Tom Taylor e Andy Kubert escrevem uma história internacional em uma realidade alternativa do homem morcego em Batman: Detetive, sendo uma grande homenagem às histórias da Era de Prata, enquanto remete a O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.
O maior acerto da DC foi ter contratado exclusivamente Tom Taylor. A contratação está rendendo frutos para a editora que vive uma bagunça cronológica nos tempos atuais, onde os títulos não conversam entre si e paira uma grande apatia, com raras exceções, como o Superman do próprio Taylor.
Quando o escritor trabalha com universos paralelos, como fez em Injustiça e Dcomposição, o leitor pode esperar boas histórias.
E não é diferente quando falamos de Batman: Detetive, pois Taylor utiliza um Batman de uma terra paralela, só que mais velhos e sozinho, sem a ajuda de seus aliados clássicos, como o Robin. Mas, após seu nome ser envolvido em um atentado na Inglaterra, o herói terá que deixar Gotham e ir para Londres, onde começará uma jornada pela Europa.
O título já diz a que veio logo no começo, mostrando que o lado mais explorado do Morcego será o de detetive, porém, com muita ação e pancadaria, fazendo parceria com a nova Cavaleira e sua ajudante, a Escudeira.
E por falar nos heróis ingleses, esse encadernado me fez lembrar quando Grant Morrison assumiu Batman e trouxe todos os heróis esquecidos da Era de Prata. O escocês levou Bruce Wayne diretamente para Londres, e afirmou, de forma correta, que o tom gótico da capital inglesa combina perfeitamente com Gotham. E este fato é comprovado pela história de Batman: Detetive.
Então, o que Taylor nos traz é uma road trip pela Europa, com tom de aventura, estilo o Batman dos anos 1970, só que misturando com O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, com um Batman velho e cansado.
Tem algumas escorregadas de roteiro, como o fato dos antagonistas se vestirem de “Batman de branco”, o que não faz o menor sentido, como também não faz sentido a motivação da principal vilã da história.
Mas Taylor traz vários bons coadjuvantes para a trama, em especial, Henri Ducard, um dos mestre de Bruce Wayne em começo de carreira, o que fixa a atenção dos leitores.
O traço de Andy Kubert parece que parou no tempo quando desenhou O Cavaleiro das Trevas 3, ao lado de Brian Azzarello, pois emula demais a arte de Frank Miller. Mas funciona muito bem em Batman: Detetive, que tem muitas cenas de ação e pancadaria, deixando até de lado a investigação. O artista entrega ótimos quadros e uma narrativa competente, como sempre faz quando trabalha com o Batman.
Saber trabalhar personagens e coadjuvantes, além de conhecer bem da cronologia da DC e seus personagens, é o que faz Tom Taylor ser o nome do momento da DC. Com Batman: Detetive, apesar de alguns escorregões, o autor e Andy Kubert entregam outra boa história, dessa vez, com o homem morcego. E eu não me surpreenderia se o autor voltasse a este universo alternativo.
1 Comment