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Conheça as 10 melhores séries de comédia da década

Melhores comédias da década
Courtesia da Netflix; HBO; NBC e FX (TV LINE)

Quer ter uma ideia de como drasticamente a televisão mudou nos últimos 10 anos? Assista uma série de comédia. De 30 Rock a A Veep. As séries de humor realmente são uma das revoluções da TV dos últimos anos.O pessoal do site TV LINE vem fazendo especiais sobre as mudanças que vem ocorrendo nos últimos dez anos, principalmente nos gêneros das séries. Um desses especiais que mais chamou atenção foi as mudanças drásticas das séries cômicas americanas.

Segundo o site, o número de roteiros escritos para esse gênero aumentou, a forma como a comédia é abordada mudaram um pouco para as “sitcoms” e o resultado, são dezenas de programas que mudaram essa fórmula, assumindo grandes riscos de contar histórias e, em muitos casos, confundindo completamente a linha entre o que é comédia e drama.

Com vocês, as 10 séries de comédias mais importantes da última década.

30 ROCK

 

30 ROCK
Reprodução/NBC

30 Rock estreou nos Estados Unidos em 2006. Ficou no ar 2013. O sindicato dos roteiristas norte-americanos elegeu seu texto o 21º melhor da história.

A atriz Tina Fey, revelação do humorístico Saturday Night Live, era a produtora-executiva e uma das protagonistas da série, ao lado de Alec Baldwin. Ela interpretava a roteirista Liz Lemon, que também era a atriz principal da série fictícia TGS with Tracy Jordan. Já Baldwin fazia o pragmático e controlador Jack Donaghy, executivo da NBC que interferia constantemente na produção de TGS. O astro do programa, Tracy Jordan (Tracy Morgan), era uma típica celebridade, instável e mandona.

30 Rock foi marcante para as séries de TV por retratar com ironia, mesclada com uma pitada e realismo, a criação e realização de um programa de TV. O mais interessante é que a emissora satirizada na comédia, a NBC, era quem exibia a série nos EUA. O nome 30 Rock é uma referência ao endereço onde os estúdios da emissora se encontram.É como se a Globo fizesse uma série chamada Projac, abreviação de Projeto Jacarepaguá, onde grava seus programas de entretenimento, novelas e séries.

No total, 30 Rock recebeu 112 indicações para o Emmy em sete anos. Somente em 2009, concorreu em 22 categorias, um recorde para as séries de comédia em uma única cerimônia.Embora tivesse todo esse respaldo da principal premiação da TV norte-americana, a comédia não atingia excelentes números de audiência. A melhor temporada nesse quesito foi a terceira. Com ela, 30 Rock foi o 69º programa mais visto nos Estados Unidos entre 2008 e 2009.

ATLANTA

 

 

Atlanta
Divulgação/FX

 

 

Com carreira musical de sucesso e participações icônicas como sua passagem por Community, Donald Glover já deixou claro que tem potencial de sobra. Mesmo assim, o produtor surpreendeu quando, em 2016, estreou Atlanta nas telas do FX. Vendida como uma comédia sobre três caras tentando crescer na cena de rap da cidade dos EUA, o seriado usou e abusou da ironia para explorar a luta contra a pobreza e o preconceito. Foi um sucesso.

Atlanta continua sendo uma série complicada de descrever, mas incrivelmente prazerosa de se assistir e estudar. Os irmãos Glover estabeleceram o programa como um playground onde podem brincar tanto com temáticas inusitadas quanto com as emoções do público. É impossível prever o rumo da narrativa ou da abordagem, mas é justamente essa imprevisibilidade que torna o seriado tão atraente e inovador.

 

 

 

BOJACK HORSEMAN

 

 

BOJACK HORSEMAN
Netflix

Com humor extremamente nonsense e uma baita crítica ao mundo das celebridades, a animação BoJack Horseman é uma das produções originais mais divertidas da Netflix.

