Conheça as diversas facetas da super-heroína mais importante da DC Comics e da história dos quadrinhos com 10 histórias fundamentais da Mulher-Maravilha.
Dois mil e vinte está sendo um ótimo ano para a super-heroína feminina mais famosa e querida da DC (embora exista um pouco de competição, ao menos no Brasil, com a Arlequina) – o próximo filme da Mulher-Maravilha de Patty Jenkins será lançado em junho, além disso, 2020 teremos a 750ª edição da revista em quadrinhos da Amazona. Esta edição da Mulher-Maravilha apresentará histórias de alguns dos nomes mais importantes da história da personagem, e se este especial de tamanho gigante não for suficiente para satisfazê-lo, aqui estão dez das melhores histórias do passado histórico de Diana Prince.
Deuses e Mortais, George Perez
Nenhuma lista da história da Mulher-Marvilha nos quadrinhos poderia deixar de fora George Perez. É basicamente a definição da personagem feita pelo desenhista/roteirista mais importante década de 1980 da DC. Após os eventos de Crises nas Infinitas Terras, a DC contratou a nata criativa daquela época para reorientar seus três maiores personagens. Perez levou Diana de volta às suas raízes, contando uma história de origem, dando mais ênfase aos deuses gregos na vida da princesa e apresentando Ares, o deus da guerra louco por sangue, como um de seus vilões mais perigosos. Essas histórias são densas, surpreendentes e habilmente planejadas e escritas, oferecendo alguns dos melhores momentos das histórias em quadrinhos em uma década tão revolucionária.
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Hiketeia, Greg Rucka e J.G. Jones
Poucos personagens do universo DC parecem pertencer a extremos opostos do espectro narrativo como Batman e Mulher Maravilha, mas alguns escritores trouxeram resultados realmente interessantes quando eles se encontraram dentro desse contexto. Rucka, que já vinha de um histórico de boas narrativas, se uniu ao artista ultra-detalhado J.G. Jones em uma história sobre vingança e responsabilidade. Quando uma mulher mortal que Diana fez um juramento sagrado para proteger aparece na mira de Batman, os dois heróis acabam não aprovando a metodologia (código moral) que cada aplicou neste caso. Além disso, forças sobrenaturais melhoram o plano de fundo da história. É um thriller tenso e convincente que realmente cumpre o que promete.
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Novos 52, Brian Azzarello e Cliff Chiang
Certo, admito que Novos 52 não foi um marco para a história da DC, mas eu assinei, então li praticamente tudo que saiu dessa coleção. Para aqueles que ainda não sabem, Novos 52 aconteceu em 2011 quando a empresa decidiu reiniciar todo mundo de seu universo, foi uma chance de dar nova vida a alguns personagens que precisavam desesperadamente dele. A escolha de Azzarello – um nome mais conhecido dentro da linha adulta da editora, Vertigo (100 Balas), foi estranha, mas ele correu ousadamente os riscos com a Mulher-Maravilha. Azarello foi quem começou a escrever que Diana não nasceu do barro, mas sim uma Deusa, filha de Zeus e Hipólita. E sua função é ser a defesa entre a humanidade e os caprichos cruéis dos deuses. É uma leitura incrível e a arte de Cliff Chiang é algo singular.
The Legend Of Wonder Woman
É meio impensável hoje que, durante a maior parte da história da personagem, a heroína principal da DC tenha sido escrita e desenhada exclusivamente por homens. A lendária artista Trina Robbins foi a primeira mulher a desenhar a Mulher-Maravilha, e em 1986 ela se uniu a Kurt Busiek – que nem era famoso – para uma série limitada de quatro edições que homenageou suas origens da Era de Ouro. Talvez seja uma maneira legal para você revisitar os primeiros dias da heroína sem a sexualidade às vezes perturbadora que existe por trás da Princesa Diana.
