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Resenha | The Outsiders: vidas sem rumo – um clássico atemporal

The Outsiders: Vidas Sem Rumo, é uma obra de Susan E. Hinton publicado em 1967, nos EUA, que conquistou grande sucesso de crítica e de público ao retratar a dureza da vida dos adolescentes de forma realista. Baseado na obra, em 1983, Francis Ford Coppola dirigiu um filme, hoje um clássico, baseado nesta obra. O filme contou com a presença de jovens que se tornariam grandes astros do cinema, como Patrick Swayze, Tom Cruise, Matt Dillon, Ralph Macchio e Emilio Estevez.

Grupo de greasers no filme Vidas Sem Rumo, inspirado no livro

Não confundir com o The Outsiders, do Stephen King! A propósito, aqui no site já fizemos uma lista de livros maravilhosos do mestre do terror.

Sobre a obra e minhas impressões

Voltando ao The Outsiders: Vidas Sem Rumo, este foi um livro que precisou de duas tentativas da minha parte pra ser lido. Não seria um livro que eu escolheria, mas ele estava alí disponível na minha frente e eu o peguei. Na primeira tentativa, achei tudo uma bobagem. Não sei se influenciada pela informação no livro de que a autora tinha 17 anos quando publicou este clássico… Fiquei achando uma grande bobagem esse negócio de socs e greasers que ela, por meio do narrador, o Ponyboy Curtis, explica no início.

Bom, socs seriam uma espécie de adolescentes mais bem abastados, com carros bacanas e boas roupas, moradores de bairros mais ricos. Os greasers, por sua vez, seriam a imagem do deliquente juvenil, moradores de periferia, famosos por colocar brilhantina no cabelo. Os dois grupos têm uma rivalidade natural e vivem brigando – uma espécie de briga de gangues. Eles não refletem muito sobre o motivo da hostilidade, as coisas apenas são como são.

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Fiquei pensando se era assim mesmo em Tulsa, em Oklahoma (cidade da autora e onde se passa a história) na época da autora e a sensação de que era romantização adolescente era forte. Depois que eu terminei, pensei em como, na verdade, as coisas são muito parecidas por aqui. Ainda que a gente não tenha uma luta de classes tão aparente, os socs e os greasers poderiam ser vários outros grupos, poderíamos apenas trocar os nomes.

Na minha segunda tentativa de leitura (quando eu já tinha terminado outras coisas e só me restava ele) fui mais aberta, já estando mais familiarizada com os personagens. O narrador, que eu já citei antes, é um greaser. E ele apresenta as pessoas importantes no mundo dele, também greasers: os dois irmãos, Darrell e Sodapop, e os amigos Dallas Winston, Steve Randle, Keith Matthews e Johnny Cade.

Capa da edição da Editora Brasiliense, que foi a que eu li.

Ao longo da narração, eu fui percebendo, por meio do Pony, que os estereótipos apresentados sobre os grupos são burros. Como todo estereótipo, eles não compreendem toda uma realidade. Os greasers não eram apenas delinquentes. Eram jovens revoltados com a situação desestruturada em que viviam, mas também sensíveis, responsáveis e capazes de se esforçar por um futuro melhor. E percebi, junto com o Pony, ao conhecermos alguns socs, que estes não eram só riquinhos metidos, mas jovens angustiados com a falta daquilo que o dinheiro não compra.

Assim, como o nome da obra sugere, com o Outsiders, percebemos que não só os greasers sentem-se marginalizados mas também os socs sentem-se excluídos, embora escapem das maiores encrencas e não sejam mal vistos nem perseguidos pela polícia como os greasers.

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Capa do livro Outsiders
Capa da edição de luxo da Editora Intrínseca

Depois de ter suas vidas mudadas completamente e aproximadas por conta de ações inconsequentes, de uma briga que saiu de controle e os levou a destinos indesejados… sentimos a dureza da realidade de muitos jovens que precisam lidar com perdas dolorosas, ambientes familiares hostis e falta de assistência. Mas também percebemos que, apesar de tudo, é o amor daqueles próximos que sustentam a vida e a fazem valer a pena.

Fiquei feliz por ter insistido nos Outsiders.

Quer ser alguém importante na história do mundo, mas tem preguiça. Costuma ser do contra, gosta de coisas fofinhas, nasceu pras artes e foi trabalhar com coisas chatas pra não estragar os hobbies e nem passar fome.