Há alguns dias foi anunciado o ator que interpretará Spawn no cinema no reboot do personagem. O site Quinta Capa trouxe um ótimo resumo sobre o personagem e nada mais adequado do que fazer uma resenha de uma mini-série dele escrita pelo mago Alan Moore.
Spawn acabou de chegar do Céu e percebe que o seu uniforme é uma entidade viva que se comunica com ele. Quando dorme, ele é levado a um mundo de onde veio a sua vestimenta, porém em alguns momentos ele acorda e está em lugares onde não se lembra. Se o uniforme o leva a se movimentar, que tipo de coisas ele pode fazer sem que o seu hospedeiro esteja consciente?
Ao mesmo tempo, pessoas são assassinadas e um policial cheio de pose acusa Spawn pelos crimes e pior, o acusa de ser um vampiro! Se Al Simmons não sabe o que o uniforme dele o leva a fazer, como saber se ele não é o responsável pelas mortes?
Essa mini-série foi publicada no Brasil em 1998 em duas edições de 52 páginas em formato americano e papel lwc. Como qualquer revista da Image nos anos 90, a revista chama a atenção pelos desenhos, nessa os traços são de Tony Daniel e Kevin Conrad que trazem belos desenhos e sem receio de exagerar na violência, eu gosto como eles fazem o enquadramento interagindo com a ambientação. Uma outra característica típica dessa época é o constante uso das páginas com um quadro apenas, afim de valorizar a arte e trazer poucos balões.
Alan Moore assina a obra, mas acho que hoje ele nem gostaria de lembrar disso. O roteiro quando trata da relação de Spawn com o uniforme lembra muito a saga do Uniforme Negro do Homem-Aranha, personagem que Todd McFarlane, criador do Spawn, desenhou por anos. Se o início é ruim, por essa similaridade, o final é muito pior.
McFarlane convidou artistas de peso para escrever Spawn, além de Moore foram convidados Neil Gaiman e Frank Miller. Esses artistas são lembrados por sua obra nas mais diversas editoras, eles produziram histórias inesquecíveis exceto em Spawn. Isso me leva a perguntar sobre a liberdade criativa dos autores pelo criador do personagem. Como alguém que criou Watchmen, V de Vingança, Monstro do Pântano produz algo tão esquecível? Para quem argumenta que Moore fez poucas histórias pra Spawn, lembre-se que a DC deu a possibilidade pra que ele escrevesse o Superman e ele criou “Para o Homem que Tem Tudo” uma história que até hoje é citada em mídias fora dos quadrinhos.
Spawn Feudo de Sangue é uma história divertida e esquecível com bons desenhos bem dentro do padrão Image Anos 90.
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