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Heróis Renascem de Jason Aaron é um desperdício de boas ideias

Li Heróis Renascem de Jason Aaron porque ainda tinha fé que o escritor pudesse me surpreender quando o assunto é Vingadores. Temos que admitir que o autor está cansado na Marvel e sua passagem nos maiores heróis da Terra está sem ritmo desde o começo, apesar das boas ideias.

Heróis Renascem de 2021
Em um mundo sem Vingadores, os maiores heróis da Terra são o Esquadrão Supremo, vilões clássicos da equipe, que são a versão da Liga da Justiça na Marvel.

As ideias que Jason Aaron tem jogando desde que assumiu Vingadores são boas: Mefisto, Vingadores pré-históricos, Esquadrão Supremo da América, Nação Vampira, entre outros. São excelentes pontos de roteiro.

Mas o que importa é ritmo para que o leitor se sinta lendo uma boa história. É justamente o que não está tendo em Vingadores atualmente. Só as histórias solos dos Vingadores pré-históricos são dignos de nota no título.

Vingadores Pré-históricos de Mike Deodato jr.
Nas páginas de Vingadores de Jason Aaron, já conhecemos as origens de Estigma, Punho de Ferro e Mamuteiro Fantasmas. Todas são excelentes histórias dos Vingadores Pré-históricos.

E a nova saga da Marvel, Heróis Renascem, não foge a regra. São bons temas, jogados no lixo porque não tem ritmo. Ao contrário. Em um mundo sem Vingadores (daí, a homenagem do título ao fatídico evento dos anos 1990, capitaneado por Jim Lee e Rob Liefild), os maiores heróis da Marvel são o Esquadrão Supremo da América, versão Marvel da  Liga da Justiça da DC.

Se o escritor fizesse o básico pra uma boa história, colocando como seria escrever personagens DC dentro da Marvel, já seria ótimo. Mas ele vai muito pra paródia, não focando na trama principal, que mais parece um acessório. Até Ed Mcguinness, que deveria ser o artista principal da trama, desenha poucas páginas do encadernado da Panini.

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Heróis Renascem por Dale Keown
Dale Keown e vários artistas fazem as histórias solo do Esquadrão Supremo. Pena que a própria principal pareça um spin off. E é muito mal dosada a trama, parecendo uma paródia sem conteúdo dos heróis DC.

E, quando falamos em trama principal, Heróis Renascem nada mais é que Dinastia M sem ritmo. Somente Blade lembra da realidade original, onde os Vingadores eram os maiores heróis da Terra, antes das mudanças que levaram ao Esquadrão Supremo da América. Igual com Wolverine em Dinastia M. E Brian Michael Bendis fez um trabalho bem melhor, sendo que eu nem considero Dinastia M uma boa história.

O problema é que são muitos bons conceitos desenvolvidos de forma ruim. Por exemplo: Galactus destruiu o mundo de Hyperion. Porém, quando os dois se encontram, a conclusão é ridícula, terminando em uma página dupla.  Outra ideia boa é o Doutor Espectro ser quase um genocida espacial. Porém, o passado e as motivações dele são fracas, sendo baseadas apenas em um nacionalismo americano exacerbado. Faltou um editor pra botar tudo nos eixos.

Heróis Renascem 2021
Pra sorte do leitor brasileiro, a Panini vai publicar tudo em 4 volumes. Dois para a trama principal e dois para os trabalhos extras envolvendo esse universo.

É uma pena que Jason Aaron esteja tão perdido quando o assunto é Vingadores, após o estouro que foi sua passagem em Thor e Wolverine. O roteirista precisa de novos ares, pois está fadigado com os personagens da Marvel. Talvez, precise de umas férias na DC, se esquecer essa paródia toda, ou com títulos próprios.

Heróis Renascem não funcionam nem como homenagem pra uma fase ruim dos anos 1990, nem como história própria, e, muito menos, como uma história boa dos Vingadores ou da Liga da Justiça.

Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.