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D&Dezembro| Motivos de Critical Role ser o máximo e você precisar ver

Uma carta de amor à campanha mais assistida da internet.

Existem vários tipos de coisas geniais, mas eu consigo destacar duas: A primeira é uma coisa esperta, que se você tivesse sido um pouco mais esperto, também teria feito. É algo que quando você olha, consegue imaginar exatamente como foi feito. E existem as poucas coisas no mundo que fazem você ficar de boca aberta e admitir que não conseguiria fazer nem que tentasse. Critical Role é uma dessas coisas que te fazem tirar o chapéu e admitir: Isso é o máximo. (Embora isso não faça com que desistamos de tentar, aguardem o QuintaCast RPG)

Para os desavisados, Critical Role é uma campanha de RPG narrada ao vivo no canal Geek and Sundry do youtube, com um diferencial: Todos os participantes são dubladores profissionais. A série já tem uma campanha finalizada e já está desenvolvendo a segunda. E apesar do ar formal que as coisas parecem tomar com todos esses profissionais e programas, a parte mais sensacional é que eles são amigos acima de tudo.

E essa amizade permeia boa parte do programa: A primeira campanha iniciou na festa de aniversário de um dos participantes, e era originalmente um jogo de Pathfinder. Quando eles iniciaram o stream o jogo já estava andando, e eles recém migraram para o D&D 5e. Com isso, o mundo de Exandria, onde o jogo se passa, é um mix de conceitos dos dois jogos, inclusive várias divindades de Pathfinder continuam a existir em Exandria. O cenário foi desenvolvido ao longo da campanha ao ponto de várias pessoas pedirem e Matthew Mercer (o Dungeon Master do jogo) escrever um suplemento não-oficial para as coisas que ele faz.
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As pessoas por trás da série são incríveis

Caso você se dê ao trabalho de assistir o primeiro episódio da primeira campanha, e o primeiro episódio da segunda, você irá notar uma gigantesca melhoria em todos os aspectos. Isso se dá ao trabalho incrível de todos os envolvidos nos bastidores do programa, que antes era gravado numa sala e hoje tem o luxo de um estúdio.

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Os participantes da mesa também fazem coisas incríveis e personagens carismáticos, ao mesmo tempo que mantém o ritmo da mesa agradável e sem longos e entediantes partes silenciosas, e parte disso vem da incrível interpretação de personagem deles, que embora seja ajudada pela capacidade de dar vida através das vozes, também são plenamente possíveis de fazer em sua mesa!

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Os jogadores

Apesar de ter uma mesa com atores profissionais seja o sonho molhado de qualquer Mestre de Jogo, o que torna as partidas em stream interessantes não é só a capacidade de dublagem dos envolvidos, mas sim a pro-atividade dos jogadores de não deixar a mesa morrer ao mesmo tempo que está disposta sempre a ouvir e diminuir um pouco o ritmo.

Não são raros os momentos emocionais de desenvolvimento de personagem, e isso se dá porque todos estão dispostos a ouvir uns aos outros e lidar com aquilo. Criar diálogos entre os próprios personagens e desenvolver a relação entre eles ao invés de fazer um enorme jogo de ping-pong entre o mestre e os jogadores com algumas roladas de dados no meio.

Essa postura favorável a interpretação de personagens faz com que os silêncios feitos em cada sessão sejam significativos, e que contem uma história por si só, afinal, é como os personagens reagiriam àquilo. A amizade entre os jogadores (como os melhores amigos Liam O’Brian e Sam Riegel) também são refletidos na mesa de maneira mais que interessante, e muitas vezes, emocionante

Fora isso, quando os momentos de ação chegam, a tomada de decisões é rápida, mantendo o ritmo da narrativa de maneira adequada e não entediante. Claro, algumas decisões não são tão acertadas, mas isso não tira a diversão do jogo: Pelo contrário, enriquece a experiência.

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Ser capaz de imergir-se no mundo e na trama do mestre é bom, mas ser capaz de ajudar na imersão fazendo um personagem fazer coisas interessantes ou cometer erros é ainda melhor.

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O mestre

Matthew Mercer é um excelente mestre de jogo, sendo capaz de improvisar rapidamente, prover descrições interessantes e criar situações fantásticas dentro de sua narração. Ele também já fez um pequeno programa chamado GM Tips (que hoje é feito pela Satine Fenix) onde dá diversas e úteis dicas de como ser um melhor Mestre de Jogo.

Talvez o que faça de Mercer um mestre tão bom não seja só sua preparação e capacidade narrativa, mas também suas reações às ideias dos jogadores; frases como “Você pode tentar” são bem comuns na partida. Ele não dispensa ideias criativas dos jogadores, na verdade, as encoraja a um ponto que talvez não seja tão saudável (ele chegou a escrever 2 classes homebrew pra suas campanhas para os personagens de Taliesin Jaffe: Gunslinder para Percy e Blood Hunter para Mollymauk).

Manter um jogo semanal não é fácil, e fazer com que todas as partidas sejam boas é mais difícil ainda. Porém, ainda sim, não é impossível.

O legado

Com seu estilo de jogo narrativista e emocionante, não é segredo que eles também inspiraram muita gente (inclusive nós aqui do Quinta Capa!) a fazer fan-arts, e até mesmo músicas. Aqui estão algumas de minhas favoritas:

 

E não somente isso, como muito da comunidade de D&D e da própria Wizards of the Coast parecem ter saído diretamente de piadas que surgiram dentro das campanhas, como por exemplo a propaganda do programa oficial da WotC, o D&D Beyond. A música cantada por Sam Riegel foi improvisada na entrada de um dos episódios da segunda temporada.

Se você souber inglês, por favor, assista.

Cortador de cana na empresa Quinta Capa