Conheça a terra das névoas, lar dos Domínios do Medo e do vampiro Strahd Von Zarovich!
Caso você nunca tenha jogado Dungeons & Dragons, você precisa saber de algumas coisas antes de prosseguirmos. O jogo é composto de 3 livros básicos: Livro do Jogador, Guia do Mestre e Manual dos Monstros. Fora estes, existem 3 tipos de livro que podem ser lançados como “suplementos” para o conjunto de regras básicas do jogo. O primeiro tipo são suplementos de regras: talvez um novo livro de monstros, ou um livro que apresente mais opções de customizações de personagem. O segundo tipo são aventuras prontas, ou “módulos”. E o terceiro são cenários.
Os cenários funcionam como diferentes ambientações temáticas que podem ser jogadas com o mesmo conjunto de regras de RPG de mesa. Algumas ambientações nascem dentro de aventuras curtas, que mais tarde são expandidas com outras aventuras até ter algo consistente o suficiente para se chegar em um cenário. E essa foi a história de Ravenloft.
Origens
Ravenloft nasceu no módulo I-6 para a segunda edição do jogo, em outubro de 1983. Escrito por Tracy e Laura Hickman, casal que também foi responsável pelo cenário de Dragonlance (que com certeza vai ter um texto aqui). O módulo foi muito bem recebido pela forma diferenciada que tratou seus personagens e trama.
O módulo I-6 foi mais do que uma aventura sobre matar um vampiro, apesar de certamente ser o que chamou a atenção dos jogadores na época. A aventura dava um mergulho na história e motivação que fazia Strahd ser o vampiro aterrorizante que é, sendo até então o primeiro ‘vilão’ verdadeiramente explorado dentro dos módulos de aventura.
Algo que também atrai jogadores até hoje ao cenário e módulo é a capacidade de ser inserido em qualquer campanha a qualquer momento, mas falarei mais sobre isso depois. John Wick (não o Keanu Reeves, o cara que fez os jogos 7º Mar e Lenda dos 5 Anéis) também considera o módulo I-6 como sendo a melhor aventura de todos os tempos.
Três anos depois, outra aventura em Ravenloft foi lançada: a I-10: Ravenloft II – The House on Griffon Hill, e mais tarde as duas aventuras deram origem à um cenário completo e coeso chamado de “Os Domínios do Medo”. Caso a capa do primeiro módulo pareça familiar pra você, provavelmente é por causa dessa capa de Castlevania.
O que faz de Ravenloft único?
Apesar de ser a primeira aventura que mergulha em seus personagens e na trama em que se encontram, este não é o único atrativo para os Domínios do Medo. Baseado nas histórias de Horror Gótico do século XIX, o cenário é “dividido” em vários reinos, que podem ser descritos perfeitamente com a expressão: “Este lugar é como o inferno, mas não pra você.”
Eu explico: Ravenloft não faz parte do plano material. Na verdade, ele funciona como uma “bolha” dimensional, como um semiplano do Terror. Ninguém sabe exatamente os responsáveis por criar este lugar envolto em névoas, ou sequer qual sua motivação, mas sabe-se que Poderes Sombrios governam as leis do lugar.
Existem vários Domínios do medo, sendo Baróvia(lar de Strahd) um deles. Cada um destes domínios é formado através de atos extremamente sombrios, capazes de corromper não só o responsável pelos atos, mas também toda a terra que os cerca; são, assim, tragados pelos poderes sombrios para viverem em um ciclo de repetição eterna de seus pecados. É como o inferno, mas não pra você.
Os Personagens dos Jogadores, ao jogar em Ravenloft, podem esperar uma trama sombria de corrupção e redenção, seja dos próprios Senhores do Medo (Dread Lords, nome dado àqueles que ganham território no semiplano do terror), seja dos próprios personagens, pois os poderes sombrios sabem como tentar o coração daqueles que fraquejam. Caso você pegue algum livro do cenário, existem boas regras para medo, horror e corrupção.
Pela natureza do lugar, ele pode ser encaixado em qualquer campanha a qualquer momento, pois os domínios fazem parte do Plano das Sombras ou Shadowfell. Este plano é uma constante em quase todos os mundos de D&D, de forma com que não seja necessário iniciar outra campanha para que os jogadores irem parar em Baróvia ou em qualquer outro dos domínios. Basta que os Poderes Sombrios tragam os personagens através das névoas.
Considerações finais
O cenário é um clássico que conquista corações em qualquer edição de Dungeons & Dragons, tendo uma adaptação para todas elas. Curse of Strahd (com sua memorável capa que ilustra o início do post), a adaptação para a quinta edição, é um pouco mais longa que a aventura original, sendo uma campanha do level 1 ao 10.
O motivo pra isso é que, apesar de ser o mesmo plot, ela utiliza e aproveita materiais do universo que fora expandido por outros suplementos.
Definitivamente visitar a terra das névoas é uma necessidade na vida de todo aventureiro 🙂
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