Batman: Cruzado Encapuzado é a união de grandes criadores que passaram pelo homem morcego, trazendo clara influência a Animated Series e uma sutileza que estava em falta no gênero de super-heróis.
Enquanto assistia Batman: Cruzado Encapuzado, notei que o melhor seria fazer pequenas análises dos 10 episódios da série, pois há uma construção gradual sobre essa Gotham e os vários bons personagens mostrados, montando um grande mosaico ao final, apesar de cada episódio se fechar em si.
Então, resolvi lançar em duas matérias as minhas impressões sobre a nova série da Amazon.
Episódio I – EM ÁGUAS TRAIÇOEIRAS
A nova série da Amazon Prime do homem morcego chega com um sentimento de familiaridade que agradará em cheio os fãs da clássica Animated Series, do mesmo criador Bruce Timm.
Se situando no passado (algo como década de 1920-1930), a série acerta em desenvolver uma trama voltada ao submundo do crime enquanto vai apresentando aos poucos nossos famosos personagens, com algumas novas interpretações, como a Pinguim, que está impiedosa.
Barbara Gordon parecer ser a bússola moral da trama e a vilã Pinguim merecia melhor desenvolvimento, mas isso é compensado pelas cenas de ação.
Episódio II – VILÃO VELADO
O episódio escrito pelo famoso autor de quadrinhos Greg Rucka, que cuidou de Gotham Central, premiada hq focada na delegacia de Gotham City.
E o escritor traz de cara uma conhecida dos quadrinhos, Rennee Montoya, que será uma das principais personagens durante a série.
Se os acontecimentos são um monte de clichês empilhados, pois são uma homenagem aos filmes dos anos 1920 e 1930, os diálogos e os personagens são excelentes.
A fórmula episódica e a qualidade da animação favorecem o texto de Rucka. Mas faltou emoção ao vilão Cara de Barro.
Episódio III – O BEIJO DA MULHER-GATO
A série cresce ao explorar Bruce Wayne, e seus traumas. Sim, veremos novamente a morte dos pais de Wayne, mas com alguns pontos de vista que mereciam ser explorados (a cena de Alfred correndo ao ouvir um tiro merece ser lembrada). E, sim, este episódio tem o que faltava até aqui em Cruzado Encapuzado: desenvolvimento do personagem principal.
Temos Bruce Wayne perdendo a razão, fazendo terapia com a futura Arlequina, a aparição da Mulher Gato, que está tão bem caracterizada que rouba a cena.
É um episódio que funcionaria como um pequeno filme.
Episódio IV – NOITE DOS CAÇADORES
Ed Brubaker utiliza a melhor fonte para começar a estabelecer a relação do Batman com o Comissário Gordon: Batman – Ano Um, de Frank Miller. Não que seja uma adaptação ao pé da letra.
Agora, sim, vemos o quanto o Batman é um herói, não só um vigilante violento e isolado. Coisa simples, que os tempos atuais teimam em esquecer.
E a corrupção no seio da polícia de Gotham também é bem mostrada através dos atos de Flass e Bullock, ótimos personagens. Com episódios de 20 minutos apenas, o Cruzado Encapuzado tem muito a mostrar, trabalhando em várias frentes, com bons personagens como Bárbara Gordon.
Episódio V – OLHAR PENETRANTE
Ouso dizer que o episódio 5 de Batman: Cruzado Encapuzado é uma das melhores coisas que assisti no ano. Ao lado do episódio de Genosha de X-Men 97. Mas ele não é um boom, como foi com X-Men e a destruição da ilha mutante. Esse episódio é algo que falta em todos os produtos que envolvem super-heróis na atualidade: sutileza.
Olhar Penetrante é sutil, e vai te conduzindo, como uma dança, que fazemos com a nova Arlequina.Muita coisa vinha sendo dita em pequenas passagens nos episódios anteriores, até vir desembocar neste episódio.
Destaque para a decisão genial de separar a origem da Arlequina da influência do Coringa, sendo ela fruto de uma rica e decadente Gotham. Ela tem uma motivação, diferente da piada desgastada que é a personagem em outras mídias.
E, se o leitor está se perguntando se o melhor não seria ter lançado um episódio por semana da série, Olhar Penetrante é o exemplo máximo do erro de estratégia da Amazon em liberar todos de uma vez. Este episódio fica perdido entre tanta coisa boa, quando deveria ser debatido isoladamente.
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