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Crítica | Perdidos no Espaço – Primeira Temporada (2018)

Perdidos no Espaço é uma série que realmente podemos dizer que pode ser assistida por toda a família, sempre foi bem didática desde de sua primeira versão de 1965, na nova versão da Netflix continua introduzindo temas científicos e espaciais com problemas familiares, mesmo com uma vilã que não deu muito certo.
Mas vamos primeiro falar das coisas boas. Os criadores da série Matt Sazama e Burk Sharpless fizeram um grande trabalho ao trazer uma franquia de 50 anos para o século XXI, preenchendo seu mundo com personagens complexos e vibrantes.
A família Robinson é algo que se deve respeitar por sua importância histórica na ficção científica para TV e acredito que os atores e seus personagens foram um dos pontos fortes da série. Caso você não conheça a família, leia este pequeno resumo:
Depois de um grande objeto misterioso chamado de Estrela de Natal colidir com a Terra, a humanidade é forçada a procurar um novo mundo habitável para chamar de lar. Quando sua nave-mãe, The Resolute, entra numa anomalia do tempo-espaço, todas as naves Júpiter, incluindo a nave dos Robinsons, Júpiter 2, são forçados a evacuar, o que resulta em seu pouso em um planeta inexplorado. Muita coisa eu deixei de fora, ainda escrevendo um especial sobre a versões para TV e cinema que já saíram e ficaram no papel. Aguardem.
É neste planeta que os Robinsons encontram seu maior inimigo. Não, eu não estou falando do Doutora Smith, dela, eu já falo. O maior obstáculo que senti na primeira temporada são eles mesmos. Especialmente quando se trata de trabalhar em equipe. O uso efetivo de flashbacks pelos escritores ao longo da série oferece informações vitais, o que ajuda o espectador a entender melhor o que faz os Robinsons serem tão marcantes.
Por exemplo, John Robinson, interpretado por Toby Stephens (Black Sails), luta para ser o pai que seus filhos precisam que ele esteja em tempos de crise. Aprendemos logo que ele é um fuzileiro naval e raramente vê seus filhos porque está em missões secretas na maior parte do tempo. Quando seu filho Will (Maxwell Jenkins) não consegue encontrar a coragem para completar uma tarefa difícil, em vez de ser um pai consolador, John trata Will como um soldado, gritando ordens e dizendo-lhe para seguir o protocolo. Stephens interpreta um John que quer fazer a coisa certa, mas não sabe como. É um dilema que só piora quando o robô aparece.
Perigo! Perigo! Will Robinson! Está de volta com uma versão reimaginada do robusto robô que agitava os braços. A história de origem do robô é um pouco diferente e mais original do que seus antecessores, mas não vamos estragar as razões. No lugar de um pai distante, o relacionamento de Will com o robô se torna fundamental para a temporada, já que John detesta e tem uma respeito pelo robô por cuidar de seu filho. Algo que ele não conseguiu fazer na Terra.
As mulheres Robinsons são igualmente fantásticas. Maureen (Molly Parker), a mãe, é a líder do grupo. Até o frio e distante John se apaixona por ela. Mesmo achando as vezes que seus filhos irão em algum momento tomar situações erradas.
Há também Penny (Mina Sundwall), a filha do meio, e Judy (Taylor Russell), a mais velha. De todas as crianças, Judy passa pela maior transformação nesta temporada. Aos 18 anos, ela já é uma cirurgiã treinada que carrega o peso do mundo nos ombros sempre que alguém está gravemente ferido. Depois de passar por seu próprio evento traumático logo após o acidente, Judy experimenta episódios de TEPT que impedem sua capacidade de realizar seu trabalho. Russell lida bem com o frágil estado emocional de sua personagem e recebe meu prêmio como o melhor papel da primeira temporada, mas infelizmente, nem todo personagem é tão incrível quanto Judy.
Então … Lembra daquele problema ds vilã que mencionei anteriormente? Vamos falar sobre o Doutora Smith, interpretado por Parker Posey. Em uma série que efetivamente ressurgiu como um drama dinâmico do século 21, Posey Smith se sente presa ainda em 1965, eu quase acreditei que em algum momento ela diria: ‘‘não tema, com Dr. Smith, não há problema’’. Sua versão de Smith é bem legal, interpretação mediana, mas não deu para engolir por que os Robinsons continuam dando suas chances em vez de joga-la pela eclusa de ar. O Dr. Smith original e sua versão feminina é tão obviamente malvado, cara, cientistas não podem ser tão tapados assim. Mesmo quando os escritores tentam desenvolver sua história, ela fica aquém. Nenhuma de suas motivações, exceto a sobrevivência, faz sentido. Se você tirasse Smith da foto, ninguém sentiria falta dela. Ela está definitivamente precisando de seu próprio reboot na segunda temporada.
Confira o trailer:

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Veredito:

Perdidos no Espaço é uma série de aventura de ficção científica que toda a família pode desfrutar. Os Robinsons são uma família fascinante que está lutando por sua própria sobrevivência, bem como a da raça humana. Ao longo de seus 10 episódios, você será apresentado a alguns outros personagens coloridos como o malandro Don Smith, interpretado por um carismático Ignacio Serricchio e Victor Dhar, o tipo político que você simplesmente ama odiar. Vale a pena ainda. Recomendo
Perdidos no Espaço – 1ª Temporada (Lost in Space – Season 1, EUA – 13 de abril de 2018)
Desenvolvimento:  Matt Sazama, Burk Sharpless (com base em criação de Irwin Allen)
Direção: Neil Marshall, Tim Southam, Alice Troughton, Deborah Chow, Vincenzo Natali, Stephen Surjik, David Nutter
Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless, Zack Estrin, Katherine Collins, Kari Drake, Ed McCardie, Vivian Lee, Daniel McLellan
Elenco: Toby Stephens, Molly Parker, Ignacio Serricchio, Taylor Russell, Maxwell Jenkins, Parker Posey, Mina Sundwall
Duração: 47-65 min. por episódio (10 episódios no total)

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.