Quando a loucura encontra a ganância, geralmente os homens ficam à mercê de uma salvação que vem de fora, livre da corrente insana que os arrasta para o caos. Em “Cara de Pedra“, arco em duas partes aqui apresentado, Gianfranco Manfrendi elabora um conto onde a moralidade é tingida pelas visões de Mágico Vento, que o convocam de forma premente para a isolada Carved Rock.
É lá onde se instala Derek Dish, à procura de suas raízes. Sua semelhança facial com um rochedo próximo acaba o tornando alvo de uma antiga profecia local, onde um nativo parecido com o rosto talhado na pedra seria responsável por guiar a cidade rumo à prosperidade.
O que todos ignoram é o passado homicida de Derek, que, fugindo de um manicômio criminal, busca o antigo lar materno, enquanto o médico responsável pelo seu tratamento segue seus passos, sentindo-se responsável pela trilha de sangue deixada pelo “cara de pedra”. Os caminhos de Mágico Vento e do dr. Forster se cruzam, fazendo com que o primeiro, ao saber dos fatos, alcance um novo significado para sua visão.
Pois, ao controlar a população de Carved Rock, Derek logo os arrasta para um conflito com a vizinha tribo Ute, tendo como aliado nosso velho conhecido Howard Hogan, interessado em defenestrar os indígenas e explorar as jazidas de ouro que haveriam no lugar. Cabe ao xamã branco evitar que o conflito aconteça.
Aqui, o verdadeiro horror surge do coração dos homens, cegos pela ideia de riqueza e de seus desejos mesquinhos, como se a falsa profecia servisse apenas de gatilho para que cada um chafurde no pior de si.
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