A história gira em torno do ego do depressivo, alcoólatra e ator BoJack, um sujeito meio cavalo, meio humano, ex-protagonista de um programa de TV dos anos 90. Se fosse brasileiro, frequentaria a RedeTV! e faria o possível para suas fotos do Instagram saírem na mídia.

A primeira temporada foi lançada em 2014 com cinco temporadas até agora. É impossível passar por um episódio sem ao menos dar uma boa gargalhada, ao mesmo tempo, a história dá espaço para uma reflexão sobre o vazio universo das celebridades.

A animação foi criada por Raphael Bob-Waksberg, com design da cartunista Lisa Hanawalt, e é um dos programas mais originais e incríveis da Netflix. A voz original de BoJack Horseman é feita pelo ator Will Arnet. Ele divide a casa com Todd Chavez (Aaron Paul) e mantém uma relação meio conturbada com Princess Carolyn (Amy Sedaris), sua agente e empresária. Na série, acompanhamos BoJack lidando, sozinho, com seu ego, sua depressão, o alcoolismo e, acima de tudo, um punhado considerável de péssimas escolhas. O ator então tem a chance de escrever um livro contando a sua história, mas, depois de muito procrastinar, não consegue sair do lugar. Seu agente literário – sempre preocupado com o fracasso do mundo dos livros – sugere que BoJack aceite utilizar um “ghost writer” para fazer o trabalho que o cavalo bípede não consegue fazer. Ele aceita, Diane Nguyen (Alison Brie) entra na trama, e aí tudo engrena.

Além do elenco fixo, artistas fazem aparições esporádicas e incríveis no programa. Naomi Watts mostra o quanto é boa atriz interpretando a ghost-writer de BoJack na gravação de um filme; Daniel Radcliffe, o eterno Harry Potter, aparece em um programa de auditório e Paul McCartney, surge do nada em uma festa.

Esta série é um tesouro das séries de comédia da história das séries de TV.

BROOKLYN NINE-NINE

 

 

Brooklyn 99
Reprodução/NBC

No ar desde 2013, Brooklyn Nine-Nine é uma série criada por Michael Schur, também a mente por trás das ótimas The Good Place e Parks & Recreation, além de colaborador de The Office, e Daniel J. Goor, roteirista de Parks & Recreation e The Daily Show. A série exibida pelo canal Fox nos Estados Unidos, que também faz parte do catálogo Netflix, chegou em sua sexta temporada – ainda em exibição –, com um público consolidado e que não hesita em exaltar os pontos positivos de uma série que contribui ativamente para uma cultura pop mais diversa, divertida e consciente.

Em maio de 2018, a Fox causou furor nas redes sociais ao anunciar o cancelamento da série. Após milhares de mensagens dos fãs (incluindo de celebridades como Guillermo Del Toro, Lin-Manuel Miranda e Mark Hamill), o canal NBC resolveu resgatar a produção para uma sexta temporada.

Durante os mais de 100 episódios da série, acompanhamos a rotina da delegacia de polícia do Brooklyn (em Nova Iorque), a 99. O foco principal são os casos policiais e a vida do detetive Jake Peralta (Andy Samberg) e de seus colegas e amigos Amy Santiago (Melissa Fumero), Rosa Diaz (Stephanie Beatriz), Charles Boyle (Joe Loe Truglio), sargento Terry Jeffords (Terry Crews), Gina Linetti (Chelsea Peretti), o comandante Raymond Holt (Andre Braugher), Scully (Joel McKinnon Miller) e Hitchcock (Dirk Blocker). O início da série marca a chegada de Holt, o novo capitão da delegacia, que além de um policial negro, também é gay. A partir daí, podemos assistir ao desenvolvimento da relação do novo capitão com os já detetives e membros da 99, bem como os casos policiais.

