Acredite, Batman é um dos personagens da ficção mais controversos da história.
Desde sua criação em 1939, onde todo mundo só falava do Bob Kane como o nome por trás do Batman, mas que na verdade, o criador foi o desenhista Bill Finger, o vigilante de Gotham vem se recriando de diversas maneiras, passando de um protetor que usa uma fantasia negra a noite para uma que é considerada a mais lembrada, azul cinza dos anos 60 e que ao longo de seus oitenta anos de história; deu a ele diferentes significados para diferentes fãs. Mesmo chegando mais vivo que nunca na cultura pop, ainda existem pessoas que não escolheram qual Batman é o seu, e isso vem causando alguns equívocos em torno do herói, uma coisa natural de acontecer, particularmente em relação à caracterização de Bruce Wayne e à forma como ele foi retratado por diferentes escritores, artistas e atores ao longo dos anos.
Ele é um herói de diferentes métodos, trajes e crenças, e com uma presença incomparável para se orgulhar dentro e fora dos gibis, o Cavaleiro das Trevas desenvolveu um tipo de personagem que é quase uma religião dentro da cultura pop. Sendo mais famoso que o Superman! Famoso não é a mesma coisa que o mais importante.
Isso, no entanto, traz tanto pontos positivos quanto negativos, e embora o vigilante de Gotham tenha, indubitavelmente, trazido uma alegria irrestrita para a vida dos fãs de Bat em todo o mundo, chega um momento em que o debate fica menos onomatopeico e mais Miller. Já que a natureza do personagem sempre é dúbia.
Então para atualizar vocês, trouxemos 10 coisas que as pessoas pensam do Batman que não são mais reais.
10. Ele trabalha melhor sozinho
Batman pode parecer um solitário, mas ele hoje não é nada sem sua família.
Embora Bruce Wayne tenha iniciado uma guerra de um homem só quando ingressou como o Morcego de Gotham, durante anos de evolução, ele criou uma verdadeira família. Se formos considerar os primeiros anos do Batman, ele contou com a ajuda de Jim Gordon, Harvey Dent e Alfred Pennyworth, mas agora – mais do que nunca – está claro que o Cavaleiro das Trevas tem sua própria equipe tática.
Com mais de cinco Robins, três Batgirls, uma Batwoman e Nightwing, ficou claro que o Vigilante de Gotham precisa de aliados. Há obviamente histórias que funcionam melhor no formato solo, mas elas nunca chegam às custas dos aliados de Batman, especialmente quando – em alguns aspectos – eles estão competindo por igual nos holofotes.
Batman é um lutador assim como um pai. Negligenciar esse elemento contradiz tudo o que ele representa atualmente.
9. Apenas Bruce Wayne pode ser Batman
Personagens com legados há muito são um ponto de discórdia nos quadrinhos, e quando se trata de Batman, o debate só aumenta.
Bruce Wayne é e sempre será, para muitos, o definitivo Cavaleiro das Trevas. Apesar do fato de que outros personagens fizeram esse papel de tempos em tempos (incluindo Azrael, Dick Grayson e Terry McGinnis), o pensamento de qualquer um que não Wayne usando o capuz do Morcego é completamente desagradável para muitos de seus fãs mais extremistas e embora seja verdade que Bruce é o personagem mais icônico de ter vestido a capa e o capuz, o manto não pertence somente a ele.
De todos os personagens que o sucederam, no entanto, Terry McGinnis e Dick Grayson são, sem dúvida, os melhores; o primeiro, o Batman do Futuro, e o segundo, o primeiro Robin e eventual Asa Noturna da família Bat.
8. Bruce Wayne é a verdadeira máscara
Bruce Wayne pode ser um conjunto de pessoas numa mesma – um bilionário, um filantropo ou até mesmo um pai – mas ele não é uma fachada para algo sinistro. Há um claro delineamento entre sua persona pública, que existe basicamente para desviar a suspeita de suas atividades noturnas e reunir Gotham, e seu privado, que – embora reticente – é tão humano quanto o resto de nós.
