A sensação do K-pop têm um ótimo EP. Com cinco faixas pode não ser exatamente um álbum, mas demonstra sua amplitude musical e criatividade
Em alguns dias, o BLACKPINK fará história. Nas profundezas do deserto californiano, elas se tornarão o primeiro grupo de K-pop feminino a tocar no maior evento musical do Estado Unidos, o Coachella. E o nome está últimas linhas do line up, mas segunda linha do cartaz, um ponto abaixo do headliner Childish Gambino. Sua proeminência não é surpreendente quando você considera não apenas o aumento do apetite mundial pelo K-pop, mas também o acordo mundial do BLACKPINK com a Interscope, que confirmou que a Coreia do Sul era pequena demais para esse grupo. O que mais surpreendeu ao pesquisar sobre isso foi a rapidez que as coisas estão acontecendo (é um dos canais com maior número de seguidores do mundo no gênero e os vídeos têm quase bilhão de visualizações), considerando que elas ainda não lançaram um álbum completo, mas apenas nove músicas.
No último final de semana teve o lançamento delas – não um LP de estreia, como rumores sugeriram no início deste ano, mas uma continuação, coisa que já virou uma tradição de ofertar as músicas fragmentadas. “Kill This Love” marca seu terceiro EP após “Square Two” de 2016 e o “Square Up” do ano passado, e mostra uma banda que certamente é talentosa, mas talvez não esteja pronta para o próximo nível para o sucesso mundial propriamente dito.
Durante alguns dias, a gravadora YG Entertainment ficou soltando pequenos vídeos e provocando os fãs com o novo EP, sugerindo que a faixa-título seria mais bombástica do que a fenomenal “Ddu-du Ddu-du” de 2018. Talvez isso tenha sido um passo em falso da parte deles, fazer uma comparação com uma música que não é apenas a melhor da BLACKPINK até agora, mas que seria difícil de avaliar para muitos especialistas e fãs. Onde “D4”, como são conhecidas entre os fãs, fluiu sem problemas entre raps contundentes de Jennie e Lisa e os vocais marcantes de Jisoo e Rosé, já faixa “Kill This Love” ficou relativamente linear na execução e barulhenta na proposta. Na próxima,YG, não compare. DDU-DU DDU-DU é uma obra prima da música pop e nada chegará perto de música enquanto eu viver.
“Kill This Love” não é uma música ruim. Tem momentos de grande criatividade – escuta e veja a maneira como Jennie faz sua voz subir no final das últimas quatro linhas do primeiro verso como se ela estivesse acariciando algo dentro de si, ou como a música vai se transformando até atingir seu clímax, como se todo um circo estivesse em erupção ao redor da banda. Mas também há momentos em que a coisa não soou bem: o coro, em particular, uma oportunidade perdida após os acertos quando chega nas linhas dramáticas e emocionais da Rosé e da Jisoo.
Ao longo do EP, as quatro vocalistas encontram muitas emoções, todas ligadas por um tema comum. A ideia de estar sozinha é algo que surge em cada uma das quatro novas faixas (o quinto é um remix de Ddu-du Ddu-du), por exemplo, I é romântico, “Don’t Know What To Do’’ é o desejo de uma pessoa de estar com alguém novamente. E o tema fica variando mais ou menos assim por basicamente todas as faixas. Rosé canta tristemente em coreano: “Eu digo que estou bem, mas / não sei o que fazer sem você.”
Na faixa acústica e sentimental “아니길 (Hope Not)”, o grupo está no ponto de um rompimento emocional, onde passaram do anseio para a aceitação, Lisa resignadamente canta como uma observadora: “I’m not a stranger to being alone anymore”. “Kick It” é pulsante com graves profundos, cheia de colagens cintilantes, notas melódicas e linhas de violão. Destaque vai para Jisoo falando com seus amantes do passado: “I’m okay being alone / Don’t feel bad for me / I’m going to forget you now.”
Eu deixei de propósito sem traduzir essas faixas porque achei que a tradução perdeu todo o impacto.
Kill This Love e Don’t Know What To Do’’ são facilmente as joias mais brilhantes na coroa desse EP, cada uma destacando os diferentes lados do BLACKPINK. Refletindo o lado “rosa” de seu nome – suave e delicado, definido como uma trilha sonora pop que borbulha e explode em euforia em todos os lugares. Sim, a proposta musical da banda é essa, está lá no site oficial. As duas músicas são cheias de espírito independente, com elas cantando sobre os seus desafetos amorosos. Em seu single de estreia em 2016, “Boombayah“, Lisa cantava que não queria um garoto, mas que precisava de um homem. Agora, elas não precisam de ninguém, descobrindo que o melhor caminho é se encontrar e não depender de ninguém.
Veredito
Se essa é a nova proposta musical do grupo, isso resultará em músicas que elevarão a banda para o topo, mas sem um álbum completo, o BLACKPINK precisa trilhar um longo caminho dentro da música para se tornarem estrelas e finalmente chegar onde nenhum grupo de K-Pop foi. Lady Gaga tem cinco álbuns, Beyoncé tem seis. BTS que é uma banda equivalente, mas com garotos tem um repertório que tocaria por horas. Está na hora de produzir material que podemos dizer que de fato é um álbum completo.
Mas por enquanto, essas garotas vêm arrasando o planeta como uma força da natureza. E apenas o tempo poderá dizer o futuro delas dentro da história da música.
Score
Importância do MV………..10
Produção MV……….9
Conceito MV…………..8
MV SCORE: 9.6
Produção do Álbum…..8
Conceito do Álbum……..8
Faixas……………8
ALBUM SCORE: 8.8
OVERALL…………….9.0
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