Quando foi anunciado o retorno de Claudio Nizzi ao universo texiano, houve grande alvoroço entre os leitores, ávidos e curiosos por novos trabalhos do mestre italiano. Afinal, Nizzi foi o principal roteirista de Tex por mais de duas décadas, sendo o responsável por arcos clássicos como “Chamas da Guerra” e “Fuga de Alcatraz“, entre inúmeros outros contos memoráveis.
Nessa volta após 6 anos distante do personagem, seu primeiro texto apareceu no volume 15 da italiana “Color Tex”, editada no Brasil como “Tex Edição Especial Colorida“. “Forca para um inocente” marca também a estreia na saga texiana de Rodolfo Torti, conhecido por seus desenhos na série de Martin Mystère.
O traço estilizado, quase cartunesco em algumas passagens, mas cheio de personalidade e astúcia embala uma trama ágil, com a participação equilibrada dos quatro pards e apresentando como adversário um patife que encarna o próprio malfeitor do Oeste americano, rico, arrogante e violento, que se enxerga acima da lei.
Aqui, a investigação sobre o tráfico de uísque vendido a indígenas leva Kit Willer e Jack Tigre a Holbrook, onde se empenham na destruição de uma destilaria clandestina. Mas a rápida ida ao saloon para celebrar o feito se transforma numa tragédia quando Kit se envolve numa briga e acaba matando o filho de um poderoso local, Dan Korrigan. Levado à cadeia antes que fosse linchado pelos presentes, Kit corre sério risco de vida. Ciente disso, Tigre avisa o mais rápido possível Tex, que sai da reserva navajo na companhia de Carson em disparada para salvar o jovem.
Assim, tem início um embate entre Korrigan, determinado a reafirmar seu poder perante Holbrook e fazer “justiça” com as próprias mãos, e Tex. No entanto, engana-se ao pensar que liquidará a fatura rápido: afinal, o ranger e seus parceiros são ossos duros de roer e estão dispostos a tudo para esclarecer os fatos e restabelecer a verdade.
Nizzi elabora uma história célere, convidando o leitor a apreciá-la num fôlego só. Os diálogos são fluidos, e praticamente não há “gordura” na trama. A colorização em tons vibrantes casa de maneira harmoniosa com o estilo de Torti. Desse modo, “Forca para um inocente” marca o retorno de Nizzi em boa forma, afiado e ainda com boas histórias para contar. Sorte nossa – e de Tex.
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