descomunal. Além do lendário Oh Jung-se como Min Ju-yeong.

Além disso, o elenco assume que Good Boy precisa ter elementos de comédia tão diretas. É hilário demais. E não cansa.

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Direção (Shim Na-yeon): Preste atenção neste nome. Ela dirigiu duas obras-primas recentes: “Beyond Evil” e “The Good Bad Mother”. “Beyond Evil” é um dos thrillers psicológicos mais tensos e bem escritos da última década. “The Good Bad Mother” é um drama que te faz chorar em posição fetal. Isso significa que a diretora é uma especialista em extrair performances incríveis do elenco e em construir atmosferas densas, seja de suspense ou de emoção. Ela não faz trabalho superficial.

Roteiro (Lee Shin-hwa): A roteirista é a mesma de “The Uncanny Counter” (Caçadores de Demônios). Preciso dizer mais? “The Uncanny Counter” é o exemplo perfeito de como misturar ação, comédia, drama familiar e fantasia de uma forma coesa e viciante. A experiência dela nesse tipo de roteiro híbrido é o maior selo de qualidade que “Good Boy” poderia ter.

A premissa de “atletas viram policiais” pode parecer genérica, mas a execução tem potencial, eu estou achando excelente.  Se você está procurando algo que seja divertido, mas que também tenha substância, pode apostar suas fichas aqui. Na pior das hipóteses, você se diverte com as trapalhadas deles. Na melhor, você encontra um dos melhores dramas do ano. Vá sem medo.

 

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.