O romance gráfico de Charles Forsman sobre fugitivos adolescentes no meio-oeste americano, agora adaptado para a TV, é uma epopeia sinistra em miniatura.
[Autoria: James Smart.]
[Tradução: Dani Marques, idealizadora do zine “Desembucha, mulher!”.]
A história dos dois adolescentes em fuga começou como uma série de de quadrinhos de oito páginas em 2013, no meio-oeste norte-americano. Reimpressa como uma graphic novel após uma aclamada adaptação do Channel 4 e Netflix e ambientada no Reino unido, é uma curta e satisfatória balada de angústia e assassinato em massa
James e Alyssa fogem de suas casas depois que ele soca o próprio pai, e rouba o carro da família. Eles narram capítulos alternados do livro, ao mesmo tempo que conta de forma honesta como adolescentes se sentem deslocados, além de retratar uma cidade pequena sinistra dos Estados Unidos, habitada por valentões, agressores e satanistas.
A história dos adolescentes fugitivos recebe às vezes uma entonação romântica, apesar do pouco sentimentalismo que há nesse pequeno épico desenhado em linha, que começa com um relato muito engraçado de uma infância complicada (“quando eu tinha 9 anos percebi que não tinha senso de humor… fingi me apaixonar por Alyssa ”) que vagueava de cidade em cidade, pegando carona e se escondendo em casas, à medida que James vai ficando cada vez mais violento. As situações escritas por Forsman vão do diálogo forte ao emocionante entre adolescentes, de uma forma simples e inquietante.
[*] Artigo publicado em THE GUARDIAN (23/03/2018)
[**] Todos os textos traduzidos possuem conteúdo meramente didático e não lucrativo. Para citações deve-se recorrer ao original.
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