Ao longo de sua história, Batman foi descrito como uma força da natureza (O Cavaleiro das Trevas de Miller é basicamente isso), e como um vigilante decididamente mais humano. Se você o vê como algo sobrenatural, ou natural, é irrelevante ao lado da psicologia do personagem. Bruce Wayne e Batman coabitam para ser a força que são, e enquanto tentativas foram feitas para reavaliar essa dicotomia.
Bruce Wayne pode ser um homem de metades, mas nenhum é mais dominante que o outro. Ele é um civil durante o dia e um combatente do crime à noite. Você não pode separar nenhum deles, sem tirar nada.
7. Ele pode resolver qualquer problema e derrotar qualquer um
Bruce Wayne pode ser apenas um dos mais inteligentes combatentes do crime no planeta, mas ele não é tão inteligente quanto colocamos algumas coisas em outra perspectiva.
Sim, enquanto o Cavaleiro das Trevas é capaz de se defender contra o Superman, Darkseid e até mesmo do Caçador de Marte, ele não é a força imparável que os fãs fizeram muita gente acreditar por anos. Ele já superou certos personagens no passado, mas há muitos heróis e vilões que podem acabar com o Morcego em um piscar de olhos.
A resposta mais comum sobre essa informação é que o Cavaleiro das Trevas é capaz de dominar qualquer um, por causa de “ele planeja todas as possibilidades” para qualquer um. Quadrinhos como Liga da Justiça, Torre de Babel (2000) – uma história em que as contingências de Batman por lutar contra a Liga da Justiça vazaram para Ra’s Al Ghul com resultados devastadores – aparentemente dão credibilidade a esse argumento, mas é importante lembrar que ele é apenas um homem. E qualquer homem, mesmo sendo o Batman tem seus limites.
6. Ele nunca será feliz
Batman é um personagem impregnado de tragédia, mas isso não significa que ele não tenha direito a um final feliz.
O personagem, assim como seus outros companheiros da DC e da Marvel, suportou períodos sombrios ao longo de sua bibliografia. Interesses amorosos foram removidos, retocados ou – pior ainda – recriados de alto a baixo. Sidekicks vêm e vão, a morte é uma presença consistente, e muitas vezes significa que o personagem não foi autorizado a crescer; o status quo, por mais confortável que seja, acaba aplicando isso.
E, no entanto, Batman não é um personagem totalmente miserável. A ele é permitido ser feliz, e ele pode ser parte de uma família também. Mostrar esses elementos não faz dele menos do personagem que Bill Finger conceituou nos anos quarenta ou como escritor Tom King está mostrando atualmente, o Cavaleiro das Trevas não precisa ser tão escuro; você ainda pode contar histórias emocionais, baseadas em personagens, como seu casamento.
5. Ele nunca Matou
Para ser claro: Batman não, e nunca irá (intencionalmente), tirar a vida de outro humano. Não está em seu “bushido”, um princípio consagrado em seu manifesto de luta contra o crime como seu compromisso de nunca manejar uma arma de fogo.
Mas isso não significa, no entanto, que ele nunca tenha tirado uma vida. E enquanto as inflexões proto-fascistas que assistimos no Cavaleiro das Trevas de Zack Snyder talvez intimem que ele seja uma máquina de matar, a realidade está em algum lugar bem no meio disso. Matar é a exceção – não a norma.
Quando o personagem começou na pré-crise, pessoas foram mortas regularmente por ele. Ao ponto de empunhar uma arma de vez em quando e, mesmo assim, há instâncias posteriores como o Morcego trata esse aspecto. Ele deixou muitos membros da KGB e acidentalmente empurrou alguns bandidos num moedor de lixo no final dos anos 80, e quanto menos se fala sobre o All-Star Batman e Robin, melhor.
Teorias também ajudam em relação ao final de The Killing Joke, onde Batman aparentemente mata Joker em seus momentos finais. Quaisquer que sejam seus pensamentos sobre o seu final, está claro como dia para todos verem que, enquanto o Cavaleiro das Trevas valoriza a vida, ele levou mais de um em circunstâncias terríveis. E tenho dito!
