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O Método Kominsky Ou A Velhice Em Cena

Entre as diversas séries lançadas pela Netflix ano passado, O Método Kominksy chamou atenção pela temática e o elenco de peso. Criada por Chuck Lorre (a mente por trás de seriados famosos como The Big Bang Theory e Dois Homens e Meio), tem elenco encabeçado por Michel Douglas e Alan Arkin. Ganhadora de 2 Globos de Ouro na última premiação, incluindo melhor série de comédia, já foi renovada para uma bem-vinda segunda temporada, em vista do trabalho bem feito da temporada de estreia.

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Na série, Douglas interpreta Sandy Kominsky, um veterano ator e dono de uma escola renomada de atuação. De temperamento um pouco difícil, Sandy tem em Norman, seu empresário e melhor amigo, a companhia certa nessa etapa da vida. Os dois se aproximam ainda mais após a morte de Eileen, esposa de Norman que pede a Sandy para acompanhá-lo nesse momento difícil. A partir desse ponto, a produção explora em breves oito episódios as agruras e dificuldades enfrentadas na velhice de seus protagonistas, tudo com sarcasmo e um humor agridoce.

Sandy, por exemplo, enfrenta problemas com sua próstata, e reluta em procurar ajuda médica. Norman, por outro lado, atravessa seu luto apresentando possíveis sinais de demência, como as conversas que imagina com sua falecida esposa.

Cada um possui uma personalidade marcante e diferente do outro, deixando os diálogos engraçadíssimos. O texto explora as diferenças de personalidade dos amigos, dando espaço para que os atores brilhem: enquanto Sandy se mantém sexualmente ativo e levando uma vida social como se negasse a idade, Norman se fecha para o mundo e, com sua rotina reclusa, demonstra resignação com as limitações da velhice.

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Em cima dessas características, muitas situações são desenvolvidas, como a relação de Sandy com seus alunos, em especial Lisa, interpretada pela atriz Nancy Travis, divorciada e com um filho adolescente eu não aceita o envolvimento da mãe com Sandy. Ou quando Norman decide com relutância retornar ao trabalho e sofre o choque com a geração hiperativa e conectada às redes sociais.

Outro ponto a se destacar é o contraponto desenvolvido na relação de cada um com sua respectiva filha. Enquanto Mindy, filha de Sandy, busca superar os traumas passados na relação com seu pai; Phoebe, filha de Norman, é uma fonte inesgotável de problemas. A personagem transita entre estereótipo da junkie e a pessoa que busca por reabilitação, rendendo boas cenas.

O Método Kominsky demonstra, assim, uma rara sensibilidade no retrato que propõe da velhice e apresenta uma das atuações mais honestas de Michael Douglas, sem esquecer da participação hilária de Danny DeVito. A esperar pela próxima temporada e os temas a serem tratados.

Parnaibano, leitor inveterado, mad fer it, bonelliano, cinéfilo amador. Contato: rafaelmachado@quintacapa.com.br