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RPG| Alinhamento: Necessário ou opcional?

RPG Piauí certamente é o grupo sobre RPG mais produtivo em que já estive.

“Dicas do Mestre” da Dragão Brasil são peixe pequeno se comparadas às discussões que este grupo têm. Sério. E a bola da vez foi um assunto bastante espinhoso atualmente dentro do Hobby: O Alinhamento.
Para quem não sabe, o Dungeons And Dragons possui um sistema de “alinhamento” ou “tendências” para que o seu personagem escolha: 3 alinhamentos éticos: Leal (Lawful); Neutro (Neutral) e Caótico (Chaotic); e 3 alinhamentos morais: Bom, Neutro e Mal.
Com isso, temos um sistema de 9 “tipos” de tendências de personalidade que cada personagem pode seguir, uma vez que todos os personagens escolhem 1 alinhamento moral e 1 ético.
Por razões de economizar tempo, irei botar duas imagens que resumem melhor todo este negócio de alinhamento do que eu:

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Mas por que é um assunto tão espinhoso atualmente?

Assim como a religião já foi uma grande polêmica dentro do Hobby RPGístico, o espinho dos anos 200 é a questão do relativismo moral. D&D possui um sistema em que a moral de cada personagem é objetiva; porém o que é “bom” ou “mal” passa pelo crivo subjetivo do mestre.
Embora isso não pareça grande coisa agora, algumas classes eram umbilicalmente ligadas ao alinhamento, como é o exemplo dos Paladinos, que precisavam sempre ser “Leal e Bom” sob pena de decaírem e perderem seus poderes.
Irei descrever um exemplo exatamente como um participante do grupo escreveu, pois embora eu tenha comprado essa discussão, não consegui me expressar tão bem quanto ele em seu exemplo:

“Em Pathfinder, um Gnomo precisa sempre procurar novas emoções, se não eles vão literalmente perdendo a vida…

“…Certa vez meu irmão fez um gnomo alquimista e veio falar sobre o alinhamento do personagem dele, pois, para evitar o “bleaching”, que é essa perda de cor até morrer, o personagem dele usava drogas.
“Daí, seria necessário saber a posição, no mundo, sobre isso. Porque o personagem de uma maneira geral seria bom, se isso não fosse algo considerado maligno, mas se fosse, ele ia ser neutro.”
Dito isso, deve ser bem fácil imaginar também que se um outro jogador ouvir isso, e interpretar seu paladino entrando num bordel para passar a noite e na manhã seguinte o mestre narrar que ele perdeu os poderes.
Quem está mais correto? Para isso, foram criadas regras alternativas para esse tipo de problemática. Originalmente, os paladinos deviam seguir o que era moralmente “bom”, aceito pelo crivo subjetivo do mestre. A segunda edição de Pathfinder, por exemplo, vai mudar isso para: “O paladino deve seguir o código de conduta para os membros da religião que ele segue.”

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O que podemos tirar disso?

Vivemos em tempos de esclarecimento, não em tempos esclarecidos, é provavelmente o que diria Kant numa situação dessas. Vivemos em tempos peculiares, e é de certa forma, benéfico que as editoras tenham prestado atenção das discussões que este tipo de coisa e que tenham tomado atitudes em relação a isso.
Tirando o paladino ateu que é possível fazer na Quinta Edição de D&D. Aquilo é uma aberração.
Por fim, eu gostaria de agradecer a todos do grupo RPG Piauí por essa discussão (mesmo que com a presença de alguns sobressaltos) e por todo este maravilhoso conteúdo. Estejam sempre aí!
E você? O que acha deste tipo de problemática no RPG? Bote nos comentários.

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