Terra Um, de Grant Morrison e Yanick Paquette
A linha Terra Um da DC foi ou ainda é uma maneira de apresentar personagens fora de continuidade da editora, a função da Terra Um é deixar os criadores de primeira linha da empresa se concentrarem em roteiros sem ter que lidar com décadas de histórias conflitantes. Em 2016, a Mulher Maravilha ganou nada menos que Grant Morrison nessa função, o autor britânico levou alguns dos elementos recorrentes da origem da Princesa Diana, como Steve Trevor, tornando-se o primeiro homem a pisar em Themyscira em séculos, a história conta ainda com temas sobre a sexualidade estranha e focada na escravidão. Na verdade, essa história foi recheada de polêmicas quando foi lançada. É uma caminhada na corda bamba ler alguma coisa do Grant Morrison, mas com ajuda de Yanick Paquette, os dois fazem um trabalho hábil e interessante de ler.
O Círculo, Gail Simone, Terry Dodson e Rachel Dodson
Gail Simone construiu sua bem-merecida reputação por pegar personagens da DC e dar-lhes novos níveis de profundidade emocional enquanto conta boas histórias. Em sua estreia no mundo da Mulher-Maravilha, ela se uniu ao casal Dodsons, para limpar a bagunça deixada pela DC nas revistas anteriores. Durante a fase Gail Simone, a identidade civil da Diana era completamente impotente e ela precisava se transformar em Mulher Maravilha para usar sua força dada pelos deuses, criando uma tensão interessante que muitas vezes não vemos com a personagem.
A Verdadeira Amazona, Jill Thompson
A escritora e desenhista Jill Thompson tem muita experiência com a Diana – ela desenhou a personagem pela primeira vez em 1990 e diversas edições pós-Perez. Ela retornou à Mulher-Maravilha com uma linda narrativa, toda pintada à mão em 2017. Evitando inteiramente a presença de Steve Trevor, o conceito literal do que é uma Amazona, dando uma ênfase multidimensional para uma princesa mimada que precisa crescer na responsabilidade de ser uma líder. Jill Thompson sempre está entre as minhas autoras e desenhistas preferidas dos quadrinhos e nesta história ela simplesmente brilha.
Renascimento, Greg Rucka e Liam Sharp
Parece que toda vez que a DC reinicia seu universo, a Mulher Maravilha tem sua origem modificada. Mais uma vez, em menos de 10 a nos, a DC Comics resolveu reiniciar toda sua linha editorial em 2016. Rucka voltou escrevendo a nova série da Mulher Maravilha, mas a coisa foi estruturada de uma maneira bizarra. Para explicar melhor como isso funcionou, deixo o editor Thiago Ribeiro explicar.
Legends of DC Universe, Christopher Priest e Karl Waller
Muitos escritores de histórias em quadrinhos trabalham em uma espécie de linguagem compartilhada, arquivando suas idiossincrasias para se ajustarem ao estilo de cada editora (DC ou Marvel). Porém existe um autor que nunca fez isso, Christopher Priest. Durante seu tempo na DC, ele escreveu basicamente sobre todos os maiores heróis da empresa, incluindo a Mulher-Maravilha. Nessa história de três edições, a Mulher-Maravilha é chamada para um país da Europa central em meio à limpeza étnica, além disso, o carismático líder encarregado dessas atrocidades se renderá completamente, em troca de uma noite com Diana. Foi polêmico? Depende ao que ponto você quer entender como foi escrita a história. Para mim, foi um conceito muito incomum que investiga profundamente o desejo de Diana por paz a todo custo.
É um quadrinho muito complicado de encontrar. Por isso não tem link.
O Espírito da Verdade, Paul Dini e Alex Ross
Este one-shot oversized (História completa em apenas uma edição) de dois dos principais talentos da empresa foi lançado em 2001, e são 60 páginas de uma obra-prima. Mais do que quase qualquer outro herói do universo da DC, Diana é um reflexo do mundo ao seu redor. Ela foi enviada ao mundo dos homens para trazer a sabedoria e a paz das Amazonas, e isso geralmente é uma missão complexa e cheia de dúvidas para ela. Dini coloca a personagem em várias situações que testam suas habilidades mentais e físicas, e embora não haja muitas resoluções a serem encontradas, é um retrato convincente da heroína no seu melhor momento da história dos quadrinhos.
Mulher-Maravilha 1984 estreia em 4 de junho.
Revisão: Blêndali Peres Cardoso
Fonte: Geek
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