Brooklyn Nine-Nine é facilmente uma das melhores e mais completas comédias dos dias atuais, senão a melhor. Seu elenco é talentoso e diversificado, de nomes conhecidos e novatos. Suas tramas são divertidas, sem nunca perder a mão em tiradas contemporâneas, pertinentes, e adoráveis. Baseada em um humor mais humano, mais real, que não usa a depreciação ao próximo em sua estrutura, B99 ainda se trata de uma série policial, mas está longe de ser quadrada. Brooklyn 99 tem um roteiro original, personagens regulares bem desenvolvidos, e personagens secundários e convidados igualmente interessantes e divertidos. A comédia tem consciência social, não dá para negar, mas não faz o papel de palestrinha. As referências que a série traz, tanto sobre a cultura pop quanto sobre a sociedade num aspecto geral, são inúmeras, mas nunca cansativas ou demagógicas. Para os amantes do romance, até os casais da série são interessantes – Jake e Amy são, de verdade, um casal pelo qual torcer. Por fim, e acima de tudo, a série é verdadeiramente engraçada e assim como as melhores comédias o fazem, ela aquece o coração, nos coloca para pensar e, vez que outra, ainda nos arranca umas lágrimas – tudo isso em momentos adequados para tanto. Se você, por alguma razão, ainda não assistiu Brooklyn Nine-Nine, está esperando o que?

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COMMUNITY

 

 

The Community
Reprodução/NBC

Criada por Dan Harmon para o canal NBC, Community é uma das séries mais inteligentes dos últimos anos, rendendo uma pilha de elogios da crítica e se tornando uma obra que homenageia a cultura pop em sua totalidade.

Ela conquistou o seu espaço fazendo um humor próprio com inúmeras referências a filmes, séries e livros, tudo isso feito de forma mais natural possível sem se tornar algo forçado e, ao decorrer dos episódios, criando a sua própria mitologia fazendo ligações com episódios distantes e com inúmeros “Easter Eggs”.

A história se passa em Greendale, uma faculdade comunitária frequentada por excêntricos e é neste cenário conhecemos Jeff (Joel McHale) um ex-advogado que foi pego com diploma falso; Britta (Gillian Jacobs), uma ex-anarquista que quer se formar na faculdade; Troy (Donald Glover), que perdeu a sua bolsa de estudos em outra universidade renomada; Abed (Danny Pudi), o único realmente Nerd do grupo; Pierce (Chase Chavy), um milionário em busca de mais um diploma; Annie (Alison Brie), uma CDF viciada em drogas; Shirley (Yvette Nicole Brown), uma dona de casa que quer aprender um pouco sobre negócios e muitos outros. Um grupo é primeiramente formando com a desculpa de estudar para as aulas de espanhol do professor Chang (Ken Jeong). Cada um dos personagens principais tem características tão diferentes que torna-se curioso a sua união e a seus laços de amizade que os acompanhariam durante as seis temporadas e dessa forma, os Seven de Greendale é formado.

Community é para aqueles que a assistiram, uma verdadeira série voltada para o público nerd, isso se deve aos inúmeros episódios temáticos, uma obra que deixaria o Capitão América louco de tantas referências. Aos episódios podemos citar menções a Quentin Tarantino, a filmes de máfia como Os Bons Companheiros e O Poderoso Chefão. A história criada por Harmon é uma montanha russa de loucuras tendo dentre os acontecimentos, alguns em stop-motion, 8bits, RPG e paintball.

A série teve no total 110 episódios divididos em seis temporadas, foi cancelada quatro vezes e voltou três graças aos fiéis fãs e ao slogan criado na sua primeira temporada, seis temporadas e um filme. Um dos maiores problemas de Community sempre foi o horário em que era exibida nas emissoras americanas. A série foi colocada para ser apresentada nas noites de sexta-feira onde a maioria dos americanos não permanece em casa. O programa surgiu para concorrer com The Big Bang Theory e ao contrário da série da CBS, Community não tenta entrega o significado das piadas como algo mastigado, seus personagens não são caricaturas dos “nerds” como a sociedade os vê. São pessoas normais que como qualquer outro ser social sofre influência da cultura pop. O segundo principal problema são seus episódios iniciais que são fracos em comparação ao restante da série, pulando esse desafio a mesma é puro encanto.

