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Crítica | Com 40 anos de estrada, AC/DC lança “Power Up” (2020)

O mundo precisa de AC/DC e eles, mais uma vez, entregam rock ‘n’ roll para todos em momentos de necessidade com “Power Up”.

AC/DC Power Up
Reprodução (Youtube)

O mundo precisa de AC/DC e eles, mais uma vez, entregam rock ‘n’ roll para todos em momentos de necessidade com “Power Up”.

Ser uma das bandas de rock mais influentes do mundo pode cobrar seu preço, especialmente quando a idade chega. Nessa fase da vida surgem problemas, imprevistos; é a ordem natural das coisas. Com o AC/DC não foi diferente, pois tiveram uma miríade de problemas na última década.

O vocalista Brian Johnson teve que renunciar sua posição por problemas de audição; revelou-se posteriormente que ele havia sido, na verdade, despedido por telefone; o baterista Phil Rudd teve problemas com a lei e, o mais doloroso, o guitarrista rítmico Malcolm Young foi vítima de demência, infelizmente falecendo em 2017. Some a isso o avançar da idade e você pensaria que Rock or Bust (2014) seria o último álbum de estúdio da banda.

Contra esse prognóstico, porém, os membros do AC/DC estão mais uma vez juntos, com o reforço do sobrinho de Young, Stevie, na guitarra base. O som continua poderoso e hipnotizante como sempre. Power Up, o novo álbum da banda, é tanto um tributo a Malcolm Young quanto um retorno das guitarras altas e limpas, bateria impetuosa, e um desejo pela vida que faz inveja às gerações mais novas.

 

A primeira faixa já nos joga direto para o mais puro rock ‘n’ roll. Realize faz a gente sentir que eles conservam o fôlego e ainda fazem a música limpa e crua de 40 anos atrás. Ela grita em cada nota de guitarra: estamos de volta e você terão que nos engolir! E o destaque são as guitarras (lógico) e os riffs agitados; e os vocais poderosos e agradáveis de Brian Johnson estão todos lá. É como se eles nunca tivessem nem ousado pensar em parar.

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É realmente um milagre como os vocais de Johnson são bons, considerando o que ele passou. Além disso, o trabalho de guitarra de Angus Young é brilhante, é uma lenda da história da música e um divisor de águas na forma de se tocar guitarra. Ele acerta as notas contra as batidas da bateria, tornando impossível não ser arrastado em uma dose pesada de nostalgia.

Depois de respirarmos um pouco, começa Rejection com seu ritmo mais lento, talvez com alguma influência do Aerosmith dos anos 80, com Stevie Young encaixando notas com naturalidade. Somos então lançados no primeiro single e destaque do álbum: Shot in the Dark, com riffs de blues e aquele som AC/DC encantadoramente clássico que não se deixa envelhecer. Nesse  mundo de sucessos pop, o som parece uma lufada de ar fresco, mesmo que tenha décadas.

 

Não há como parar de ouvir enquanto nos aventuramos nos cortes mais profundos do disco, cheios de melodias viciantes, clichês do rock ‘n’ roll (que de alguma forma escapam sem soar cafona) e guitarras poderosas. Kick You When You’re Down é uma faixa bastante divertida, mesmo percebendo que qualquer momento pode ser o último dos holofotes. Com um dos solos de guitarra mais gratificantes do álbum, Angus toca alegremente e segue seu caminho até sua conclusão. Demon Fire então oferece algo um pouco diferente e um pouco mais sombrio, com um refrão enorme e linhas vocais baixas e roucas.

Você pode até pensar que, à medida que nos aproximamos do final do álbum, as coisas ficariam mais lentas; mas estamos ouvindo AC/DC. Money Shot mantém os riffs de guitarra fluindo e Johnson de alguma forma ainda soa como se tivesse 21 anos. Como ele voltou a se apresentar, de uma maneira tão hipnotizante e poderosa, é uma prova de pura coragem e tenacidade. O álbum então termina com Code Red, um som mais lento que se infiltra em sua mente enquanto o refrão emerge com uma melodia de vocais, todos lutando para serem ouvidos.

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Contra todas as probabilidades, o AC/ DC voltou com um belo álbum. Power Up” nos lembra daquele som clássico da banda, com a resiliência de quem já passou por cima de várias provações, e que deve nos inspirar a seguir em frente nesse momento adverso pelo qual passamos. O mundo precisa de AC/DC e eles, mais uma vez, entregam rock ‘n’ roll para todos em momentos de necessidade.

AC/DC
Encarte do CD físico “Power Up”, mas pode adquiri-lo nas plataformas digitais.

 

“Power Up” será lançado dia 13 de Novembro, mas não terá sua versão brasileira, se quiser adquirir corre para a internet que é fácil de comprar.

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O Henrique de Barros me ajudou na revisão do texto.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.