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Crítica | “Coda – No Ritmo do Coração” o melhor filme do ano

Conheça “Coda – No Ritmo do Coração” o grande vencedor do Oscar de melhor filme de 2022.

CODA
Reprodução

Conheça “Coda – No Ritmo do Coração” o grande vencedor do Oscar de melhor filme de 2022.

Finalmente assisti “Coda – No Ritmo do Coração” e entendi porque ele mereceu o Oscar de melhor filme do ano. Você termina ele chorando e com um sorriso no coração.

Para quem não sabe, “CODA” teve sua estreia em janeiro de 2011 no Festival de Cinema de Sundance. Onde ganhou quatro prêmios, incluindo o prêmio principal, o Grande Prêmio do Júri, além de um Prêmio Especial do Júri para o Elenco, o Prêmio de Direção e o Prêmio do Público. Sua estreia Global foi simultânea nos cinemas e no serviço de streaming da Apple TV+ apenas em agosto de 2021 e de lá até o Oscar, o filme sempre foi mencionado por especialistas e não especialistas de cinema sobre sua importância e qualidade.

O longa de estreia da diretora Siân Heder, “Tallulah”, foi também no Sundance em 2016. A diretora, que também é roteirista, voltou ao festival em 2021 com o filme “CODA”, um drama familiar tocante e divertido sobre uma adolescente chamada Ruby (Emilia Jones) que é a única membro ouvinte de uma família surda. “CODA” é uma sigla em Inglês, que significa Children of deaf adults usada para identificar os filhos de Pais Surdos.

O filme é baseado na comédia dramática francesa de 2014 “La Famille Bélier”. Ele conta os obstáculos enfrentados pelos surdos em um mundo ouvinte, além de ser um amadurecimento que Ruby precisa ter para sua pouca idade, ela ainda está fazendo o ensino médio.

“CODA” é repleto de muitos momentos edificantes, uma verdadeira joia com um equilíbrio perfeito de emoções que variam de momentos de lágrimas a comédia. As cenas mais engraçadas são cortesia de Troy Kotsur  como o adorável pai de Ruby, Frank. Kotsur cresceu como o único membro surdo de sua família verdadeira e cada cena que ele aparece é uma aula de interpretação utilizando apenas expressões faciais.

Troy Kotsur é um homem de muitos talentos e prova disso é que o vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante de 2022 por causa de “CODA”, ele participou da criação de uma língua de “O Mandaloriano“. A língua em questão é a do Povo das Areias, que usa uma língua de sinais para se comunicar. 

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Ruby, sendo o único membro ouvinte de sua família, está sujeita a muitos momentos embaraçosos. Em uma cena, seus pais começam a fazer sexo selvagem sem saber que sua filha convidou o amigo de escola (e paixão) Miles (Ferdia Walsh-Peelo) para praticar para o coral. Frank também gosta de envergonhar Ruby ao ouvir no volume máximo do seu carro gangsta rap ao buscá-la na escola. Ele não consegue ouvir a letra, mas ainda consegue sentir os graves desse gênero musical. Ainda bem que ele não consegue ouvir a letra.

O elenco também inclui Daniel Durant como o irmão mais velho de Ruby, Leo, que está constantemente no Tinder (há uma cena engraçada que envolve o uso do aplicativo de namoro na mesa de jantar). Durant também é surdo e multitalentoso. Leo pode não se destacar tanto quanto os outros personagens, mas desempenha um papel vital em fazer com que sua família aceite o fato de que Ruby não pode ficar em casa para sempre cuidando deles. Leo está mais do que pronto para assumir o controle do negócio de pesca da família, mas seus pais confiam demais em Ruby para ajudá-los a se comunicar com clientes e parceiros de negócios.

Quando não está na escola, Ruby ajuda o pai e o irmão na pesca de madrugada, servindo de intérprete-negociadora quando vão ao mercado vender os peixes. Mas o verdadeiro amor da adolescente é cantar, o que ela costuma fazer no barco. Ela canta muito bem, mas nunca pensou em se juntar ao coral até conhecer Miles, que se inscreveu para a aula. Walsh-Peelo, que além de ator é realmente vocalista e um grande músico, mais uma vez usa sua guitarra fornecendo vocais suaves ao lado de Emilia Jones, os dois têm uma ótima química.

Roubando quase todas as cenas em que aparece, o ator e comediante mexicano Eugenio Derbez oferece sua melhor performance como professor de coral do ensino médio Bernardo Villalobos, Sr. V para os alunos. Ele acredita que Ruby é uma cantora tão talentosa que está disposto a abrir mão de seu tempo livre para trabalhar com ela para que ela possa fazer um teste para a Berklee College of Music. Ruby nunca pensou em ir para a faculdade, ela imaginou que seu lugar sempre seria em casa trabalhando ao lado de sua família. Mr. V ajuda Ruby a perceber que ela deve perseguir seu sonho e começar a viver sua própria vida.

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A diretora Siân Heder e Emilia Jones aprenderam A Língua de Sinais para o filme. Seu compromisso com a autenticidade faz do “CODA” um olhar genuíno não apenas para as lutas enfrentadas pela comunidade surda, mas principalmente para suas realizações. É sobre Ruby lutando pela sua independência e compromisso com sua família. É uma mensagem muito poderosa. Esse foi um dos motivos do filme também ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

É incrível ver Marlee Matlin de volta às telonas depois de fazer sua estreia  em “Filhos de um Deus Menor”, de 1986. Matlin tem um desempenho sólido como a matriarca sexy da família que aceita que ela deve deixar Ruby ir. Mas, ao mesmo tempo, Jackie é egoísta e não entende por que sua filha seguiria a carreira de cantora, já que o resto da família é surda.

O segundo filme de Siân Heder oferece muitas risadas, canções lindas e momentos emocionantes, especialmente durante o arco final. Há uma cena brilhante em que a família assiste ao recital de canto de Ruby. No meio de sua performance, a diretora corta o áudio para dar a você a perspectiva da família surda. Os lábios se movem, as mãos batem palmas, mas tudo está em silêncio. Como eles não podem ouvir sua filha, eles avaliam seu desempenho olhando ao redor do auditório para estudar a reação da multidão. É uma cena reveladora e perfeita. Bem aqui o filme ganhou o Oscar. Mais tarde, vemos Frank pedir a Ruby que cante para ele, colocando as mãos no pescoço dela para sentir as vibrações. E se você não chorar, alguma coisa quebrou dentro de você.

A vitória de “CODA” ainda tem o fator simbólico de ser a primeira conquista de um serviço de streaming no Oscar de Melhor Filme. Curiosamente, a conquista vai para a Apple, estúdio marcado por campanhas não bem-organizadas, mas que encontrou na produção estrelada pela Emília Jones um grande candidato.

“CODA” é irresistível e um dos melhores filmes que você verá na vida.

Ele está disponível na Apple TV+ e Prime Video.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.