Recomendo fortemente verem Community, pelo seu humor inteligente, por criar uma mitologia forte e por seus episódios altamente carregados de referências a esse mundo nerd que tanto amamos.

CRAZY EX-GIRLFRIEND

 

 

Crazy Ex Girlfriend
The CW

O seriado conta a história de Rebecca Bunch (Rachel Bloom), uma advogada “que está apaixonada e, por isso, não é responsável por suas ações”. Acontece que essa moça, há 15 anos, teve um romance de verão superintenso com Josh Chan (Vincent Rodriguez III), morador de uma cidadezinha no interior da Califórnia.

Depois de se despedirem, nossa protagonista não poderia sequer imaginar que encontraria com seu crush, já adulta e super bem-sucedida, pelas ruas de New York. Desde então, ela torna o seu principal objetivo de vida reatar sua linda história de amor com Josh, stalkeando o rapaz até dizer chega.

O seriado conta a história de Rebecca Bunch (Rachel Bloom), uma advogada “que está apaixonada e, por isso, não é responsável por suas ações”. Acontece que essa moça, há 15 anos, teve um romance de verão superintenso com Josh Chan (Vincent Rodriguez III), morador de uma cidadezinha no interior da Califórnia.

Depois de se despedirem, nossa protagonista não poderia sequer imaginar que encontraria com seu crush, já adulta e super bem-sucedida, pelas ruas de New York. Desde então, ela torna o seu principal objetivo de vida reatar sua linda história de amor com Josh, stalkeando o rapaz até dizer chega.

Crazy Ex-Girlfriend é uma série tão interessante na sua maneira de contar histórias que deixa espaço para inúmeras interpretações e análises. Mesmo sendo um produto audiovisual, as canções trazem a bagagem do lírico, junto de toda a tradição literária. É uma série que tem total controle de sua narrativa e por isso consegue brincar com conceitos, tropos e clichês. É mesmo uma jornada, pois não importa muito onde ela chegará, o que importa é como isso vai acontecer.

THE GOOD PLACE

 

 

Um Bom Lugar
Divulgaçao/NBC

A série redimensiona as noções de céu e inferno a partir da chegada de Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) ao paraíso por engano. The good place é originalmente da NBC e tem conquistado aficionados por comédias, sobretudo pela performance dos protagonistas.

Ted Danson, que dá vida ao protagonista masculino Michael, foi, na semana passada, indicado ao Emmy de melhor ator em série de comédia. Já Kristen Bell tem o rosto conhecido por ter apresentado algumas das principais premiações dos EUA e por protagonizar ou participar de filmes “divertidos e leves”. A voz da atriz também ficou famosa depois de ela ter narrado os 121 episódios de Gossip girl e por dublar a princesa Anna no filme Frozen.

Com três temporadas já lançadas, The good place tem episódios de 22 minutos no catálogo da Netflix. Quando a produção não está em hiato, os episódios são disponibilizados semanalmente na plataforma, às sextas-feiras.

A história começa quando Eleanor morre e é recebida no “good place” (lugar bom). Ela é ciceroneada pelo simpático Michael, que apresenta o “paraíso” a ela. Para lá, só vão pessoas que conquistaram uma pontuação alta durante o tempo de vida. Cada boa atitude na Terra, como plantar uma árvore, ajudar um idoso a atravessar na faixa, corresponde a um saldo positivo.

Atitudes pouco nobres ou “ofensivas”, como dirigir pelo acostamento, “esquentar peixe no microondas do escritório” ou “pagar para ouvir música da banda de funk-rock da Califórnia Red Hot Chili Peppers”, por outro lado, fazem pontos serem descontados.

O desenrolar da trama se dá a partir dos conflitos de Eleanor no ambiente voltado para pessoas “do bem”. Ela não tem o perfil de boa samaritana exigido para conquistar uma vaga no paraíso e se sente uma farsa. No good place, cada pessoa tem uma alma gêmea (“almas gêmeas são reais e vocês passarão a eternidade juntos”, diz Michael). A de Eleanor é o professor de Ética e Filosofia Moral nigeriano Chidi (William Jackson Harper). Ele é responsável por ajudá-la a ser uma pessoa “melhor” e, assim, merecer estar ali.

