Segunda de carnaval e não tem melhor dia para ouvir uma obra prima do progressive metal que apenas o Dream Theater é capaz de produzir.
Depois de criar um gigantesco álbum duplo de 34 faixas (2 horas e 10 minutos) com o álbum anterior, The Astonishing de 2016, o DREAM THEATER deixou os fãs e a crítica em cima do muro. Eu particularmente achei cansativo, na verdade, foi o álbum que menos tive interesse de colocar no som do carro para ouvir.
Dois anos depois, a banda chega com seu 14º álbum de estúdio, Distance Over Time, despertando de novo o interesse de muitos entusiastas do Prog para ver como eles estavam pretendendo dessa vez.
Primeira coisa que a banda fez: Isolamento. Eles passaram muito tempo praticamente no estúdio Yonderbarn, apesar de se localizar em Nova York, praticamente fica numa região rodeada de florestas e parques ambientais. O clipe Untethered Angel foi gravado e produzido lá. A banda precisava de inspiração, mas será que a ida para Yonderbarn deu resultado? Acompanhe comigo, faixa por faixa.
Untethered Angel é fácil de gostar, a introdução suave antes dos riffs de guitarra já conhecido da banda, deixa a faixa muito interessante, depois entra a bateria pulsante e os teclados dramáticos. A faixa emana peso à medida que o ritmo flui e tem diversas transições. O refrão é ridiculamente viciante e leva pouco tempo para DREAM THEATER encontrar sua característica brilhante que é esse instrumental exclusivo. A integração entre as guitarras e os teclados é perfeita e rapidamente define o que ouviremos nesse álbum. Paralyzed fornece uma vibração muito tensa, dramática com riffs intoxicantes que se inclinam para tons mais escuros na prosa dramática que a banda sempre traz em suas músicas. O solo é lindamente diplomático e perfeitamente executado, como John Petrucci fazendo isso de uma forma que parece simples. Fall Into The Light pega no ritmo por causa do trabalho de guitarra e a energia da melodia. Eles colocam um coro emocionalmente carregado seguido por versos poderosos. Os tons limpos e a maneira catártica exibem a pura diversidade que o Dream Theater alcança. A faixa ainda muda o ritmo algumas vezes, lembrando a todos que isso é metal progressivo em sua essência.
https://youtu.be/C7m7l8iqGAk
Barstool Warrior continua grande e espetacular, a música é vibrante e me lembrou Six Degrees Of Inner Turbulence de 2002. Os talentos vocais de James Labrie permitem a narrativa perfeita, à medida que as qualidades memorizantes do coro elevam a faixa. Segmentos de piano sutis e um solo de guitarra de bom gosto também ajudam a melhorar o andamento musical da faixa. O peso retorna à medida que chegamos a Room 137, ela aproveita alguns tons sinistros e ritmos cativantes. Os teclados serpenteiam ao fundo, criando elementos intrigantes. Um trabalho solo de jazz vai de encontro a mais explosões de poderosos riffs. S2N entra com algumas linhas de baixo da lenda viva John Myung. Essa faixa, em particular, é onde o DREAM THEATER começa a flexionar todos seus músculos à medida que cada instrumento se encaixa na perfeição através de uma variedade de voltas e reviravoltas. Petrucci aciona seu ‘‘modo divino’‘ e a velocidade percorre seu braço como se fosse uma faca na manteiga, e a inclusão divertida de uma certa frase de efeito fornece um pouco de humor leve e inesperado, escuta ela novamente. À medida que os últimos estágios se aproximam, Jordan Rudess coloca sua marca enfática na faixa.
At Wits End tem uma atmosfera tensa, riffs baixos, ela demora pegar no tranco, mas quando a coisa pega, o queixo da gente vai caindo. São nove minutos de uma faixa onde o ritmo diminui e flui entre múltiplas emoções. Pode levar algum tempo para se gostar dela, pois é a faixa mais elaborada do álbum, mas estamos falando do DREAM THEATER. Não existem margem para erros em suas músicas matematicamente compostas. É um foguete que foi lançado à órbita e desaparece. Out Of Reach serve para que a gente possa retornar à terra, é perfeitamente cronometrado com segmentos de piano calmantes e os tons suaves dos vocais de Labrie para acalmar a nossa alma cansada. Esta faixa resume perfeitamente o quão fácil DREAM THEATER pode diminuir o ritmo se entrelaçar entre peso e melodias serenas. O Pale Blue Dot começa com uma abertura dramática antes que a bateria carregada e o riffs barulhento cheguem, depois vem alguns sintetizadores tirados de filmes de suspense. A música tem um tom otimista começando pelos seus riffs. Esta faixa tem todas as características de um setlist perfeito. À medida que nos aproximamos do estágio final de Distance Over Time, o quinteto se solta e invoca o DEEP PURPLE adormecido, liberando algumas vibrações prog infecciosas dos anos 70 para a faixa bônus Viper King. Os tons de órgão na introdução da faixa são particularmente gratificantes para elogiar o riff forte e pesado do álbum em uma nota alta nostálgica.
Veredito
O DREAM THEATER tem mudado o gênero progressivo por incríveis 30 anos e lançar um álbum que fornece um material tão inovador e emocionante depois de tantos anos é inspirador e revigorante. Há muito o que se apreciar em Distance Over Time. Mike Mangini silenciou completamente seus críticos, já que comentários os transformaram num robô que faz tudo que é mandado, o cara é um dos melhores bateristas da história do metal e precisam aceitar isso. Esse álbum me deixou como uma criança que ganhou aquele presente que tanto sonhou no Natal. Dream Theater mais uma vez trouxe-nos uma obra completa e inesquecível.
É… marromeno marromeno… ahahaha… O álbum é bom sim (difícil DT fazer algo realmente ruim né) mas para mim ainda falta alma, emoção nisso aí… Ouvi o álbum inteiro 3x e a única música que me identifiquei e que realmente chamou minha atenção foi a Pale Blue Dot… E sobre o Mangini… ele mais uma vez fez o que mais sabe fazer, tocar muito e com precisão… mas não sei, pra mim ainda falta algo…