Esta é uma resenha sem spoiler da segunda temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina que está disponível na Netflix, baseado apenas nos cinco primeiros episódios.
É quase inacreditável o que escreverei aqui, mas depois de uma primeira temporada simplesmente perfeita, a segunda temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina é uma soco no estômago de tão raso e ruim que foi.
Roberto Aguirre-Sacasa, criador de Riverdale, é o responsável pela totalidade do universo e adaptação da Sabrina (Archie Comics) para TV, realmente ele ganhou muita atenção e críticas positivas na primeira temporada, principalmente graças à sua escuridão subversiva e ao clima e ambientação que foi tratado o enredo sensível e desenvolvimento de seus personagens. Na verdade, quem poderia reclamar das atuações de Lucy Davis, Miranda Otto e Michelle Gomez que entregam, bem, qualquer coisa? Mas o que pareceu bom na 1ª Temporada se tornou muito menor e quase vazio na segunda, com um roteiro desajeitado e diálogos de rolar os olhos – para não falar de como tudo simplesmente se arrasta. Há, durante os episódios, muitas razões para isso, apesar de uma clara tentativa de todos fazerem o melhor possível (direção, atuação e ambientação).
Os episódios começam exatamente no ponto em ficaram no final da Parte 1 (ignorando aquele especial de Natal que ficou até interessante), com Sabrina (Kiernan Shipka) tentando derrubar o Lorde das Trevas / Lúcifer / O Diabo / Satã / dentro da Igreja da Noite e envolvendo todo mundo (querendo ou não) nisso, ela tem o dom de causar problemas para todos que estão a sua volta. O lado positivo é que seu poder e popularidade estão aumentando, assim como a ira do padre Blackwood (Richard Coyle), futuro marido de sua tia Zelda (Otto) e das Irmas Estranhas. Além disso, seus amigos mortais nesta temporada desenvolvem sentimentos realmente complicados, principalmente negativos, em relação a ela.
Basicamente foi a temporada da Sra. Wardell / Madame Satã/Lilith (Gomez), ela cautelosamente continua mexendo a cordas pelas sombras para causar problemas à Sabrina. As vezes, até Ambrose (Chance Perdomo) e a Tia Hilda (Davis) também se irritam com ela (e não tem como defender a Sabrina sobre isso). A narrativa está centrada na Profecia do Messias, usada de uma forma sutil como uma guerra de subjugação das mulheres do coven, porém a coisa não saiu como eles imaginaram. A série continua a subverter, sim, mas a diferença que é que dessa vez, eles abusaram dessa estratégia, quase algo forçado. Tudo na Igreja da Noite terá um oposto de uma tradição cristã, como “o Antipapa”, eles também gostam de usar homens sem camisa, mas isso existe nos quadrinhos.
Se você é como eu e gostou da primeira temporada de Riverdale, mas odiou a segunda temporada, pode sentir a mesma coisa nesta temporada da Sabrina, já que muitos de seus problemas centrais são os mesmos. A diferença entre ser extravagante e brega é que a série falhou nesse discernimento para esta temporada. Sabrina consegue ser e fazer coisas legais no desenvolvimento da personagem, mesmo que a atriz não seja tão consistente. Toda a série fica sem querer mostrando como se todos os envolvidos estivessem absolutamente exaustos e sem ideias ou energia para dar a uma série que está beirando ao ridículo e com necessidade de ser poderosa a todo momento. Os cinco primeiros episódios são dolorosos e sem sentido.
Mas a coisa vai melhorando do sexto até o final. Isso pode confiar.
Veredito
Reviravoltas consistentes? Aventuras cheias de frescor cheio de trevas e bons diálogos? A Segunda temporada de Sabrina é uma verdadeira decepção. Escolheram errados diversas coisas da trama, diálogos rasos e coisas não fazendo sentido, nem mesmo os verdadeiros heróis da série – Michelle Gomez, Miranda Otto e Lucy Davis – conseguem salvá-la. A narrativa cansada de Sabrina e os núcleos adolescentes típicas de Riverdale caem incrivelmente em uma tentativa de contar uma história de poder feminino que faria mais sentido dez anos atrás. Quer algo similar e melhor? Assista The Magicians.
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