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Chidi e Eleanor são vizinhos de Tahani Al-Jamil (Jameela Jamil) e Jianyu Li (Manny Jacinto). Juntos, eles descobrem segredos do paraíso e vivem uma relação de amizade e desavenças. Enquanto Eleanor é torturada por achar que não merece a felicidade eterna, os vizinhos vivem uma vida de luxo numa mansão “feita sob medida para eles”.

A versão sobre “a próxima etapa da existência humana no universo” da série pouco se parece com as representações religiosas existentes do paraíso. “Os hindus estavam um pouco certos, os muçulmanos também. Judeus, cristãos, budistas, todas as religiões acertaram uns 5%”, diz Michael ao apresentar o lugar a Eleanor. Seja qual for a sua crença, ver The good place é uma forma divertida de discutir política, moralidade e filosofia.

HAPPY ENDINGS

 

 

Finais Felizes
Divulgação/ABC

Cancelada em 2013. Mesmo sendo aclamada pela crítica nos dois primeiros anos, algumas decisões erradas da ABC, como horário de transmissão e falta de marketing, levaram ao inevitável: seu cancelamento por baixa audiência. E só teremos isso sobre esta série. Quem está escrevendo e organizando a lista, nunca assistiu, mas como está na lista original, fica aqui a lembrança.

PARKS AND RECREATION

 

 

Parks and Recreation, série cômica da NBC que está disponível na Amazon Prime.
Divulgaçao/NBC

Criada por Greg Daniels e Michael Schur em 2009, a série acompanha o cotidiano do Departamento de Parques e Recreação na fictícia cidade de Pawnee, Indiana (apesar do local não existir, o seu nome é real e dá título a uma tribo indígena nativa dos Estados Unidos). A cidade apresenta uma série de problemas de infraestrutura, um governo omisso e corrupto, uma rede de TV e mídia impressa sensacionalistas e oportunistas, preconceito étnico, sexual e religioso; racismo e analfabetismo político por parte da população e, a cereja do bolo, funcionários públicos incompetentes, com raríssimas exceções. Ou seja, Pawnee é o protótipo do funcionamento público da maior parte das cidades que conhecemos, pelo menos em algum ponto de sua constituição.

Essa comparação imediata (em especial para nós, brasileiros, que lidamos diariamente com esse tipo de realidade) torna os episódios de Parks and Recreation uma inteligente forma de criticar a estupidez da malha pública, sua burocracia e suas desculpas para que os serviços públicos permaneçam não servindo à população.

Mas a Prefeitura de Pawnee tem uma funcionária que não se encaixa no grupo dos preguiçosos, dos descontentes com o trabalho, dos indiferentes. Seu nome é Leslie Knope (Amy Poehler). Ela é a funcionária mais eficiente de toda a cidade, tomando para si responsabilidades comunitárias e fazendo o que pode e o que não pode pelo bem da população local. Leslie é o tipo de “Caxias” com ideologia patriótica: ela acredita piamente em seu país e o defende acima de tudo. Tem fé no governo, valoriza o trabalho mais do que tudo na vida, é extremamente competente em todas funções dentro da Prefeitura e não se importa em trabalhar fora de dia e horário. Ela é a funcionária perfeita e neurótica dentro de um sistema imperfeito e indiferente.

O elenco também contava com Tom Havenfort (Aziz Ansari), Ron Swanson (Nick Offerman), Ann Perkins (Rashida Jones), Andy Dwayer (Cris Pratt) e April (Abrey Plaza), este é o núcleo central da série. Ao longo das temporadas personagens secundários como Donna (Retta) e Jerry Gergich (Jim O’heir) ganham mais espaço e a série recebe adições de peso como Ben Wytte (Adam Scott).

