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Crítica | DEEP PURPLE – WHOOSH! (2020)

Whoosh! é moderno, clássico e além de tudo isso, traz um Deep Purple ainda criativo e ótimo de ouvir do começo do ao fim.

Deep Purple
(Reprodução/Divulgação)

Whoosh! é moderno, clássico e além de tudo isso, traz um Deep Purple ainda criativo e ótimo de ouvir do começo do ao fim.

As lendas do rock clássico Deep Purple continuam na estrada da música mais vivos do que nunca, rumo à próxima década com seu vigésimo primeiro o álbum de estúdio “Whoosh!”. Talvez seja o que tenha as maiores faixas da história da banda no quesito tempo de execução, mas a capacidade do Deep Purple de encontrar um ritmo e produzir música excelente nunca mudou; na verdade, provavelmente está tão bom aqui quanto antes.

Deep Purple, para ser sincero, nunca produziu um álbum ruim, se eles lidaram com o espírito da mudança musical todos esses anos ou aguentaram fãs saudosistas, não importa muito, já que a banda encontrou o que chamamos de zeitgeist no álbum “Whoosh!”.

Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos. Significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo – leia mais aqui.

Nos últimos três álbuns, a composição da música atingiu uma verdadeira nova cor púrpura (trocadilho), o bom relacionamento com o produtor lendário e polêmico Bob Ezrin ajudando no groove e trazendo novas linhas de sons e notas. “Whoosh!” tem faixas de 3-5 minutos, executada por cinco músicos virtuosos tocando o epítome do rock clássico com as portas abertas para o progresivo e um toque moderno. É isso mesmo, uma banda que lançou seu primeiro álbum em 1968 ainda consegue inovar e aceitar que a música é dinâmica.

Como o predecessor do álbum “Infinite” de 2017, há tendências para o blues, e em algumas faixas com peso do rock que eles criaram; o pianista Don Airey claramente aprecia um pouco de Bach tanto quanto Jon Lord, ex-tecladista/pianista do Depp Purple. Junto com esse lendário músico ainda temos o cantor Ian Gillan, o guitarrista Steve Morse, o baixista Roger Glover e o baterista Ian Paice. Nomes que estão na estrada da música há mais tempo que eu tenho de idade.

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A primeira faixa foi o single, ‘Throw My Bones’, começa com um som de guitarra robusto com elementos de funky britânico. Ian Gillan é majestoso do começo ao fim.

Depois vem ‘Drop The Weapon’, uma introdução de guitarra que lembrou a execução do Angus Young, a música é sólida e tem muito teclado de Don Airey. Depois, há ‘We’re All the Same in the Dark’, a primeira faixa do cd que tem referências dos anos 80 da banda.

Há muito criatividade em cada faixa, especialmente vindo de Don Airey, cada música diferente, mas o grande nome é sem dúvidas Ian Gillan. É um dos melhores cantores de rock que existe, nunca ouvi nada que ele cantou fosse mediana. O cara é um grande músico e uma inspiração. “Whoosh!” tem uma execução incrível, Ian Paice (Bt) e Roger Glover (B) estão reformulados e trazem novidades incríveis em suas performances. Roger tem 74 anos e Paice tem 72, sendo o último tocando em todos os álbuns da banda desde anos 60!

Morse e Airey são uma estrutura viva de solos e riffs, um ditando o que o outro tocará na próxima nota. “Whoosh!” contém 13 faixas, não existem hinos, mas é um álbum mágico.

Sempre haverá os fãs de Blackmore lamentando sua ausência, mas Steve Morse é genial e um guitarrista que preencheu a vaga para sempre.

“Whoosh!” não cai de qualidade; na verdade, exatamente quando você acha que deveria haver apenas 9 faixas, a banda lhe dá de presente mais quatro. Qual o significado de “Whoosh!”? “Whoosh” é uma onomatopeia que, quando vista através de uma extremidade de um radiotelescópio, descreve a natureza transitória da humanidade na Terra; e, do outro lado, de uma perspectiva mais próxima, ilustra a carreira do Deep Purple.

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“Whoosh!” estreou no 4º lugar da parada britânica. É a posição mais alta alcançada por um trabalho de inéditas da banda desde Burn, 3º lugar em 1974. O disco ainda é número 1 na Alemanha e Finlândia, além de Top 10 na Itália, Holanda, Noruega e Suécia.

Deep Purple parece que não vai desistir tão cedo da música. Apenas a morte física real, ou artrite grave, vai impedir esses caras. Sem pressão, sem expectativas, apenas o álbum do ano até agora. Simplesmente recomendo.

Deep Purple
Deep Purple: Steve Morse, Ian Gillan e Ian Paice (em pé)
Don Airey e Roger Glover (sentados)

 

Deep Purple – Whoosh!
Data de Lançamento: 07/08/2020
Gravadora: earMUSIC

Tracklist:
1. Throw My Bones
2. Drop the Weapon
3. We’re All the Same in the Dark
4. Nothing at All
5. No Need to Shout
6. Step by Step
7. What the What
8. The Long Way Round
9. The Power of the Moon
10. Remission Possible
11. Man Alive
12. And the Address
13. Dancing in My Sleep

Formação:
Ian Gillan (vocais)
Steve Morse (guitarra)
Roger Glover (baixo)
Don Airey (teclados)
Ian Paice (bateria)

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Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.