Neste volume, temos uma estrutura parecida com o anterior, já resenhado. Na primeira história, “Lady Caridade“, Gianfranco Manfredi dá continuidade aos eventos de “Forte Ghost“. Após um tempo com a tribo sioux de Ned, Poe parte de volta a Chicago. E lá chegando, busca um meio de levar adiante suas denúncias contra os negócios sujos do empresário Howard Hogan, mesmo tendo prometido ao nosso protagonista não envolvê-lo no caso ou sequer mencioná-lo em suas matérias.
Para tanto, ele procura seu amigo jornalista Henry Hatwell, que o coloca a par de uma associação secreta chamada Gazeta Negra, responsável por acolher denúncias contra os ricos e poderosos da cidade, de modo a combater eventuais abusos. Tal sociedade é liderada por Amelia Sinclair, conhecida como Lady Caridade, pelas diversas obras sociais que toca.
Entretanto, logo sabemos que suas ações camuflam uma parceria oculta com Hogan, que usa a Gazeta Negra para atacar empresários rivais e decide aproveitar a ocasião para liquidar Poe de uma vez. Ainda bem que Ned, sentindo o amigo em perigo, viaja para Chicago, onde precisa correr contra o tempo para salvá-lo.
Na trama seguinte, “A besta“, vemos nossa dupla de heróis salvando três moças de um ataque de índios. Mas o perigo que eles representam não é nada perto do ser ancestral que amedronta a comunidade mórmon para onde elas se dirigem. O roteiro remete ao clássico cult “O ataque dos vermes malditos“, com direito a cenas de pure gore, embora Manfredi insira elementos indígenas para sugerir um culto à besta, defenestrado pelos mórmons que agora sofrem a ameaça que vem das entranhas da Terra. Os traços de José Ortiz e Pasquale Frisenda, responsáveis respectivamente pela primeira e pela segunda história, estão acima de qualquer elogio, dando vida e forma ao trabalho primoroso de Manfredi.
Mythos Editora
204 páginas
R$ 79,90