São sete temporadas impecáveis. Tudo é bem amarrado, sem deixar nada sem explicação. Todos os episódios são leves e carregam aquele humor inteligente. Apesar de a série ser longa, ela conseguiu ser extremamente fiel à sua essência, prendendo o telespectador até o final.

VEEP

 

 

VEEP, série cômica do canal HBO.
Divulgação/HBO

Diante de fenômenos da cultura pop quando o assuto é séries, as comédias da HBO não atingem o mesmo nível de popularidade junto ao público. A mais famosa do grupo acaba sendo Veep — provavelmente por sempre sair vitoriosa nas grandes premiações da TV. Afinal, não é qualquer atração capaz de render seis Emmys seguidos para sua protagonista. Mas qualquer dúvida sobre tal merecimento desaparece quando você realmente assiste a sátira política. Depois de tantas temporadas aclamadas, a obra estrelada por Julia Louis-Dreyfus encontra grandes desafios como sempre fechar a história com chave de ouro, ao mesmo tempo que não conseguir mais fugir de fazer paralelos com a conturbada política atual.

Veep acompanha Selina (Louis-Deyfrus) no início de sua nova campanha presidencial, reunindo boa parte da antiga equipe: Gary (Tony Hale), Amy (Anna Chlumsky), Dan (Reid Scott), Ben (Kevin Dunn) e Kent (Gary Cole). Do outro lado da disputa, Jonah (Timothy Simons) também faz sua agressiva candidatura, enquanto o ingênuo Richard (Sam Richardson) se divide entre as duas campanhas. Correndo por fora, Mike (Matt Walsh) acaba encontrando emprego como jornalista político, cobrindo toda essa bagunça.

Veep sempre é uma trama rápida e sarcástica que brinca com limites do absurdo, mas é impossível não sentir o espelho da narrativa virando contra o espectador, a ponto de refletir sobre a sociedade atual dividida pelo ódio. A história segue centrada numa Selina determinada a fazer tudo pelo poder, ainda tendo os políticos egocêntricos em seu alvo, mas também redireciona parte de sua crítica para a multidão que acaba apoiando tal tipo de comportamento. E tal visão é feita de forma tão genial, que o roteiro é capaz de fazer referências ultrajantes sobre assuntos sérios, como tiroteio em massa ou o movimento #MeToo. Em qualquer outra comédia, poderia ser algo para chocar o espectador. Aqui, é inserido numa situação tão absurda que funciona.

Mesmo que você não acompanhe a situação política dos Estados Unidos, é possível assimilar as críticas feitas em Veep. O que vemos na tela é o retrato do caos que se tornou um sentimento generalizado pelo mundo, infelizmente. Seja pela popularidade crescente de Selina nas pesquisas a partir de situações bárbaras, ao mesmo tempo que Richard acaba sendo levado por uma correnteza sem sentido. A narrativa se divide em três núcleos diferentes, mas todos motivados pela mesma falta de responsabilidade humana.

Se o roteiro segue afiado, ele só funciona por conta do talentoso elenco. Todos merecem elogios, mas são Chlumsky, Hale, Simons, Walsh, Richardson e Clea DuVall (como Marjorie, nora/ex-segurança de Selina) quem roubam grandes cenas.

Por fim, todos orbitam ao redor de uma grande estrela e Julia Louis-Deyfrus não decepciona. Depois de Seinfeld e The New Adventures of Old Christine, a atriz construiu uma figura inigualável em Selina Meyer e sabe exprimir tudo que há de melhor (ou no caso, pior caráter) da personagem. Ela ainda consegue surpreender e segurar as frases ainda mais absurdas de sua personagem. Os conflitos da personagem mostram o motivo de tanta aclamação. A forma como transita entre atitudes deploráveis e inesperados momentos emocionais representam como Julia domina o papel, trazendo verdade para uma jornada que, cada vez mais, destrói a humanidade de uma pessoa já imoral.

Achou que ficou alguma série de fora? Vai reclamar com a TV LINE. O editor e organizador da postagem também achou que ao menos duas séries ficaram de fora dessa lista. Deixe seu Comentário falando qual é!

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Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.