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Resenha | Corrida Maluca (Ken Pontac & Leonardo Manco)

Interpretação de Corrida Maluca pela DC Comics impressiona pela violência e seus personagens fortes, mas decepciona na execução de uma boa história.

 

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Após publicar as novas interpretações de Scooby-Doo, Os Flinstones e Future Quest, que juntava Jonhy Quest, Space Ghost, Homem-Pássaro e outros, a Panini trouxe ao Brasil a reinterpretação dos personagens do famoso desenho Corrida Maluca, do estúdio Hanna-Barbera, pela DC Comics. Capitaneada pelo escritor Ken Pontac e pelo desenhista argentino Leonardo Manco, essa nova corrida maluca une os corredores clássicos em um ambiente que faz jus aos filmes da franquia Mad Max, que se passava em um futuro apocalíptico, onde a luta era por recursos para a sobrevivência.

Aqui, temos mais do que a busca para se manter vivo. Uma misteriosa personagem chamada apenas de A Locutora é a responsável por salvar os personagens no seu momento de quase morte, fornecendo carros com inteligência artificial e colocando a todos para correr até a linha de chegada, quando o ganhador será levado para bem longe dessas terras infestadas de criaturas, nano robôs assassinos e mutantes, tudo isso em um mundo desértico. Ou seja, a trama é bastante simples e direta.

 

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Porém, a corrida, que seria o mais importante, não é o ponto mais interessante da trama (e nem o porquê do mundo estar devastado). O que se destaca nesse álbum são as revelações de quem eram alguns pilotos antes de participarem da corrida. É dessa forma que vemos que Dick Vigarista já era um escroque antes mesmo de correr ao lado de seu cão mutante Mutley. Somos apresentados (em forma de desenhos infantis) à história de Penélope Charmosa e sua vida com mãe e irmã, que eram abusadas pelo padastro. Conhecemos a história de Tio Tomás e Ursão (talvez, o melhor conto do encadernado). Sabemos que o Barão Vermelho é um nazista da pior espécie. Descobrimos como homens da caverna e a famosa Quadrilha da Morte participam da corrida. E, por fim, vemos como o Professor Aéreo está ligado à destruição da terra.

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Sem sombra de dúvidas, essas pequenas revelações são o destaque da história.

Digo isso porque a corrida em si não é tão empolgante assim, mesmo com os desenhos inspirados de Leonardo Manco. Por exemplo, os carros com inteligência artificial. O conceito seria muito bom se melhor usado quando se estivesse desenvolvendo a corrida mais e mais, porém, com uma exceção rápida na trama, os mesmo não se destacam em nada, se tornando um desperdício de potencial narrativo.

 

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Outro fator que pode irritar o leitor é sobre as sequências de ação do quadrinho. Apesar de Manco se destacar em excelentes quadros, a transição entre quadros de ação se mostra muito problemática. E quando estamos tratando de uma trama que envolve uma corrida com diversos veículos e personagens, isso só tende a piorar visualmente. Por exemplo, as cenas onde nano robôs assassinos atacam os corredores não tem peso nenhum na ameaça apresentada, fazendo com que o leitor não sinta que há um inimigo presente ali que pode matar os corredores.

O trabalho da Panini no encadernado é o que tem-se observado ser o padrão para as edições da série Hanna-Barbera. Contém as 06 partes publicadas nos EUA, capas originais e alternativas. E quase nenhum extra, com exceção do design dos carros por Leonardo Manco. O que é uma pena, já que a série Corrida Maluca (1968-1969) completou 60 anos em setembro de 2018. Um editorial contando mais sobre o desenho e uma ficha com cada personagem original cairia como uma luva na edição.

 

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Contando com um roteiro direto, mas que acerta ao aprofundar seus personagens, Corrida Maluca pode ser uma boa leitura se o leitor gosta de grandes cenas de ação e versões alternativas de personagens já conhecidas. É uma pena que a narrativa da trama não ajude nas cenas da corrida e o encadernado não traga nenhum extra atrativo.

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Ficha Técnica:

168 páginas

Tamanho: 26,2 x 16,6 cm

Capa cartão

Preço de capa: 25,90

Lançamento: julho de 2018.

Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.