Este terceiro volume traz o arco em duas partes “Faca Comprida“, onde somos apresentados ao macabro Louis Beaumont, um homem branco que, ao matar Cavalo Manco, mestre Sioux de Mágico Vento, profana seu corpo e acaba arrastando nosso protagonista numa vendeta que envolverá duas magias poderosas.
Afinal, Beaumont é praticante de vodu, tendo aprofundado seus conhecimentos e poderes de tal modo que se tornou o filho de Damballah, o deus serpente. Tendo liderado um agrupamento militar durante a Guerra da Secessão, acabara preso num campo de concentração para prisioneiros confederados, onde foi enterrado vivo como punição por uma tentativa de fuga.
Mas de alguma forma Beaumont voltou à vida e segue implacável em sua trilha de vingança contra todos que o confrontaram. Ao assassinar Cavalo Manco, como uma forma de tomar para si sua magia, desperta a fúria de Mágico Vento, que parte em seu encalço disposto a tudo para recuperar a cabeça do xamã Sioux.
Em sua investigação, Ned e seu parceiro Poe chegam à cidade de Campbell, onde o acaso colocará mais uma vez Howard Hogan em seu caminho. Assim, Ned segue a pista de Beaumont para o embate final enquanto Poe permanece na cidade, para descobrir os planos de Hogan e liquidar de vez a fatura em aberto entre os dois.
“Faca Comprida” encerra, de certo modo, a trama iniciada no primeiro volume. Sempre tentado em seus vícios e perdendo a fé na imprensa como quarto poder, Poe finalmente consegue uma vitória pública em seu embate contra Hogan, após reunir provas que apontavam para seu envolvimento na formação de milícias destinadas a provocar uma guerra indígena.
Já Mágico Vento presta um tributo à tribo que o acolheu e ao homem que lhe deu uma segunda vida ao vingar sua morte e explorar sua visões de forma sábia, criando um elo comovente com seu mestre xamã.
Manfredi segue com sua proposta e apresenta, por exemplo, práticas da crença vodu em seus próprios termos, sem esquecer do uso de um fato histórico, os campos de concentração para prisioneiros durante a guerra civil americana, de forma eficiente dentro da narrativa, como mais um elemento do terror que Louis Beaumont encarnava.
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