Finalmente, o aguardado chegou!
Fiz a minha pré-compra de D&D 5e na loja Omniverse em São Paulo, recebendo também uma das aventuras lançadas pela Sagen Editora além de uma miniatura oficial da Wizards of the Coast. Eu sou uma pessoa feliz.
E como pessoa feliz, eu devorei o livro. Eu já tinha a versão gringa do D&D 5e, e após folhear e ler os dois, lado a lado acredito que esteja apto a fazer uma comparação da edição nacional do RPG mais antigo do mundo. Mas antes, existe algo que eu preciso que vocês entendam:
Eu não vou reclamar de traduções como “Bugurso” (Bugbear) ou “Nevenunca” (Neverwinter), porque eu acredito que nomes próprios não atrapalham muito a experiência do jogo em si, e dificilmente qualquer reclamação sobre isso sairá de um senso comum de “eu não gosto disso”.
E eu não quero isso. Nem acho saudável.
O material do livro
O material do D&D 5e é extremamente parecido com a edição gringa, com uma capa brilhante misturada com um pedaço fosco na parte de trás. Ele também possui o mesmo EXATO número de páginas da edição americana. E de uma forma geral, as informações estão nas mesmas páginas em ambas as edições, exceto as partes reordenadas em ordem alfabética. Então, por exemplo, a informação sobre línguas está na página 123 nas duas edições.
Acredito que as páginas da edição nacional sejam um pouco mais leves do que a versão gringa, mas nada absurdo como é em alguns quadrinhos e mangás, onde a página chegar a ficar “transparente”.
Creio também que as cores da edição nacional de D&D 5e também sejam um pouco mais sólidas e nítidas, mas talvez seja uma diferença da minha cópia gringa individual.
De uma forma geral os livros são de um formato extremamente semelhante.
A tradução!?
Como eu disse, não vou reclamar de termos próprios (como Bugurso ou Nevenunca), mas não quer dizer que eu não tenha nada a comentar. No capítulo de Magias, o termo original é “Spellcasting”, que foi traduzido para “Conjuração”. Não está errado, porém, pode entrar em conflito com a escola da magia “Conjuration” (que foi traduzida como Invocação). Não é algo grande, mas é algo que você deva ficar atento em suas mesas.
Outra coisa que eu vi reclamarem é a tradução para “Dim light” que ficou como meia-luz e penumbra. Já vi afirmarem que ter dois nomes para a mesma condição pode causar confusão, mas se você comparar as duas edições na página 183, você verá que “Dim light” também tem outro nome. No texto oficial: “Dim Light: also called shadows […]” foi traduzido para “Meia-luz: também chamada de Penumbra […]”, então… Temos isso.
Outra reclamação que eu vi sendo feita é o uso de sinônimos que podem confundir jogadores novos, como usar “Dano ígneo” para se referir a dano de fogo. Isso é uma reclamação compreensível, já que nas resistências o que está escrito é “Dano de fogo” e essas palavras-chave importam bastante pra uma situação de combate.
De uma forma geral, eu achei um trabalho de tradução EXCELENTE e extremamente competente.
Sobre erratas: já existe uma coleção de erratas feitas por fãs, porém elas próprias contém vários erros. Em relação a outras traduções, a edição BR foi uma com a maior taxa de acertos. Apesar disso, erratas vão acontecer, até porque a própria edição Gringa tá em constante atualização.
Sobre Bugurso, existe uma pequena confusão minha. No “aviso” ou “disclaimer” a Wizards sempre faz uma pequena zoeirinha, e no aviso do PHB nacional a tradução de Bugbear é o polêmico Bugurso. PORÉM, em outro ponto do livro, na parte das divindades na página 296 Hruggek é considerado o “deus BUGBEAR da violência”. Então… Temos isso também.
Finalizando,
Eu gostaria de falar que o pessoal da Galápagos tá muito feliz com o resultado de vendas do livro do jogador, que já esgotou a primeira leva e está sendo levado para uma segunda impressão (com erratas). Isso também me deixa bastante feliz, pois meu grupo atual é formado de iniciantes e o inglês foi uma barreira difícil de ultrapassar de primeira (tanto que estamos atualmente jogando Old Dragon por ser um jogo nacional) e agora é bom saber que além do Pathfinder podemos também jogar D&D 5e.
Desejo todo o sucesso para a Galápagos e para todos os grupos que irão começar a jogar com essa edição também.
Cara, mas foram compiladas mais de 50 vacilos nessa edição brasileira. Você poderia comentar isso. Alem do mais, fica difícil comprar segunda edição sem que esteja corrigido tudo diretamente no corpo do livro…
Ouvi dizer que a edição francesa tem 10 páginas de erratas. Acho que esse bafafá todo em relação ao péssimo trabalho na tradução se dá ao fato dos jogadores terem se acostumado muito com a versão em inglês. É um dos problemas em se demorar tanto pra trazer o material para o idioma. Mas claro que isso foi culpa da Galápagos. Parabéns pelo artigo.
essa traducao de spellcasting eh complicada… eu qdo fui traduzir o srd da 3.5 fiquei no mesmo dilema…