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Resenha: A Morte dos Mutantes (Universo Marvel 16)

Minissérie que junta Mutantes e Inumanos do Universo Marvel é a prova cabal que os heróis X vivem seu pior momento

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Desde a mega saga Guerras Secretas, de Jonathan Hickmann, o universo Marvel deu um salto de 08 meses na sua história. Quando as edições foram relançadas pode-se perceber nos títulos dos heróis mutantes que a situação era gravíssima para a espécie. Com um número reduzido desde Dinastia M, os mutantes agora enfrentavam um novo mal que não só os matava, como, também, os esterilizava, impedindo o nascimento de mutantes: as névoas terrígenas.
Essas névoas fazem parte da cultura de outros personagens da Marvel, os Inumanos. Com as névoas, as pessoas que tinham em seu DNA traço de inumanidade se transformariam, ganhando super poderes. Antes restrita a viverem de forma isolada, os Inumanos ganharam um destaque no mundo após o seu rei, Raio Negro, dispersar as névoas terrígenas na atmosfera da terra, quando ativou uma bomba que visava matar o vilão Thanos, na saga Infinito, também, de Hickmann.
Porém, a contextualização da situação das raças mutantes e inumanas foge à simples narrativas dos quadrinhos, pois algo mais estava por trás das decisões da Marvel. Impedida de usar no cinema os mutantes, já que os direitos estavam com a Fox, a Marvel resolveu colocar para escanteio os mutantes e trazer para os holofotes outra raça de seres poderosos, os Inumanos.
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Nesses 08 meses de hiato do universo Marvel, e de política anti mutante da editora, ocorreu a saga agora publicada no Brasil em Universo Marvel 16: Morte dos Mutantes.
Publicada originalmente em dezembro de 2016 com o nome de Death of X, a saga tem inicio com os heróis mutantes tomando conhecimento que a névoa terrígena que ronda o globo está matando os mutantes. Ao atender um chamado na ilha Muir, a equipe de Ciclope e Emma Frost se deparam com um cenário de desolação, levando os mutantes a tomarem uma medida desesperada para acabar com esse novo perigo que ronda a espécie.
Porém, as névoas terrígenas são objeto de adoração pelos Inumanos, já que dela nascem novos seres. Destruí-las seria destruir a crença Inumana e o futuro da espécie deles. Ciente desse cenário de guerra iminente, Scott Summers e Emma Frost decidem tomar a dianteira e destruir as névoas que estão matando os mutantes.
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Os roteiristas encarregados pelo título são os mesmos que cuidam dos títulos dos X-men e dos Inumanos, Jeff Lemire e Charles Soule, respectivamente. O que se pode elogiar do trabalho dos dois no roteiro dessa minissérie é que há um sentimento tangível de ameaça para os mutantes. O impacto das névoas terrígenas matando mutantes e o mundo respondendo as alegações de Ciclope é angustiante, dando conta que ali poderia estar na iminência de uma tragédia sem volta.
Porém, muito depõe quanto a qualidade de Morte dos Mutantes. O conflito X-men versus Inumanos fica só na promessa, servindo a minissérie apenas para ser um prólogo de algo maior; o encontro entre as duas equipes se dá com o time B dos Inumanos, liderados por Cristalys, tendo Raio Negro e Medusa só aparecido no dramático final; a presença de Magneto, figura sempre importante no tabuleiro de super seres pela sua alta capacidade destrutiva, não é aproveitada de forma satisfatória. Mas, o maior ponto negativo da saga é a incongruência sobre o que se contou nos demais títulos da linha mutante até ali.
A Morte dos Mutantes por se passar nesse período de 08 meses esquecidos da Marvel serviria para mostrar o quanto Ciclope tinha se tornado um vilão. Personagens como Magia, aliada do líder mutante, chamavam Ciclope de genocida em revistas que se passavam cronologicamente após Morte dos Mutantes. Na revista dos Campeões, o jovem Ciclope é comparado a Hitler quando crescer. E isso não se vê de forma alguma em Morte dos Mutantes. Tamanha expectativa vai por água abaixo para o leitor que acompanha os títulos dos X-men. Tamanha incongruência ou foi por falta de controle dos roteiristas e dos editores na Marvel americana ou foi porque os rumos do líder mutante foram mudados de última hora devido à péssima recepção dada à atual situação dos X-men.
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Mas a incongruência não ficou restrita a Marvel não. Essa série foi publicada em Universo Marvel vol. 04 nº 16, título brasileiro no qual os mutantes não são publicados. A série ainda divide espaço com as histórias do Surfista Prateado e Nova no mix. Atitude questionável da Panini Comics, já que não foi congruente com sua postura de centralizar os títulos de uma franquia apenas em uma revista. Morte dos Mutantes seria melhor publicada em um número extra do título X-men ou em uma edição especial de 100 páginas, pois a minissérie é curta, tendo apenas 04 edições americanas. O leitor brasileiro dos mutantes teve que desembolsar R$ 21,90 para saber o destino de Ciclope e cia, levando de brinde duas histórias que não condizem com a saga contada até ali.
Mas se os roteiros deixam a desejar, além da publicação brasileira, os desenhos de Morte dos Mutantes são muito bons. Oriundo da DC, o desenhista Aaron Kuder entrega boas composições de páginas e caracterização de personagens. Apesar de dividir os créditos com outro desenhista, Javier Garrón, a saga tem desenhos que não destoam entre si, fazendo desse o grande trunfo do trabalho de arte.
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Contando com um roteiro que busca apenas preparar o terreno para a futura saga X-men vs Inumanos (apesar da excelente virada final de roteiro), A Morte dos Mutantes é uma saga bem desenhada que serve apenas para reforçar o péssimo momento que os mutantes vivem. Contando com uma publicação atrapalhada em outro título que não faz parte das publicações X, essa saga só serve para passar um sentimento de emergência para a raça mutante e mostrar o destino do outrora herói Ciclope.
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Nota:
Roteiro: 06/10. O sentimento de urgência passada pelo roteiro e o destino de Ciclope não esconde que Morte dos Mutantes é mais uma prévia da próxima série da Marvel do que uma história que se sustenta por si.
Arte: 08/10. Mesmo contando com dois desenhistas, os desenhos são uniformes e mantém a qualidade.
Narrativa: 07/10. Roteiro e arte fazem com que o leitor continue até o final das 100 páginas de Morte dos Mutantes. Porém, a história não é nada memorável, apenas mais uma peça na atual situação mutante.
Acabamento da edição nacional: 5/10. Publicado em título diverso da franquia mutante, a edição nacional faz com que essa minissérie seja lançada ao lado de outros títulos que não condizem com o que está sendo contado com os mutantes, figuras principais da história.
Nota Final: 6.5/10.
Ficha técnica:

Número de páginas: 148.
Formato: Americano (17 x 26 cm), Colorido e Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 21,90
Publicado: fevereiro de 2018.

 

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Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.