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Resenha | Epica – Omega (2021)

Epica transforma questões metafisicas em maestria musical com seu novo álbum Omega.

Epica
Capa do álbum Omega (Reprodução/Divulgação)

Depois de cinco anos, os holandeses do Epica trazem mais um álbum sem precedentes para o metal sinfônico, conheça e escute Omega.

O metal sinfônico é uma faca de dois gumes, ora é bem afiada como uma navalha, ora o corte é cego. A única coisa que existe e mantém o gênero vivo, são as bandas que não querem fazer as coisas pela metade. A maioria ama arranjos orquestrados, composições complexas e letras épicas, mas ainda assim, o metal sinfônico ou é cativante ou acaba se transformando em um gênero que muita gente não gosta.

O que foi dito acima também pode caracterizar perfeitamente o papel do Epica neste quesito e contexto musical. Uma banda que tem a reputação de turnê difícil por todo trabalho que é montar o som que eles tocam ao vivo. Com cinco anos sem lançar nada significativo no mercado, mesmo sendo uma das maiores referências, eles ainda encontraram tempo para lançar trabalhos – como o EP Epica vs Attack On Titan Songs e a biografia Essence of EPICA, mas um álbum completo tinha sido o The Holographic Principle (2016).

Lançando  Omega, a parte final da trilogia metafísica que eles começaram com The Quantum Enigma (2014), o Epica reivindica o trono da banda mais importante do gênero no mercado.

Epica
Reprodução/Divulgação

 

Abrindo com a introdução instrumental necessária, o piano/teclado constrói lentamente suas notas com uma flauta ao fundo para entregar a primeira e bombástica faixa Abyss of Time. Como single principal, Abyss of Time deu um sabor decente do que esperar do Omega, mas garantiu que algumas surpresas fossem mantidas em segredo.  Tem tudo o que esperamos do EPICA; Os vocais quase líricos de Simone Simons, os grunts profundos do Mark Jansen e uma produção musical com selo característico da banda. A faixa também tem uma quebra musical quando deixa de lado os elementos sinfônicos para abrir os riffs esmagadores seguindo a voz do Mark Jansen. 

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Em seguida vem The Skeleton Key, que foi escolhida para diminuir a velocidade da narrativa, ainda assim continua uma faixa poderosa. Seu tom mais sombrio e ritmo mais lento contam sobre uma ameaça iminente que está por vir, embora isso seja dissipado com um breve interlúdio em que os vocais da Simone Simons são acompanhados por um coro infantil (algo com que a banda nunca trabalhou antes).

 

Como é típico dos trabalhos anteriores do EPICA, essas faixas garantem elementos musicais sejam inseridos e executados. Eles não esqueceram suas origens musicais, Seal of Solomon e Code of Life trazem um instrumental e melodias (orquestras e corais) inspiradas no oriente.. Gaia conta a história dos maus tratos ao nosso mundo, mesmo que eles não tenham optado pela abordagem da resignação ou da miséria. Em vez disso, escolheram falar sobre a importância de lutar por um mundo melhor e curar o planeta; claro, tudo sendo executado numa composição incrível e épica.

E eis que chegamos na faixa central do álbum, Kingdom of Heaven, Pt. 3 – The Antediluvian Universe, uma jornada, uma odisséia de treze minutos e meio através de todos os vários elementos e eras do som do EPICA. Essa faixa atua como a conclusão da trilogia Kingdom of Heaven e também para homenagear a falecida avó de Jansen. Ela abre com linhas de guitarras exuberantes, metal pesado e coros.  É uma faixa verdadeiramente sem precedentes que reúne elementos díspares e movimentos separados em um todo coeso e atraente que voa no que parece uma fração de seu tempo de execução.

Muitas bandas usariam essa faixa como a conclusão natural de seu álbum; mas o EPICA não é todo mundo. Omega dura mais de setenta minutos, para os padrões musicais, é um álbum longo, mesmo sendo metal sinfônico. Mas isso não tira o brilho da execução total. É variado e dinâmico; Rivers é uma balada suave para contrastar com a obra prima épica que foi a faixa anterior, onde Synergize – Manic Manifest pega o ritmo de volta para entregar Omega – Sovereign of the Sun Spheres, uma faixa de sete minutos trompas triunfantes, algumas melodias com linhas orientais.DEVIN TOWNSEND ficaria orgulhoso de tocar essa música.

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Ao passo que os álbuns anteriores The Quantum Enigma e The Holographic Principle se aprofundaram em princípios científicos,  Omega opta por uma abordagem pessoal e individual desses temas. Baseando-se fortemente na A Tábua de Esmeralda (ou Tábua Esmeraldina), o livro base da alquimia, princípios científicos e em experiências sensoriais, a banda combina esses conceitos e sua música no que só pode ser descrito como  um conto épico de alta literatura fantástica. O nível musical da banda é soberbo e Omega se torna  uma conclusão adequada para a trilogia que começou com The Quantum Engima, uma nova era de como se toca o metal sinfônico.

Epica
Epica (Banda)

 

Simplesmente incrível, recomendo.

 

Ouça o Omega:

Spotify

 

Site oficial do Epica.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.