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Crítica | Belas Maldições (Good Omens) da Amazon faz justiça em sua minissérie

Belas Maldições (Good Omens)
Amazon

Céu e Inferno se colidem na minissérie Belas Maldições (Good Omens) de Neil Gaiman de uma forma nunca feita e que a Amazon teve ousadia se apostar.

Provavelmente ninguém pensou nesta ideia, mas o fim do mundo é um grande negócio e quando você precisa que alguém conte essa história de uma forma única, por que não olhar para o autor icônico e criador de histórias em quadrinhos Neil Gaiman (Sandman, Deuses Americanos)? A aposta apocalíptica da Amazon fez justiça junto com a capacidade de Gaiman de adaptar com sucesso o romance que ele e Terry Pratchett tiveram em co-autoria em 1990. A coisa funcionou de uma forma que acho que pouca gente acreditava que funcionaria. Belas Maldições (Good Omens) embora com algumas falhas, é uma jornada encantadora, espirituosa e maravilhosamente dirigida através do céu e do inferno, que faz do fim do mundo, uma festa diabolicamente divertida com apenas seis episódios. Gaiman escreveu tudo novamente e foi um dos produtores estando basicamente todos os dias nas gravações e dando pitacos para os atores.

Belas Maldições (Good Omens) é uma joia. E podemos começar falando de cara que ela começa e termina com os incríveis David Tennant (demônio Crowley) e Michael Sheen (anjo Aziraphale), fazendo papéis que me perdoe a hipérbole, mas realmente parece que cada ator nasceu para desempenhar seus respectivos papéis. Crowley, do Tennant, é tão demoníaco e satisfatório quanto você quer que ele seja, enquanto o Aziraphale do Sheen é o melhor que ele deve ser. Juntos, os dois fazem uma dupla dinâmica enquanto procuram pelo jovem Anticristo.

Ah, sim, o filho de Satanás desapareceu e cabe a Crowley e Aziraphale encontrá-lo. Já que o Anticristo deve dar início ao Armagedom (a guerra para acabar com todas as guerras entre céu e inferno), mas Aziraphale e Crowley se acostumaram a viver na Terra e não querem que nosso pequeno planeta seja destruído com fogo e enxofre.

E enquanto o enredo oferece alguns momentos divertidos ao longo da série, são os dois seres sobrenaturais e sua amizade que faz com que Belas Maldições (Good Omens) brilhem. O episódio 3, intitulado “Tempos Difíceis”, é o melhor da dupla, porque quase metade dele é gasta explorando o relacionamento deles através dos séculos – peças divertidas envolvendo uma cidade destruída por bombas durante a Segunda Guerra Mundial e uma conversa com William Shakespeare em seu famoso Globe Theatre são apenas algumas das cenas maravilhosas que você verá. E todos esses momentos de construção de personagens acima mencionados adicionam profundidade à sua história e mostram o quanto Tennant e Sheen estão se divertindo. Além disso e, eu não deixaria de mencionar, é a prova cabal que um certo @ famoso e nerd do twitter estava erradíssimo ao querer humilhar a @poxataynaro quando disse que Crowley e Aziraphale não eram de forma alguma um casal. Foi um momento mágico.

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Além de Sheen e Tennant, Belas Maldições (Good Omens) é enriquecido com um brilhante elenco de apoio. Jon Hamm, que interpreta o Arcanjo Gabriel, é perfeito no papel. Hamm é genial em qualquer papel – ele está basicamente fazendo uma versão idiota de Donald Draper de Mad Men que estou quase fechando a sétima temporada. Outros impressionantes atores veteranos incluem Michael McKean (Better Call Saul), como Caçador de Bruxas Shadwell, e sua promíscua vizinha Madame Tracy, que parece que saiu literamente do universo de Harry Potter, Miranda Richardson. Há também Brian Cox (X-Men 2), Nick Offerman (Parks & Rec), Mireille Enos como um cavaleiro do apocalipse, Guerra e sim, Frances McDormand, de “Três Anúncios para um Crime”, e o ator Benedict Cumberbatch, de “Doutor Estranho” e “Sherlock”, fazendo as vozes de Deus e de Satanás. É gente pesada demais.

Good Omens também tem um estilo visual impressionante, graças ao diretor Douglas Mackinnon (Line of Duty), que dirige todos os seis episódios. O trabalho Mackinnon por trás da câmera é reforçado pela excelente produção e cenografia que é uma parte fundamental de como Gaiman retrata o mundo, o inferno e o céu. O inferno realmente parece o pior lugar de todos os tempos – parece que todos estão presos nos correios por toda a eternidade. O céu lembra uma loja da Apple. De certa forma, a decoração minimalista do Céu é quase tão sinistra quanto a do Inferno.

Mas nem tudo em Belas Maldições (Good Omens) funciona bem, principalmente devido à química de Tennant e Sheen ofuscando o resto. Belas Maldições (Good Omens) realmente precisaria de mais alguns episódios para desenvolver alguns de seus personagens, a fim de que eles causassem mais impacto narrativo. O núcleo das crianças, por exemplo, que são uma parte importante da história, não conseguiu ter tempo suficiente dedicado ao desenvolvimento de seus personagens para realmente fazer com que você se preocupe com o que acontece com eles. Ah, e não vamos esquecer os Quatro Motoqueiros / Cavaleiros do Apocalipse, que parecem incríveis do ponto de vista visual, mas que mal conhecemos em algumas cenas – Mireille Enos (Hanna, The Killing), adornada em couro vermelho motorizada como a guerra é particularmente memorável. Gaiman e companhia poderiam ter dedicado um episódio inteiro ao quarteto apocalíptico.

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E um pedaço da história dedicada a bruxas e profecias que novamente são ofuscadas em comparação com a jornada de Aziraphale e Crowley. Anathema de Adria Arjona poderia ter sido mais interessante se tivesse sido dada a devida atenção, Game of Thrones da HBO nos ensinou uma coisa, não tenha medo de tomar um tempo e desacelerar um pouco a história para desenvolver seus personagens principais. Belas Maldições (Good Omens) é ótimo, mas poderia ter sido incrível com mais algumas horas ou até uma segunda temporada.

Good Omens
Neil Gaiman, David Tennant, Michael Sheen e Douglas Mackinnon durante as filmagens.

Veredito

Belas Maldições (Good Omens) de Neil Gaiman na Amazon é uma minissérie encantadora com performances estelares de David Tennant e Michael Sheen. Apoiado por um excelente elenco de apoio e um diretor que sabia o estava fazendo. Uma grande minissérie que poderia ter sido incrível se o seu enredo principal e alguns de seus personagens tivessem mais alguns episódios para esticar suas asas. Eu recomendo muito. Cada segundo deste programa é mágico.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.