4. O Melhor Filme De Batman é O Cavaleiro Das Trevas
A Trilogia do Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, deveria ser a obra que todas as adaptações de quadrinhos deveriam aspirar a ser. Não que eles devam imitá-los, é claro, mas em termos de articular uma visão clara para uma adaptação de super-heróis, essa trilogia é simplesmente um ícone para o gênero.
Há um filme, no entanto, que está acima de todos. Lançado nos cinemas em 1993, o spin-off de Batman: The Animated Series, Mask of the Phantasm, exemplifica tudo o que há para amar sobre o personagem. Com Kevin Conroy reprisando seu papel como Bruce Wayne, Mark Hamill retornando como o Coringa e Dana Delany como Andrea Beaumont, o filme serve como um lembrete que não o cinema não é a freinteira final para mostrar todos os aspectos de um personagem. Uma obra-prima.
3. A série dos anos sessenta foi uma aberração
Embora tenha sido satirizada, criticada e ridicularizada durante anos, Adam West e a série de TV Batman de Burt Ward não são tão aberrantes quanto os críticos e os fãs consideram que seja. Na verdade, é uma adaptação autêntica do personagem como ele existia na época, e embora seja fácil enxergar tudo bem ridículo, não há uma adaptação mais agradável do Batman que esta.
Ele foi o Batman por toda uma geração, e enquanto os atores vêm e vão, poucos são capazes de se gabar de um legado tão grande quanto West.
Depois, há os vilões, com o Coringa de Cesar Romero, o Charada de Frank Gorshin e a Mulher-Gato de Julie Newmar, todos interpretando seus respectivos personagens à sua maneira. Todos são tão icônicos quanto o duo dinâmico Ward-West, e com a série agora ostentando uma popularidade ressurgente, chegou a hora de as pessoas aceitarem o que era: uma adaptação de sucesso, hilariante e autêntica, que é tão importante quanto qualquer outra.
2. O símbolo amarelo não faz sentido
Ao longo de sua carreira, Batman usou uma grande variedade de capas e roupas de morcego. Essas mudanças também coincidiram, na maioria das vezes, com mudanças na direção do personagem, com diferentes aspectos do capuz e do traje possuindo diferentes conotações para diferentes pessoas.
Um dos aspectos mais importante do processo criativo de um personagem é o seu símbolo, com vários homens-morcego adotando diferentes ao longo dos anos. Existem símbolos vermelhos (em Batman Beyond), grandes símbolos, pequenos símbolos e, em alguns casos, até mesmo aqueles que acendem.
Mas os dois que parecem atrair mais debate entre os fãs são o amarelo e o preto, com alguns lamentando a presença de uma cor mais brilhante no vestuário do Cavaleiro das Trevas.
O uso do amarelo tem tanto implicações práticas quanto temáticas para o personagem, com o símbolo atraindo a mira dos revólveres para a parte mais blindada do traje de Batman, além, também de mostrar os aspectos mais leves do personagem. Ele pode ser a vingança personificada, mas o Batman também é sobre esperança. O símbolo amarelo transmite isso completamente. E isso existe bem antes do Homem-de-Aço do Zack Snyder.
1. Ele não é um detetive
Apesar de ser chamado de “o maior detetive do mundo”, os instintos de investigação de Batman ficaram em segundo plano nos últimos anos, com escritores, cineastas e designers de jogos preferindo enfatizar a proeza física – e não intelectual – do personagem.
E isso é uma vergonha, porque o Batman é em primeiro lugar um grande detetive. Suas maiores histórias giram em torno dele revelando conspirações, desvendando mistérios e usando sua inteligência para resolver problemas.
É um elemento que quase não vemos o suficiente atualmente, e embora não tenha que ser o foco na maioria das vezes, é verdade que o Batman da era pós-Nolan não faz trabalho de detetive quase o suficiente, confiando em tecnologia e diálogo expositivo de seus aliados para conectar os pontos a um dado mistério.
Reputações vêm e vão, mas quando se é tão integrante como este, DC – e seus fãs – realmente podem negligenciar isso? Espero ter ajudado e obrigado por ler até aqui.
Fonte: Ewan Paterson
Imagens: Warner Bros./ DC Comics
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